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Semana Mais Curta, Mas Não Menos Intensa

Publicado 01.11.2021, 11:20
Atualizado 09.07.2023, 07:32
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Uma semana mais curta, pelo feriado de Finados (dia 02), mas não menos intensa, pela reunião do Fed, dados de emprego nos EUA, encontro ambiental em Glasgow (COP26) e desdobramentos de uma nova onda da pandemia, além da crise energética no mundo. Nos EUA, em destaque nesta semana os indicadores de mercado de trabalho, na quarta-feira dados setor privado, pelo ADP de outubro, e na sexta-feira, relatório de emprego (payroll) também de outubro, com estimativa de geração de 400 mil vagas. 

No Brasil, na quarta-feira a ata do Copom e a PEC dos precatórios. Estejamos atentos também aos desdobramentos da greve dos caminhoneiros, até o momento, parcial. Na quinta-feira, pelo IBGE, temos a produção industrial de setembro (IBGE), com recuo de 0,6% nas projeções. 

Deve repercutir também o encontro do G-20 e a participação do Brasil. Foi notório o isolamento do presidente Jair Bolsonaro, apenas “confabulando” entre os seus assessores. Apenas o presidente Erdogan lhe deu atenção. 

No encontro entre Janet Yellen e Paulo Guedes, ambos prometeram trabalhar juntos para o meio ambiente. Guedes apresentou a secretária do Tesouro dos EUA um plano de “crescimento verde”. No todo, ambos prometem trabalhar juntos em temas bilaterais e questões globais. Um tema na mesa é a taxação mínima de 15% sobre as empresas nos EUA, desmontando assim a ideia de Trump de cortar a taxação de 35%. 

Sobre a crise hídrica, a ONS estima alta de 1,4% na carga de energia em novembro, contra o mesmo mês do ano passado, e chuvas acima da média no Sudeste. Projetam-se chuvas 106% acima da média histórica nas hidrelétricas da região e no Centro-Oeste, enquanto os reservatórios do Norte devem receber precipitações 155% acima da média no mês. No Nordeste, as chuvas projetadas indicam 76% da média no mês e no Sul, 64%. 

 

Estimativa ONS

 

Para a PEC dos Precatórios, na quarta-feira a perspectiva é de que sejam superados os impasses com a proposta aprovada com mais de 308 votos. O texto “amadurece bem rapidamente”. Algumas bancadas de esquerda levantaram questões sobre os professores em alguns estados, porque os precatórios só existem neste contexto na Bahia, Pernambuco, Ceará e Amazonas, mas o governo acredita que isso possa ser resolvido. Caso o impasse permaneça, o governo tem o “plano B”, como impor “estado de calamidade” e postergar o auxílio emergencial até o ano que vem.  

Falando da greve dos caminhoneiros, as entidades mais representativas não parecem dispostas a aderir. Problemas pontuais são previstos. Um segmento muito sensível, dos “tanqueiros”, não parece disposto a aderir. Ou seja, não teremos crise de abastecimento de combustível. Entre as reivindicações dos líderes, a retirada da política de paridade de importação (PPI) praticada pela Petrobras (SA:PETR4). 

A crise energética é global e os custos dos alimentos crescem no ritmo mais rápido em 40 anos. Na Rússia, na conclusão do abastecimento de gás, pela Gasprom, normalizando os estoques entre os russos, e agora o ordenamento de abastecimento para a Europa. As armazenagens de gás na Alemanha e na Áustria devem ser atendidas nesta semana. Decorrente disso, o preço do gás, na Europa, caiu mais de 15%, para 64,5 euros o megawatt-hora na sexta-feira, menor preço em seis semanas. Assim sendo, devem aumentar os fornecimentos de gás da Rússia ao velho continente. 

 

Gás natural

 

Indicadores

No Brasil

O superávit primário consolidado de setembro veio em R$ 12,93 bilhões, bem acima do projetado (R$ 1,75 bi), alterando a curva de juro, com os contratos DI devolvendo prêmios. Boa parte deste resultado foi obtido por causa da arrecadação elevada e da inflação. Por outro lado, o uso de recursos para o pagamento do auxílio emergencial por mais tempo e o risco de “calamidade pública” deve manter os investidores em posição defensiva. 

No acumulado ao ano, o setor público consolidado registra superávit de R$ 14,2 bilhões e em 12 meses déficit de R$ 52,9 bi (0,63% do PIB). A dívida líquida é de R$ 4,9 trilhões, 58,5% do PIB, e a dívida bruta R$ 6,9 trilhões, 83,0% PIB. 

Na Zona do Euro

A Zona do Euro registrou crescimento de 2,2% no terceiro trimestre, contra o anterior, na comparação anual crescendo 3,7%. Este resultado ficou acima do esperado. Portugal veio com crescimento de 2,9% no terceiro contra o segundo e 4,2% pela taxa anualizada. Alemanha veio com 1,8% e 2,5%, respectivamente, Espanha, 2,0% e 2,7% e França 3,0% e 3,3%. Sobre o CPI, a taxa de crescimento da Zona do Euro foi de 4,1% em outubro, maior desde 2008. Em setembro foi de 3,4%. 

O sólido crescimento do PIB no terceiro trimestre significa que o bloco praticamente concluiu seu ciclo de recuperação e o crescimento tende a se acomodar no último trimestre do ano. Isso deve acontecer à medida que os gargalos de oferta sejam superados, a demanda global se mostre mais fraca e problemas pontuais de escassez de mão de obra fiquem para trás.  

Nos EUA

Confiança do Consumidor de Michigan caiu a 71,7 pontos em outubro, contra previsão de 71,2. 

PMI de Chicago foi a 68,4 contra estimativa de 63,5. 

O PCE de setembro foi a 0,3% quando o esperado era 0,4%. O núcleo registrou 0,2%, dentro do esperado e a renda pessoal recuou 1%, quando o esperado era -0,4%. 

Na China, o PMI Manufaturados oficial veio a 49,2 pontos em outubro, depois de 49,6 em setembro, sinalizando uma perda de dinamismo da economia. Este é o segundo mês de queda da atividade fabril. Já o PMI Não Manufaturados, caiu de 53,2 em setembro para 52,4 em outubro. 

 

PMI manufatura

PMI não manufatura

 

 Mercados

No Brasil, o Ibovespa apresentou queda de 6,7% em outubro, a 103.501 pontos, e dólar acentuou alta, mesma direção da inclinação da curva de juros. No dia, a queda foi de 2,09% e na semana, de 2,6%. No fim da sessão, a moeda norte-americana subiu 0,28%, a R$ 5,6419.

Nesta segunda-feira está marcado um leilão de swap cambial para overhedge, com 14 mil contratos, US$ 700 mil. Teremos também um leilão de NTN-B, ofertados títulos de 15/08/26, 15/08/30 e 15/05/55. 

Na madrugada do dia 01/11, na Europa (04h05), os mercados futuros operavam sem uma direção definida: DAX (Alemanha) recuando 0,05%, a 15.688 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), -0,16%, a 7.237 pontos; CAC 40 +0,38%, a 6.830 pontos, e Euro Stoxx 50 +0,39%, a 4.250 pontos. 

Na madrugada do dia 29/10, na Ásia (05h05), os mercados operaram MISTOS: S&P/ASX (Austrália), +0,64%, a 7.370 pontos; Nikkei (Japão) +2,61%, a 29.647 pontos; KOSPI (Coréia), +0,28%, a 2.978 pontos; Shanghai Composite -0,08%, a 3.544, e Hang Seng, -1,07%, a 25.105 pontos.

No futuro nos EUA, as bolsas de NY, no mercado futuro, operavam em queda neste dia 01/11 (05h05): Dow Jones, +0,17%, 35.765 pontos; S&P 500, -0,18%, a 4.605 pontos, e Nasdaq +0,26%, a 15.892 pontos. No VIX S&P500, 18,62 pontos, recuando 0,85%. No mercado de Treasuries, US 2Y avançando 1,64%, a 0,5031, US 10Y +0,77%, a 1,568 e US 30Y, +0,18%, a 1,944. No DXY, o dólar +0,07%, a 94,183, e risco país, CDS 5 ANOS, a 244,9 pontos. Petróleo WTI, a US$ 83,03 (+0,65%) e Petróleo Brent US$ 83,39 (-0,39%). Gás Natural em recuando de 0,68%, a US$ 5,39 e Minério de Ferro, -5,72%, a US$ 618,50. 

Nos mercados, o debate diz respeito à recuperação do preço da demanda global por petróleo, empurrando o preço do barril para mais de US$ 100, acima de US$ 90 ao fim deste ano. 

Na agenda desta semana, nos EUA destaque para a reunião do Fed, e os dados de mercado de trabalho, na quarta-feira, o ADP, geração de emprego do setor privado, e na sexta-feira, o payroll e a taxa de desemprego. Variados indicadores do PMI pelo mundo são divulgados, com destaque para os EUA, Japão, Reino Unido, Alemanha e Zona do Euro. No Brasil, atenção para a ata do Copom e repercussões variadas sobre a PEC dos precatórios. Na quinta-feira estejamos atentos a reunião do OPEP+, quando serão discutidas cotas de produção. 

 

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