A colheita de sementes de capim está praticamente finalizada no país. Aos poucos as revendas estão recebendo sementes da nova safra. Até o momento, a precificação destes materiais é determinada, quase que exclusivamente, pelo que foi desenhado nos campos de produção.
O mercado de sementes de panicuns está cada vez mais pressionado em função do aumento na área plantada.
O capim Marandu, por sua vez, que responde por mais de metade das vendas do segmento, sofreu significativa redução de cultivo e, o preço não para de subir.
Em pesquisa feita pela Scot Consultoria em 80 fazendas de pecuária com alta e média tecnologia na região Sudeste e Centro-Oeste, totalizando 250,0 mil hectares, foi constatado que 58,2% dos pastos estão ocupados com Brachiaria brizantha cv. Marandu. Todos os capins do gênero Panicum, somados, totalizaram 16,4% da área.
Mesmo com a comercialização de sementes ainda devagar, a cotação da semente de Marandu atingiu o maior valor do ano nos principais estados produtores de sementes.
Veja na tabela 1, o preço das sementes de braquiarão e dos panicuns.
Custo por hectare
Está mais caro plantar um hectare de braquiarão do que um de Mombaça. Considerando os preços nos estados apresentados na tabela 1, gasta-se, em média, R$98,65/ha de sementes de Marandu, contra R$92,70/ha de Mombaça, 6,0% menos.
É claro que é preciso considerar que este cultivar de panincun é mais exigente em fertilidade, o que eleva os gastos com adubação, perdendo, muitas vezes, a vantagem obtida na compra de sementes.
Porém, o destaque é para a comparação de preços entre elas. Em setembro de 2012, por exemplo, um hectare de Mombaça custava, em média, R$123,53 enquanto o Marandu ficava em R$103,50.
Final
Por fim, a tendência é que o Marandu ganhe fôlego e os preços encontrem espaço para subir quando os pecuaristas forem às compras. Já os panicuns, pode haver uma diminuição no movimento baixista. A hora ideal para a compra pode estar chegando ao fim.
O mercado do boi gordo firme e os preços do leite nos maiores valores já registrados, devem favorecer as vendas.
A distribuição da entrega de sementes ao pecuarista varia conforme a região pesquisada. A dinâmica é determinada pelas chuvas.
No Centro-Sul do país e na Bahia, o pico de comercialização geralmente ocorre em novembro. Setembro é o mês em que a procura começa a ganhar corpo. A partir de janeiro, no Sudeste, e fevereiro, no Centro-Oeste, as vendas começam a arrefecer de forma significativa. Veja figura 3.
A figura 3 é importante para quem quer fugir dos picos de preços, comprar a preços menores e reduzir custos.
O pasto é a base da pecuária nacional. Com um investimento que se dilui ao longo de anos de utilização, dificilmente não é um investimento extremamente viável.
Alex Santos Lopes da Silva
Zootecnista e consultor da Scot Consultoria