por Clement Thibault
Outra temporada de lucros está concluída... e que temporada. O S&P 500 e o Dow Jones foram impulsionados para novas altas e com base nos resultados do terceiro trimestre, os lucros das empresas estão em ascensão. De acordo com nossos dados, houve duas vezes mais lucros que perdas.
Embora algumas empresas tenham ficado extraordinariamente bem, outras ficaram bastante desapontadas. Como regra, os analistas geralmente não esperam um número específico, mas um intervalo. Portanto, enquanto os resultados estiverem dentro dessa faixa, a ação continua normalmente. No entanto, quando as empresas realmente surpreendem, tanto para o lado positivo como para o negativo, ou melhor ainda, um executivo prediz um desempenho futuro durante a chamada de lucros de uma empresa, é quando chispam faíscas.
Para fechar a temporada de lucros do terceiro trimestre, aqui está um olhar sobre os cinco maiores vencedores e perdedores. Nossa lista apresenta os 5 principais vencedores e 5 principais perdedores, em ordem crescente:
Vencedores
5. Foot Locker
Fechamento antes da divulgação de lucros - $31,8; depois da divulgação de lucros - $40,8, +28,1%
A Foot Locker (NYSE:FL), varejista de calçados esportivos e vestuário, teve um dos piores desempenhos deste ano, passando de US$ 77,00 por ação em abril para menos de US$ 30,00 em novembro. O salto enorme após o lucro foi, como já esperado, um rali de alívio, do tipo "não tão ruim quanto esperado". As vendas comparáveis diminuíram 3,7%, a receita diminuiu 0,8% no ano, e mesmo esse número relativamente baixo é devido à troca favorável de moeda para um dólar enfraquecido. Sem essa ajuda de câmbio, a receita teria diminuído 2,3%. Quando uma ação cai tão rápido, os investidores às vezes se apegam a cada notícia boa, usando isso para fazer a ação subir novamente. Desta vez, US$ 40 milhões em receitas (US$ 1,87 B versus US$ 1,84 B esperado) solucionaram a questão, e a ação subiu. O "não-tão-ruim-como-esperado" geralmente é visto como uma coisa boa. Talvez ... por um dia ou dois. Mas, em geral, a Foot Locker continua em uma situação muito precária. Como investidores, ficaríamos longe.
4. Amazon
Fechamento antes da divulgação de lucros - US$ 972;00 depois da divulgação de lucros - $ 1,100,00 +13,1%
Quando as ações de uma empresa já valem centenas de bilhões de dólares e saltam mais 13% você sabe que algo grande aconteceu. Em primeiro lugar, a Amazon (NASDAQ:AMZN), o peso pesado do varejo online, informou US$ 43,7 bilhões em receitas neste trimestre, o que, mesmo como um número autônomo, é bastante inspirador.
Esse número foi bom para um crescimento de 34% no último ano, 29% sem a aquisição da Whole Foods. O Amazon Prime Day aconteceu durante o trimestre, e a temporada de férias está chegando, então a operação de varejo está a todo vapor. A AWS, segmento de serviços em nuvem da Amazon, trouxe US$ 1,2 bilhão em receita operacional, compensando a perda de 900 milhões de dólares do segmento internacional da Amazon.
Enquanto a AWS continuar crescendo em uma taxa de 40%+, a Amazon é sólida.
3. Intel
Fechamento antes da divulgação de lucros - US$ 43,1; depois da divulgação de lucros - US$ 44,4, +7,5%
Um trimestre forte de uma empresa de baixo preço, como a Intel (NASDAQ:INTC) é sempre uma boa receita para um bom salto no preço da ação. O que foi exatamente o que aconteceu. O preço da Intel ficou baixo por preocupações relacionadas ao ambiente competitivo entre fabricantes de chips. De forma mais resumida, duas coisas eram preocupantes: A NVIDIA (NASDAQ:NVDA) e a Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD). Não obstante a concorrência, o gigante de semicondutores provou sua capacidade de crescer apesar da concorrência, publicando US$ 16,1 bilhões em receita e US$ 1,01 em LPA, em comparação com os US$ 15,7 bilhões e US$ 0,8 esperados por Wall Street. A receita do Data Center aumentou 7%, a receita da Internet of Things saltou 23%, e as receitas relacionadas ao segmento de grupo de memória aumentaram 37%. Tudo o que já era bom e com um aumento na orientação para o quarto trimestre, as ações da Intel subiram mais de 7% no dia do balanço.
2. First Solar
Fechamento antes da divulgação de lucros - US$ 47,9; depois da divulgação de lucros - US$ 57,6, +20,2%
O salto da First Solar (NASDAQ: FSLR) de 20% teve muito a ver com os ganhos estelares. Sua receita saltou 59% e o lucro líquido cresceu 37% em relação ao ano passado. O LPA foi de US$ 1,95, enquanto Wall Street esperava US$ 0,83, de modo que foi um grande salto para a companhia de energia solar de Elon Musk. No entanto, vale a pena notar que parte da receita do próximo trimestre foi puxada para este trimestre, criando um salto maior ainda. A First Solar está se beneficiando de uma mudança global no sentimento em relação à energia verde, bem como especificamente uma proposta de política do presidente dos EUA, Donald Trump, para impor tarifas sobre painéis solares, o que potencialmente reforça a atratividade do produto da First Solar.
1. Walmart
Fechamento antes da divulgação de lucros - US$ 89,8; depois da divulgação de lucros - US$ 99,6, +10,9%
Aqueles que pedem o desaparecimento do setor de varejo físico subestimam a decisão dos participantes do setor de permanecer no mapa - talvez a maioria, especialmente o gigante do varejo Walmart (NYSE:WMT). As vendas comparáveis, a métrica-chave para empresas com lojas físicas, aumentaram 2,7%, o melhor número em oito anos. A Walmart bateu a receita esperada em mais de US$ 2 bilhões, pois divulgou US$ 123,2 bilhões dos US$ 121 bilhões esperados. Se isso não bastasse, o Walmart reportou um salto de 50% nas vendas on-line, provando ao mundo que pode e vai se adaptar à nova realidade do comércio eletrônico. Os lucros impulsionaram as ações da Walmart para uma nova alta recorde, de modo que seria esperado um pequeno retrocesso, que poderia ser um bom ponto de entrada.
Perdedores
5. Merck
Fechamento antes da divulgação de lucros - US$ 61,9; depois da divulgação de lucros - US$ 58,2, -5,9%
Enquanto as ações da Merck (NYSE: MRK) fecharam o dia do seu balanço em US$ 58,2, as ações do gigante farmacêutico global caíram no dia seguinte para US$ 55,00, tirando outros 5% da valorização da empresa. A Merck ficou abaixo das expectativas de receita, divulgando US$ 10,3 bilhões em vez dos US$ 10,5 bilhões que Wall Street estava esperando. A Merck tem algumas drogas de nível superior, como o Zepatier (HCV) para hepatite crônica, bem como uma variedade de medicamentos para a diabetes, que serão afetadas pela concorrência. Talvez o mais significativo seja que a Merck anunciou atrasos nos resultados de testes clínicos para o seu medicamento contra o câncer de pulmão Keytruda e retirou uma solicitação para comercializar a droga na União Europeia. Esta notícia trouxe uma enxurrada de baixas nas ações de vários bancos de investimento, estimulando uma séria queda no preço da ação da Merck.
4. Chipotle Mexican Grill
Fechamento antes da divulgação de lucros - US$ 324; depois da divulgação de lucros - US$ 277, -14.5%
Desde que as questões sanitárias começaram a assolar a Chipotle (NYSE:CMG) em 2015, a cadeia de restaurantes mexicanos não foi a mesma. O surto da bactéria e-coli em suas grelhas, há dois anos, continua a ter um efeito adverso no preço das ações da Chipotle, e a empresa continua a se esforçar para se restabelecer como um destino atraente para os consumidores. A receita de US$ 1,13 bilhão (divulgada pela empresa) ficou aquém das expectativas dos analistas, que estavam em US$ 1,14 bilhão. Esse US$ 1,13 bilhão também é inferior ao US$ 1,2 bilhão de Chipotle relatado antes do fiasco da bactéria e-coli. Isso significa, é claro, que dois anos depois ainda não conseguiu retornar ao ponto em que todos os problemas começaram, e muito menos crescer. Para piorar as coisas: a orientação para abertura de novos restaurantes foi reduzida pelo restante de 2017 e 2018.
3. AMD
Fechamento antes da divulgação de lucros - US$ 14,2; depois da divulgação de lucros - US$ 12,3, -12,1%
O problema com a Advanced Micro Devices é muito simples: os investidores esperavam muito da fabricante de chips, que estava se recuperando desde o início de 2016. A AMD está de volta para valer? Provavelmente. Isso certamente merece mais do que o valor da ação, de US$ 2,00, que apresentou no início do ano passado. A empresa bateu as estimativas neste trimestre, divulgando receita de US$ 1,64 bilhão, em comparação com a previsão dos analistas de US$ 1,51 bilhão. No entanto, quando as expectativas são altas, mesmo um bom lucro não é suficiente. Além disso, a empresa aumentou só um pouco a previsão para o próximo trimestre, levando os investidores a temerem um declínio no crescimento - o que levou a uma queda no preço das ações. Geralmente não somos fãs de empresas no vermelho que têm altas avaliações sobre "lucros futuros". Quando a AMD começar a publicar um benefício trimestral real, mais uma vez, reconsideraremos.
2. Under Armour
Fechamento antes da divulgação de lucros - US$ 14,7; depois da divulgação de lucros - US$ 11,5, -21,7%
Under Armour (NYSE:UAA), a rede especializada em vestuário e calçados esportivos está com em grande problema. Seu maior segmento é a América do Norte e, infelizmente, a perspectiva do varejo do vestuário esportivo não é ideal no momento, com os gastos consumidores dos EUA concentrados na Nike e na Adidas, estabelecida há muito tempo. As vendas caíram 12% na América do Norte durante o terceiro trimestre. Em geral, a empresa perdeu em estimativas de receita, pois relatou US$ 1,4 bilhão em comparação com o US$ 1,49 bilhão esperado. Pior ainda, a orientação do ano inteiro foi cortada em 10% do crescimento esperado para "um dígito único baixo", mais vago (e mais preocupante). Não prevemos que o clima de negócios mude muito nos próximos trimestres, por isso pode levar um ano ou mais para Under Armour se recuperar. É muitíssimo possível que ainda não tenhamos visto as baixas mínimas da ação.
1. General Electric
Fechamento antes da divulgação de lucros - US$ 23,5; depois da divulgação de lucros - US$ 23,8, +1,2%
Não existe uma maneira real de suavizar esta avaliação: A General Electric (NYSE:GE) foi um desastre caótico nos últimos meses. Os principais executivos - incluindo o presidente da empresa - saíram inesperadamente, lucros que desapontaram mesmo aqueles com expectativa zero, e talvez a cereja no bolo disfuncional, um corte de dividendos que cortou o pagamento pela metade - de US$ 0,96 ao ano, para US$ 0,48. Os lucros no terceiro trimestre foram particularmente ruins: a GE informou o LPA do terceiro trimestre em apenas US$ 0,29, contra os US$ 0,49 esperados. As perspectivas do ano inteiro foram subsequentemente reduzidas de cerca de US$ 1,6 dólar por ação para apenas US$ 1,1 dólar por ação. A empresa internacional de infraestrutura e tecnologia, que está passando por uma substancial reestruturação que incluirá a alienação de segmentos de baixo desempenho sob o recém-nomeado CEO John Flannery, é tudo menos um investimento bom e sólido e agora. Aguarde para ver como ficará a versão reduzida da empresa antes de pensar em prosseguir.