Ao finalizarmos a publicação, ficou a impressão de que 2018 pode ficar marcado como o ano em que a euforia com Trump acabou virando uma decepção. Durante boa parte do ano, os mercados acionários pareciam fortes o bastante para resistir aos ventos contrários provocados pela escalada da guerra comercial entre EUA e China, pela constante incerteza do Brexit, pelas brigas orçamentárias entre Itália e a UE e pela crescente instabilidade gerada pelo aperto monetário do Fed, entre outras preocupações dos investidores. O pico do mercado foi atingido no final de setembro; logo em seguida, começou o deslize. No início de dezembro, as ações já caíam forte.
As ações de tecnologia foram as primeiras a sinalizar a crise entre os principais papéis que se desvalorizaram. O caos do governo Trump, que até então havia tido pouca influência de longo prazo nas ações, intensificou-se com a chegada do fim do ano, e seus recentes pedidos para que o novo presidente do Fed, Jerome Powell, saísse do cargo após o banco elevar as taxas de juros pela quarta vez em dezembro contribuíram para que os investidores perdessem a fé na capacidade de Trump de sustentar as ações.
A bolha das criptomoedas estourou com um estrondoso crash no início do ano. O bear market resultante perdurou por boa parte de 2018. Os investidores continuam se perguntando: “aonde elas vão parar?".Bitcoin, Ethereum e outras moedas digitais despencaram, perdendo 80% e 91% do seu valor respectivamente.
O dólar norte-americano continua sendo a moeda de reserva mundial, mas também pode ter se tornado o porto seguro escolhido por muitos, já que o ouro, geralmente considerado como principal investimento de aversão ao risco, teve dificuldades para deslanchar durante a maior parte de 2018.
O petróleo bruto teve um 2018 volátil e perdeu mais de um terço do seu valor desde outubro, no que se tornou uma das maiores quedas desde o colapso dos preços em 2014. A disparada da oferta e o receio de que houvesse uma diminuição da demanda assustaram os investidores.
Com o encerramento de 2018, acreditamos que seria interessante conferir quais foram os altos e baixos do ano que passou sob o prisma das charges semanais do Investing.com. Apresentamos a seguir 14 charges e os eventos que tiveram destaque nos mercados no ano que passou.
10 de janeiro de 2018
Aumentam as especulações de uma bolha nas criptomoedas.
O criptomercado ficou perplexo com as notícias de que o Ministro da Justiça da Coreia do Sul estaria “basicamente elaborando uma lei para banir a negociação de criptomoedas pelas corretoras”, e as maiores corretoras do país foram alvo de ações da polícia e de fiscais da receita federal nessa semana, sob a acusação de evasão de divisas.
24 de janeiro de 2018
EUA despertam temores de uma guerra comercial enquanto Trump viaja para Davos
Cresceram os temores de uma guerra comercial global no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que contou com a presença do presidente dos EUA, Donald Trump, da chanceler alemã, Angela Merkel, do presidente francês, Emmanuel Macron, e da primeira-ministra britânica, Theresa May.
31 de janeiro de 2018
Yellen diz adeus após o fim do seu bem-sucedido mandato à frente do Fed.
Janet Yellen encerrou quatro anos de mandato à frente do Federal Reserve.Muitos analistas descreveram sua passagem pelo banco como um enorme sucesso. Yellen teve o mérito de gerenciar a transição do Fed de uma política monetária extremamente frouxa, levada a cabo por seu antecessor, Ben Bernanke, durante a Grande Recessão.
8 de fevereiro de 2018
Volatilidade do mercado volta com tudo!
Wall Street entrou em uma frenética montanha russa em meio ao aumento dos níveis de volatilidade. Não havia uma única razão evidente por trás da instabilidade, mas as violentas oscilações foram atribuídas a preocupações com os aumentos da taxa de juros, algoritmos de negociação e fundos de volatilidade alavancados.
15 de fevereiro de 2018
Parece ser apenas uma questão de tempo para que o rendimento dos títulos do tesouro norte-americano com vencimento em 10 anos alcance a importante marca de 3%.
O rendimento dos papéis do tesouro norte-americano continuou em alta, com o título com vencimento em 10 anos atingindo a máxima intradiária de 2,944%, nível visto pela última vez em janeiro de 2014. No início do ano, estava em 2,4%.
8 de março de 2018
Tarifas de Trump despertam temores de uma guerra comercial global.
O sentimento dos mercados foi dominado por rumores de que o presidente norte-americano, Donald Trump, planejava tarifar importações de aço e alumínio, o que gerou temores de uma verdadeira guerra comercial global.
21 de março de 2018
Facebook tenta apagar o fogo causado pelo acesso de terceiros a dados pessoais dos usuários.
As ações do Facebook (NASDAQ:FB) caíram diante do “incêndio” provocado pelo acesso de terceiros a dados pessoais dos usuários. Cerca de US$ 60 bilhões de valor de mercado de suas ações evaporaram depois que os investidores ficaram sabendo que a empresa de mineração de dados, Cambridge Analytica, coletou e usou, sem permissão, dados das contas de milhões de usuários.
29 de março de 2018
As ações do grupo FAANG, venerado por Wall Street, sofrem duro golpe diante da reação adversa do setor de tecnologia.
Nada menos que as ações de empresas como Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google, que formam o chamado grupo FAANG, sofreram uma desvalorização sem precedentes, diante de uma série de manchetes negativas que pesaram sobre o sentimento do mercado em relação ao setor que impulsionou o longo bull market.
30 de maio de 2018
Cresce a possibilidade de desintegração do Euro diante do receio dos investidores com o drama italiano.
A crise política da Itália tomou conta das manchetes e da ação dos mercados nesta semana, em meio a preocupações com a terceira maior economia da zona do Euro. Os investidores se mostraram receosos com a possibilidade de eleições repentinas e questionamentos em relação à participação do país na União Europeia e no euro.
14 de junho de 2018
Cúpula Trump-Kim, Fed, BCE e Copa do Mundo – Uma semana e tanto!
Foi uma semana agitada nos mercados financeiros, que incluiu a reunião história entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un; uma elevação da taxa de juros pelo Federal Reserve; um anúncio de política do BCE e o início da Copa do Mundo na Rússia.
9 de agosto de 2018
S&P 500 praticamente retorna às máximas históricas apesar dos inúmeros fatores negativos.
O S&P 500 estava a apenas meio por cento de distância da máxima histórica registrada em janeiro, corroborando a força da maior economia do mundo e do seu setor corporativo. Os investidores enfrentavam temores comerciais nas últimas semanas, mas as tensões entre Washington e Pequim ficaram praticamente em segundo plano com a onda de resultados corporativos que ajudaram a sustentar as ações.
30 de agosto de 2018
Ações do grupo FAANG continuam fazendo o mercado subir.
A Amazon estava prestes a se juntar à Apple como as únicas empresas norte-americanas com capitalização de mercado de US$ 1 trilhão. No início de agosto, a Apple se tornou a primeira empresa a romper o patamar de US$ 1 trilhão de capitalização de mercado.
30 de outubro de 2018
É hora de doces ou travessura para touros e ursos! Feliz Dia das Bruxas!
Foi um outubro brutal para os mercados, com o Dow caindo 5%, pior desempenho mensal do índice desde janeiro de 2008. O S&P 500 despencou quase 7%, enquanto o NASDAQ perdeu 9,2%.
12 de dezembro de 2018
Será que o “Rali de Natal” dará as caras em Wall Street neste ano ou as guerras comerciais de Trump vão derrubar os mercados?
Os principais índices de Wall Street sofreram um duro golpe, alimentando os temores entre os participantes do mercado de que o Papai Noel não entregaria seu tradicional rali de fim de ano.
Desde 1950, nenhum mês apresenta uma média de retorno mais forte nem fecha em alta com tanta frequência como o mês de dezembro. No entanto, houve uma disparada no sentimento de risco devido a dados econômicos mais fracos do que o esperado na China e na zona do Euro, enquanto a disputa comercial entre EUA e China e o colapso dos preços do petróleo aumentaram os receios de que a economia global estivesse perdendo ímpeto.