Os preços médios mensais do boi gordo seguem em alta e renovando as máximas reais da série histórica do Cepea. Segundo pesquisadores, esse contexto traz certo alívio para pecuaristas, especialmente para os terminadores, que se deparam com custos de produção bastante elevados. Além do encarecimento de insumos da alimentação, como milho e farelo de soja, os preços recordes dos animais de reposição têm pesado sobre os custos. Avaliando-se a relação de troca de arrobas de boi gordo por animais de reposição (bezerro entre 8 e 12 meses) no estado de São Paulo, verifica-se redução no poder de compra de produtores. Na parcial deste mês, pecuaristas paulistas precisam de cerca de 8,9 arrobas para a compra de um bezerro, contra 8,7 arrobas em outubro de 2019, ou seja, diminuição de 2,5% no poder de compra. Considerando-se toda a série histórica, a média da relação de troca é de 7,69 arrobas por bezerro, ou seja, a relação atual está quase 16% superior.
SUÍNOS: ANIMAL VIVO SEGUE SE VALORIZANDO EM TODAS AS REGIÕES
As cotações do suíno vivo seguem em alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. A oferta de animais para abate ainda é reduzida, ao passo que a demanda da indústria por novos lotes de suínos para abate continua aquecida. Com elevações no vivo, novos reajustes também são verificados nas cotações da carcaça. Do lado dos custos, os preços internos do milho e do farelo de soja seguem renovando as máximas nominais, e as altas são mais intensas que as verificadas para o suíno vivo. Esse cenário acabou interrompendo o movimento de avanço no poder de compra de suinocultores frente a esses insumos de alimentação, que vinha sendo observado desde maio deste ano.
BATATA: COM NORMALIZAÇÃO DA COLHEITA, PREÇOS REGISTRAM FORTE ALTA EM OUTUBRO
Os preços da batata vêm registrando acentuadas altas neste mês frente a setembro. Na primeira quinzena de outubro (1° a 16), o valor médio do tubérculo tipo especial lavado foi de R$ 96,27/sc, 76% acima do registrado em setembro. Segundo colaboradores do Hortifrúti/Cepea, o volume colhido em setembro era maior, devido ao pico da safra de inverno. Além disso, as atividades foram aceleradas pelas altas temperaturas e falta de chuvas. Já em outubro, a disponibilidade diminuiu – a desaceleração da safra de inverno é comum nesta época, principalmente em Vargem Grande do Sul (SP), que sempre encerra as atividades em outubro. As temperaturas também diminuíram um pouco, normalizando o ritmo da colheita, já que não há receio de perdas em termos de volume e qualidade. Para novembro, a perspectiva é de que a oferta se mantenha controlada, devido ao "adiantamento da oferta" em setembro. Além disso, o La Niña pode reduzir os volumes de chuva no Sul do País e afetar o plantio/desenvolvimento das lavouras da safra das águas de 2020/21. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), o fenômeno se iniciou em agosto deste ano, e, de acordo com a agência australiana Bureau de Meteorologia (BOM), pode se estender até fevereiro de 2021.