Mercados seguem com cautela, enquanto espera mais dados inflacionários dos EUA

Bem-vindo à sua leitura matinal de cinco minutos de como os mercados estão reagindo ao redor do mundo nesta manhã.

ÁSIA: As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em queda nesta quinta-feira, depois que o índice de preços ao consumidor dos EUA subindo menos do que o esperado para abril, enquanto a inflação da China em abril registrou o desempenho mais lento desde o início de 2021.

O índice de preços ao consumidor da China subiu 0,1% em abril em relação ao ano anterior, enquanto na comparação mensal, os preços caíram 0,1%. Economistas esperavam que o CPI subissem 0,4% em relação ao ano anterior e permanecessem inalterados em relação ao mês anterior. A leitura de abril ocorre depois que a taxa de inflação da China caiu para 0,7% em março, depois de marcar um pico recente de 2,8% em setembro.

O índice Hang Seng de Hong Kong fechou pouco alterado, recuando 0,05%, para 19.751,40, enquanto o índice Hang Seng Tech ganhou 1,43%, fechando em 3.866,25 pontos.

Na China continental, o Shanghai Composite caiu 0,29% para fechar em 3.309,55 pontos e o Shenzhen Component avançou 0,02% e terminou em 11.142,53 pontos.

No Japão, o Nikkei também negociou em alta de 0,02% e terminou o dia em 29.126,72 pontos. O Banco do Japão enfatizou em sua reunião de abril que o banco central deve manter sua atual política monetária "ultradovish" e observar os aumentos salariais em sua meta de inflação de 2%. Na reunião de 27 de abril, o BoJ considerou que o alcance de sua meta de inflação de 2% está próximo, mas acrescentou que ”é apropriado que o Banco continue com a flexibilização monetária por enquanto”. O BoJ observou que agora os salários devem subir mais do que o esperado ao longo do ano e que sinais de um “círculo virtuoso” entre salários e preços começaram a surgir na economia do Japão, mas é necessário que o banco central continue a “apoiar firme o impulso para aumentos salariais por meio de flexibilização monetária, de modo que a taxa de crescimento nominal dos salários suba suficientemente em relação aos preços”, afirmou. O BoJ estima que o índice de preços ao consumidor do país provavelmente esteja acima de 2% por enquanto, devido a um repasse aos preços ao consumidor de aumentos anteriores nos preços de importação, no entanto espera-se que caia abaixo de 2% a partir do terceiro trimestre de 2023, com o repasse atingindo o pico.

O Kospi da Coreia do Sul fechou em queda de 0,22%, para 2.491,00 pontos.

Na Austrália, o S&P/ASX 200 caiu 0,08% para fechar em 7.249,60 pontos, pressionado por empresas de serviços públicos e materiais. As gigantes da mineração BHP, Rio Tinto (LON:RIO) e Fortescue Metals (ASX:FMG) recuaram 0,9%, 1,5% e 1,9%, respectivamente. A empresa de lítio Allkem subiu 15,7% depois que anunciou uma fusão com a Livent para criar uma empresa listada em Nova York. O movimento impulsionou o setor de lítio de forma ampla, com Pilbara Minerals e Liontown Resources subindo 5,1% e 1,4%, respcetivamente. A petrolífera Woodside Energy recuperou 0,6%.

Depois que o índice de preços ao consumidor dos EUA mostrou uma inflação mais baixa do que o esperado, o iene japonês fortaleceu ligeiramente para 134,14 em relação ao dólar, com o índice do dólar caiu um pouco na manhã da Ásia para 101,48. O yuan onshore da China enfraqueceu marginalmente para 6,9389 em relação ao dólar depois que seu índice de preços ao consumidor e ao produtor apresentou uma leitura mais suave do que o esperado. O won da Coreia do Sul enfraqueceu 0,24% em relação ao dólar, para 1.320,95 e o dólar australiano enfraqueceu 0,1% para 0,6671 em relação ao dólar americano.

EUROPA: Os mercados europeus abriram em alta na quinta-feira, com os investidores internacionais continuando a digerir os últimos números da inflação nos EUA e se preparando para uma decisão sobre a taxa de juros do Reino Unido.

O pan-europeu Stoxx 600 sobe 0,6%, com a maioria dos setores subindo. As ações de varejo lideraram os ganhos, enquanto as de empresas de mineração caem.

O alemão DAX 30 sobe 0,1%, o francês CAC 40 avança 0,6% e o FTSE MIB da Itália opera "flat".

Na Península Ibérica, o IBEX 35 da Espanha sobe 0,3%, mas o português PSI 20 cai 0,3%.

Em Londres, o FTSE 100 cai 0,1%, pesada por empresas de mineração que sofrem interferência direta de dados chineses e consequentemente dos preços do minério de ferro. Anglo American (LON:AAL) cai 2,4%, Antofagasta (LON:ANTO) cai 1%, enquanto as gigantes BHP e Rio Tinto sucumbem 1,7% e 2%, respectivamente. A petrolífera BP cai 1,1%.

Espera-se que o Banco da Inglaterra anuncie o 12º aumento consecutivo da taxa de juros. Os analistas esperam que o banco central aumente os custos dos empréstimos pela 12ª reunião consecutiva, com analistas esperando uma alta de 25 pontos-base para 4,5% depois que a inflação do Reino Unido permaneceu rígida.

EUA: Os contratos futuros dos índices de ações dos EUA tentam se firmar em território positivo na manhã de quinta-feira, com os investidores digerindo o último relatório do índice de preços ao consumidor e aguardando mais informações sobre a inflação e dados econômicos importantes.

Na quarta-feira, o Nasdaq Composite ganhou 1,04%, fechando em 12.306,44 pontos e o S&P 500 avançou 0,45%, para 4.137,64 pontos. Enquanto isso, o Dow Jones Industrial Average caiu 0,09% para terminar em 33.531,33 pontos.

Os rendimentos do Tesouro dos EUA seguem mistos na quinta-feira. Por volta das 5h00, o rendimento do título do Tesouro de 10 anos caia quase um ponto-base para 3,427%. O rendimento da nota do Tesouro de 2 anos estava sendo negociado acima de dois pontos-base, a 3,9243%. Os rendimentos e os preços movem-se em direções opostas e um ponto-base é igual a 0,01%.

Os investidores avaliam as perspectivas para a economia dos EUA e a política monetária do Federal Reserve depois que a leitura do CPI de abril ficou ligeiramente mais leve do que o esperado na quarta-feira. Ele subiu 0,4% na comparação mensal, conforme esperado por economistas e 4,9% em relação ao ano anterior, pouco abaixo da estimativa de 5%.

O relatório do índice de preços ao produtor de abril, que acompanha a inflação no atacado, deve ser divulgado às 9h30 de quinta-feira, juntamente com os dados semanais iniciais de pedidos de auxílio-desemprego. Os dados econômicos mais recentes provavelmente afetarão os próximos movimentos de política do Fed e chegam em um momento em que muitos investidores estão preocupados com as taxas de juros elevadas, arrastando a economia dos EUA para uma recessão.

O banco central indicou em sua mais recente reunião na semana passada, quando aumentou as taxas de juros em 25 pontos-base, que pode interromper sua campanha de aumento de taxas em breve, mas o presidente do Fed de Nova York, John Williams, sugeriu na terça-feira que novos aumentos de juros não estão fora do radar.

Ainda na quinta-feira, o governador do Fed, Christopher Waller, fará comentários às 11h15.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, rebateu a sugestão do ex-presidente Donald Trump para os legisladores republicanos deixarem o país entrar em "default". O Congresso dos EUA está tentando chegar a um acordo sobre o limite da dívida, que refere à quantia máxima de dinheiro que as duas câmaras permitem que o governo federal tome emprestado. Os líderes democratas querem que o limite seja aumentado, mas os legisladores republicanos pediram que os cortes de gastos sejam acordados antes que qualquer coisa seja aprovada. O tempo está se esgotando para um acordo, enquanto a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, vem alertando no início deste mês que, sem um acordo, a maior economia do mundo pode entrar em "default" até 1º de junho.

Falando à repórteres antes das reuniões dos ministros das Finanças do G-7 e dos governadores dos bancos centrais em Niigata, Japão, Yellen disse que “a América nunca deve entrar em default. É algo que prejudicaria tanto os Estados Unidos e a economia global e que deveria ser considerado por todos como "impensável”". Quando questionado sobre as medidas que o governo Biden poderia tomar após um calote, Yellen enfatizou que os legisladores devem aumentar o teto da dívida. “Não há alternativa boa que nos salve da catástrofe. Não quero entrar no ranking de qual alternativa ruim é melhor que as outras, mas a única coisa razoável é elevar o teto da dívida e evitar as terríveis consequências que virão ”, disse ela aos repórteres.

O presidente dos EUA, Joe Biden, havia alertado anteriormente que as diferenças com o Partido Republicano sobre o teto da dívida podem levar a uma recessão.

O ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, disse que “não posso comentar sobre a política doméstica de outros países, mas pediu "maturidade" nas negociações do teto da dívida dos EUA: "Temos que evitar mais riscos". Ele espera que os legisladores americanos sejam “maduros” em se tratando das negociações do teto da dívida para evitar mais reveses na economia global.

Ainda na reunião do G-7, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, também disse que este é um desenvolvimento “vital” para a economia global. “Apreciamos o quão sensível esta questão é na política americana, mas ao mesmo tempo, a resolução é vital também na estabilidade econômica do todo o mundo”, disse ele.

CRIPTOMOEDAS: As criptomoedas caem nesta quarta-feira, depois que o último relatório da CPI mostrou que a inflação aumentou em abril, mas um pouco menor do que o esperado.

O Bitcoin cai menos de 1% nas últimas 24 horas e é negociado abaixo de US$ 27.500. A oscilação do Bitcoin na quarta-feira resumiu sua vulnerabilidade aos eventos macros nas últimas semanas. A maior criptomoeda por capitalização de mercado subiu com um Índice de Preços ao Consumidor dos EUA levemente favorável, que mostrou a inflação subindo 4,9% abaixo do esperado em abril, mas o Bitcoin afundou por volta do meio-dia com rumores na internet de uma venda de Bitcoin de US$ 320 milhões do governo dos EUA antes de se recuperar, à medida que os mercados passaram a ignorar os boatos.

O Bitcoin está oscilando durante os ciclos de mercado e ainda não atingiu esse ciclo de impulso de alta. As falências bancárias dos EUA em abril e no início deste mês não conseguiram estimular um impulso duradouro. O Bitcoin é considerado uma ativo alternativo em épocas de turbulências bancárias.

Também é salutar enfatizar que a correlação do Bitcoin com o ouro está nas máximas histórica e a criptomoeda tem uma relação inversa com o índice do dólar.

O Ethereum também cai menos de 1% nas últimas 24 horas, ainda acima de US$ 1.820. Criptos menores ou altcoins cedem, com Cardano perdendo 0,1% e Polygon caindo 1%. As memecoins também sucumbem. Dogecoin cai 1%.

Bitcoin: -0,48% em US $ 27.445,10
Ethereum: -1,02% em US $ 1.820,97

ÍNDICES FUTUROS - 7h40:
Dow: -0,03%
S&P 500: +0,18%
NASDAQ: +0,21%

COMMODITIES:
MinFe Dailan: -3,46%
Brent: +0,62%
WTI: +0,58%
Soja: -0,28%
Ouro: -0,12%

OBSERVAÇÃO: Este material é um trabalho voluntário, independente, resultado da compilação de dados divulgados em diversos sites da internet que são aqui resumidos de maneira didática para facilitar e agilizar a compreensão do leitor. O texto da sessão asiática está no tempo passado, enquanto a europeia e a americana estão no presente devido ao horário em que este relatório é redigido. Atentem-se para o horário de disponibilização dos dados. O texto não é indicação de compra, manutenção ou venda de ativos.