ÁSIA: As bolsas na Ásia fecharam em baixa na quarta-feira, com preocupações contínuas sobre as conseqüências econômicas da pandemia, à medida que relatos de casos de coronavírus continuam aumentando em várias regiões. O número de pessoas infectadas pela doença ultrapassou 861.000 pessoas ao redor do mundo, com mais de 42.000 mortes.
O índice PMI da Caixin / Markit para março chegou a 50,1, acima das expectativas de uma leitura de 45,5 dos analistas em uma pesquisa da Reuters. A leitura ficou acima dos 40,3 de fevereiro, a maior contração já registrada. As leituras do PMI abaixo de 50 significam contração, enquanto os valores acima desse nível indicam expansão. Na terça-feira, a China disse que seu PMI oficial de manufatura para março chegou a 52,0, desafiando as expectativas de uma contração. Analistas consultados pela Reuters esperavam que o número chegasse a 45 no mês.
Na China continental, as bolsas reduziram os ganhos iniciais e fecharan em queda. O composto de Xangai caiu 0,57%, enquanto o composto de Shenzhen caiu 0,35%.
No Japão, o Nikkei liderou as perdas entre os principais mercados da região ao cair 4,5% e fechar em 18.065,41 pontos. O índice Topix, mais amplo, caiu 3,7%, encerrando o pregão em 1.351,08 pontos. O importante índice Tankan do Banco do Japão, que mede o sentimento sobre negócios das grandes empresas, destacou a possibilidade de uma possível recessão, chegando a -8 em março de 2020, nível mais baixo desde março de 2013, mas ficou acima das expectativas de uma leitura de -10 em uma pesquisa da Reuters.
O índice Hang Seng em Hong Kong caiu 2,19%, pesada pelas ações dos bancos britânicos HSBC e Standard Chartered (LON:STAN) listadas em Hong Kong, que caíram 9,06% e 6,83%, respectivamente depois que os dois bancos britânicos cancelaram o pagamento de dividendos a pedido do regulador financeiro do Reino Unido.
O Kospi da Coreia do Sul caiu 3,94%, fechando em 1.685,46 pontos.
Na Austrália, o S & P / ASX 200 encerrou o pregão 3,58% maior, a 5.258,60 pontos. Entre as mineradoras, BHP subiu 5,4%, Rio Tinto (LON:RIO) avançou 5,9%, enquanto a produtora de petróleo Woodside Petroleum disparou 8,4%.
Os analistas da Jefferies acreditam que o mercado acionário australiano esteja bastante barato e talvez preparando para uma recuperação. Segundo suas avaliações, o mercado acionário está profundamente sobrevendido, no entanto, alerta que os riscos, principalmente para os bancos, permanecerão elevados por algum tempo ainda.
No geral, o índice MSCI Ásia fora do Japão foi 1,16% menor.
EUROPA: As bolsas da Europa caem acentuadamente na quarta-feira ao abrir o novo trimestre, depois de especialistas preverem um número impressionante na casa de 100.000 a 240.000 mortes nos EUA, mesmo depois de seguir as diretrizes de distanciamento social.
Analistas do Deutsche Bank observaram que o crescimento de novos casos em todo o mundo agora permanece abaixo de 10% por três dias seguidos, com as regiões globais mais atingidas, como a Itália, continuando a ver sinais promissores de que as estratégias de contenção estão funcionando, mas o surto nos EUA, especialmente em Nova York, continua sendo uma preocupação.
O índice Stoxx Europe 600 recua 2,843%, com bancos liderando as perdas. O benchmark regional subiu 1,6% na terça-feira, encerrando o primeiro trimestre com uma perda de 23%, a maior queda desde o terceiro trimestre de 2002. O DAX DAX alemão cai 2,88%, enquanto o francês CAC 40 cai 3,16% e o FTSE 100 do Reino Unido recua 3,22%.
Os bancos do Reino Unido lideram as baixas no setor depois de anunciar que interromperiam os dividendos em 2020 a pedido do Banco da Inglaterra. A iniciativa do BoE segue uma medida semelhante do Banco Central Europeu para instituições de crédito regionais. Barclays (LON:BARC) recua mais de 5%, enquanto HSBC Holdings (LON:HSBA) despenca 7,98%, Lloyds Banking perde 5,51% e Royal Bank of Scotland recua 6,52% após todos anunciarem que cumpririam as medidas.
Ainda em Londres, as mineradoras também registram quedas íngremes. Anglo American (LON:AAL) despenca 7,3%, Antofagasta (LON:ANTO) recua 4,2%, BHP cai 4%, Rio Tinto perde 3%, enquanto entre as empresas de energia, BP recua 3,1% e Royal Dutch Shell cai 1,4%.
Dados divulgados na quarta-feira mostraram que o índice PMI da IHS Markit para a zona do euro caiu para 44,5 em março, ante 49,2 em fevereiro. Foi a leitura mais baixa em 92 meses, mas não é uma surpresa, pois a estimativa flash foi de 44,8. O PMI de manufatura da Espanha caiu para 45,7, ante 50,4.
EUA: Os futuros de ações dos EUA iniciam a manhã de quarta-feira com quedas e apontam declínios consideráveis na abertura em Wall Street, após o final do pior primeiro trimestre registrado para o Dow e o S&P 500, impulsionados pela liquidação por conta do temor da pandemia de coronavírus.
O presidente Donald Trump disse na noite de terça-feira que os EUA devem se preparar para “duas semanas muito, muito dolorosas” por conta do galopante surto de coronavírus. Autoridades da Casa Branca estão projetando entre 100.000 e 240.000 mortes por conta do novo vírus nos EUA. “Será um período aproximado de duas semanas”, disse Trump em entrevista coletiva na Casa Branca. “
Na terça-feira, o Dow caiu 1,84%, para 21.917,16 pontos, oprimido pela American Express, que caiu mais de 5%. O S&P 500 caiu 1,60%, para 2.584,59 pontos e o Nasdaq Composite caiu quase 1%, para 7.700,10 pontos. Na sessão, o Dow chegou a subiu mais de 150 pontos mas sucumbiu à pressão vendedora.
Em março, Wall Street registrou a pior perda mensal desde a crise financeira de 2008. Dow e o S&P 500 caíram 13,7% e 12,5%, respectivamente no mês.
O Dow também registrou seu pior desempenho no primeiro trimestre de todos os tempos, recuando mais de 23% nos primeiros três meses de 2020, o seu pior trimestre desde 1987. O S&P 500 caiu 20% no primeiro trimestre, seu pior primeiro trimestre de todos os tempos e sua maior perda trimestral desde 2008. O Nasdaq caiu mais de 14% no primeiro trimestre.
A pandemia de coronavírus está causando um estrego na economia, interrompendo a produção comercial e deixando milhões de trabalhadores americanos desempregados. A perturbação social sem precedentes causa problemas financeiros e volatilidade nunca vistos antes. Segundo analistas, o trimestre será lembrado como a maior e a mais rápida queda no mercado de ações no período pós-guerra.
O petróleo dos EUA passou pelo pior mês e trimestre da história, perdendo mais de 66% de seu valor nos três primeiros meses do ano. A demanda evaporou devido ao surto de coronavírus e por conta de uma guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia.
O Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, disse que está começando a ver sinais de que o distanciamento social está ajudando a diminuir a propagação do coronavírus. Enquanto isso, os casos americanos por conta do novo vírus superam 177.000, segundo a Universidade Johns Hopkins, enquanto as mortes nos Estados Unidos superou os 3.400.
Na agenda econômica, espera-se que os dados privados de folha de pagamento mostrem uma evaporação na criação de empregos. Os dados do Moody’s ADP Employment para março serão divulgados às 9h15, com economistas esperando uma queda de 125.000 empregos, em comparação com a adição de 183.000 empregos não-governamentais em abril. O índice PMI de manufatura da Markit sairá às 10h45 e o PMI do ISM para março será divulgado às 11h00.
ÍNDICES FUTUROS - 8h00:
Dow: -2,95%
SP500: -3,01%
NASDAQ: -2,58%
OBSERVAÇÃO: Este material é um trabalho voluntário, resultado da compilação de dados divulgados em diversos sites da internet que são aqui resumidos de maneira didática para facilitar e agilizar a compreensão do leitor. O texto da sessão asiática está no tempo passado e a europeia no presente devido ao horário em que este relatório é redigido. Atentem-se para o horário de disponibilização dos dados.