Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - A Rússia formaliza a maior apropriação de terras que o mundo viu em décadas. Os EUA divulgam dados pessoais de renda e gastos de agosto. As ações americanas estão sob pressão em meio a sinais de fraqueza nas plataformas Meta e até mesmo na Amazon. A taxa de inflação da zona do euro atinge 10%, e os ministros de energia europeus ainda não conseguem superar suas diferenças sobre como moderar a iminente crise de energia. As eleições presidenciais no Brasil já estão batendo na porta.
Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na sexta-feira, 30 de setembro, último dia do terceiro trimestre.
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1. Apropriação de terras russa
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto anexando formalmente quatro regiões da Ucrânia, a maior apropriação de terras que o mundo viu em pelo menos três décadas e o maior passo para restaurar o controle russo sobre seus estados satélites desde o colapso da União Soviética.
A medida segue os referendos realizados no último fim de semana sob a mira de armas nas regiões de Zaporizhzhya e Kherson, e sob intensa pressão em Donetsk e Luhansk, que foram condenados pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. Ucrânia, EUA, Reino Unido e UE disseram que nunca reconhecerão as ações.
Putin assinou o decreto em um dia em que as forças russas pareciam à beira de outra derrota no leste da Ucrânia, sendo forçadas a evacuar a cidade de Lyman, na região de Donetsk, complicando ainda mais a tarefa de abastecer as tropas de Moscou mais ao sul.
2. Às vésperas das eleições
Com o primeiro turno das eleições programado para este domingo, o mercado brasileiro nesta sexta-feira deve operar com cautela de olho no desenrolar da disputa presidencial.
De acordo com a última pesquisa do Datafolha, o ex-presidente Lula da Silva (PT) lidera a corrida eleitoral, com 50% dos votos válidos. Em segundo lugar está o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), com 36%, seguido por Ciro Gomes (PDT) com 6%, Simone Tebet (MDB) com 5% e Soraya Thronicke (União Brasil) com 1%.
Até o momento, como nenhum candidato possui mais de 51% dos votos válidos, não é possível dizer que as eleições serão definidas no primeiro turno, o que quer dizer que a abstenção, os votos nulos e os possíveis votos úteis terão um papel decisivo no resultado final de domingo. Segundo o Datafolha, 15% dos eleitores ainda podem decidir trocar de candidato até a hora da eleição.
Em um possível segundo turno, Lula teria 54% dos votos e Bolsonaro obteria 39%.
A pesquisa ouviu 6,8 mil pessoas entre os dias 27 e 29 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
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3. Ações americanas com sexta queda semanal
As ações dos EUA devem recuperar algumas das perdas causadas pela desaceleração de quinta-feira na abertura, mas ainda estão a caminho do que seria sua sexta perda semanal nos últimos sete.
Às 08h22, os futuros da Nasdaq 100 subiam 0,14%, enquanto os da S&P 500 e da Dow Jones avançavam 0,25% e 0,18%, respectivamente.
A Meta Platforms (NASDAQ:META) (BVMF:M1TA34), dona do Facebook e do Instagram, vai congelar contratações e procurar cortar custos, em uma rara redução para uma empresa que não conheceu nada além de crescimento em seus 18 anos de história. As ações da Meta, que atingiram seu nível mais baixo em quase quatro anos no início desta semana, subiram 1,1% nas negociações de pré-mercado, aliviadas por estar abordando um problema de custo cada vez mais urgente.
Em outros lugares, a Bloomberg informou que a Amazon (NASDAQ:AMZN) (BVMF:AMZO34) fechará todos, exceto um de seus cinco call centers nos EUA, pois também luta para controlar os custos - desta vez com relação aos gastos com imobiliária. A Amazon procurará adotar um regime de trabalho remoto, informou a Bloomberg.
Junto com relatos da suposta intenção da Apple (NASDAQ:AAPL) (BVMF:AAPL34) de cancelar um aumento na produção do iPhone, a impressão é que a desaceleração está atingindo até mesmo aquelas ações de mega capitalização que apoiou o mercado dos EUA durante a maior parte da última década.
Na agenda econômica, o foco inicial será nos dados pessoais de renda e gastos para agosto, que devem ser entregues às 09h30, juntamente com a leitura de agosto para {{ecl -906||despesas de consumo pessoal}} preços que – pode ter sido esquecido – são a medida de inflação preferida do Federal Reserve.
Segue-se uma enxurrada de discursos do Fed, com intervenções do vice-presidente Lael Brainard, presidente do Fed de Nova York John Williams, Tom Barkin de Richmond , e Loretta Mester de Cleveland.
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4. Inflação na zona do euro atinge 10%
Não há alívio à vista para o Banco Central Europeu. A taxa de inflação da Zona Euro subiu para 10% em setembro, graças a fortes aumentos na Alemanha e na Holanda que compensaram as tendências mais fracas em França e Espanha.
Houve notícias ligeiramente melhores do mercado de trabalho, já que os números desemprego na Alemanha e na Itália resultaram melhor do que o esperado, embora esse quadro também deva se deteriorar como uma temporada excepcional de turismo de verão chega ao fim. Na Alemanha, o número de pessoas empregadas já havia superado em agosto.
Em outras partes da Europa, a libra retornou ao seu nível pré-orçamento de US$ 1,12 quando a Primeira-Ministra Liz Truss e a Chanceler do Tesouro Kwasi Kwarteng finalmente se reuniram com o Escritório de Responsabilidade Orçamentária. A recusa de Kwarteng em permitir que o OBR publique uma avaliação independente do impacto de seu mini-orçamento foi um dos principais fatores por trás da queda na libra esterlina que se seguiu.
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5. Petróleo se recupera antes dos planos da Opep+ de cortar cotas
Os preços do petróleo bruto consolidaram-se acima de US$ 80 com o enfraquecimento do dólar, com o mercado apoiado por relatórios de que a OPEP e seus aliados reduzirão as cotas de produção novamente quando se reunirem na próxima semana.
Não está claro que efeito isso terá nos volumes reais de produção, uma vez que o bloco já está deixando de cumprir suas cotas por uma margem de mais de 3 milhões de barris por dia.
Em outros lugares, os Ministros de Energia da UE se reuniram novamente para discutir maneiras de mitigar a iminente crise de energia, um dia depois que a Alemanha disse que emprestará até 200 bilhões de euros (US$ 198 bilhões) para amortecer o impacto da energia preços em sua economia neste inverno.
Às 08h25, os futuros de petróleo nos EUA subiam 0,30%, a US$ 81,47 o barril, enquanto os de Brent avançava 0,23%, a US$ 87,38.