ÁSIA: As bolsas asiáticas estendem as perdas nesta quinta-feira, enquanto os futuros dos EUA serpenteavam, em meio à turbulência política nos EUA acelerada com a nomeação de um conselho especial para assumir a investigação sobre o envolvimento da Rússia nas eleições presidenciais dos EUA no ano passado.
No Japão, o Nikkei caiu 1,32% para terminar em 19.553,86 pontos, depois de cair 0,53% na sessão anterior devido fortalecimento do iene. Desta vez, o iene não reagiu muito ao crescimento do produto interno bruto (PIB) do Japão no período de janeiro a março, que chegou a 2,2% ao ano, superando uma previsão da Reuters de 1,7%. Segundo analistas, os dados do PIB foram abafados pelas tensões políticas em Washington que abalaram os mercados globais. Os exportadores japoneses recuaram com o impulso do iene. Um iene mais forte tende a enfraquecer os ganhos dos exportadores no exterior quando repatriados para sua moeda local.
Do outro lado do Estreito coreano, o Kospi da Coreia do Sul caiu 0,18% para terminar em 2.288,85 pontos, enquanto o índice Hang Seng de Hong Kong caiu 0,62%. No continente, o Shanghai Composite caiu 0,45% para terminar em 3.090,40 pontos, enquanto o Shenzhen Composite caiu 0,63%.
O australiano S&P/ASX 200 caiu 0,82% e fechou em 5738,30 pontos, estendendo a queda de 1,1% da quarta-feira. O setor bancário continua pesando sobre o benchmark desde que o orçamento australiano, anunciado na semana passada, incluiu planos para um novo imposto sobre os ganhos dos grandes bancos. As mineradoras australianas tiveram um desempenho misto. BHP caiu 0,8%, Fortescue recuou 1,8%, enquanto Rio Tinto (LON:RIO) avançou 0,3%.
O dólar australiano fortaleceu após dados oficiais de emprego mostrar que a taxa de desemprego caiu para 5,7% em abril, ante 5,9% no mês passado. O Aussie subiu para US$ 0,746.
EUROPA: Os mercados europeus caem próximo das mínimas de duas semanas, com a crescente incerteza política nos EUA exacerbando preocupações dos investidores quanto à possibilidade do presidente Donald Trump ser capaz de cumprir as principais políticas pró-crescimento. O índice Stoxx Europe 600 cai 1,16% na sequência da queda de 1,2% na quarta-feira, que marcou a maior perda percentual diária desde o dia 26 de setembro.
Na quarta-feira, os investidores começaram a fugir de ativos considerados mais arriscados, como ações, depois que um relatório mostrou que Trump tinha pedido a James Comey, então diretor do Federal Bureau of Investigation, para parar com uma investigação sobre as ligações entre Trump e as autoridades russas.
Nesta quinta-feira, ações de bancos europeus lutam contra a celeuma de que a administração Trump não será capaz aprovar regras reguladoras mais flexíveis para o setor financeiro. O Stoxx Europe 600 Bank recua 2,37. O setor de exportação europeu também sofre em meio à força do euro, que nesta subiu acima de US $ 1,11 pela primeira vez desde novembro.
A fabricante de automóveis Fiat Chrysler despenca 5,96% após relatos de que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos pretende apresentar uma ação civil contra a empresa sob alegação de excesso de emissão de diesel em seus modelos se nenhum acordo prévio for firmado. Altice cai 2,70%, porque a empresa de telecomunicações holandesa quebrou as regras da União Europeia ao realizar a aquisição da PT Portugal sem antes de notificar ou obter a aprovação prévia do órgão de fiscalização de concorrência da União Europeia.
O FTSE 100 do Reino Unido estendem as perdas de quarta-feira, liderado pelos setores de materiais básicos, industrial e financeiro. O índice caiu 0,3% na quarta-feira, a primeira perda em 10 sessões, recuando de seu recorde de fechamento de 7.522,03 pontos registrado na terça-feira. Em Londres, as ações do Barclays (LON:BARC) recuam 1,98% e HSBC Holdings (LON:HSBA) caem 1,56%.
Questionamentos sobre a viabilidade dos planos de infraestrutura promovidos pelo governo Trump e a continuidade de um comércio fraco, prejudicou as ações dos produtores de metais. Antofagasta (LON:ANTO) cai 3,2%, Anglo American (LON:AAL) perde 2,7%, BHP recua 1,9% e Rio Tinto perde 1,3%.
Entre os dados econômicos divulgados, a taxa de desemprego da França caiu para 9,6%, uma baixa de cinco anos, com o mercado de trabalho melhorando para os jovens. As vendas do varejo britânico recuperaram em abril, após um declínio íngreme nos primeiros três meses do ano. As vendas no varejo cresceram 2,3% no mês, significativamente maior do que os 1,5% esperados por uma pesquisa do Wall Street Journal.
A França deve realizar uma reunião de gabinete do seu governo recém empossado. O apoio ao partido centrista do presidente Emmanuel Macron vem crescendo antes das eleições legislativas de junho de acordo com a pesquisa da Harris Interactive, aumentando a probabilidade do ex-ministro da economia conseguir apoio parlamentar para seus planos de reforma.
Por outro lado, secretários de relações exteriores da UE se reunirão em Bruxelas para discutir a cooperação da OTAN, bem como segurança e defesa.
EUA: Futuros de ações dos EUA enfrentam um outro "selloff". Os futuros do Dow deslizaram quase 100 pontos após a Reuters informar que o ex-conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn e outros membros da equipe de campanha de Trump trocaram pelo menos 18 telefonemas ou e-mails com autoridades russas durante a campanha presidencial de 2016. Entre os acontecimentos recentes, o ex-chefe do FBI, Robert Muller, foi nomeado como conselheiro especial pelo Departamento de Justiça, para assumir a investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016, além dos e-mails de Hillary Clinton.
Na quarta-feira, as bolsas dos EUA sofreram um pesado "selloff" depois que o New York Times informou que o presidente dos EUA, Donald Trump, havia pedido ao ex-diretor do Federal Bureau of Investigations, James Comey, que abandonasse uma investigação entre seu círculo íntimo e os russos. O Nasdaq Composite liderou a sessão desastrosa em Wall Street caindo de 2,6% para 6.011,24 pontos, o pior declínio diário desde o Brexit no verão passado.
Os relatórios provocaram a possibilidade de impeachment para Trump, embora muitos analistas acreditam que a situação não acontecerá, mas os apostadores internacionais estão aumentando suas apostas de que Donald Trump será retirado do cargo de presidente dos EUA. A PredictIt, que oferece previsões em eventos políticos e financeiro, teve um volume recorde nos últimos dois dias em contratos focados em saber se Trump sofrerá impeachment. As probabilidades mais recentes sugerem uma chance de 27% para "sim". As apostas na britânica Ladbrokes sugere cerca de 56%, as chances do presidente americano ser retirado do cargo.
Analistas de mercados acreditam que não há nenhuma chance de que os cortes de impostos para as empresas americanas cheguem ao Congresso, enquanto o presidente Trump estiver defendendo suas alegações sobre obstrução da justiça.
O dólar americano vem subindo depois da eleição de novembro, em parte devido em parte às expectativas sobre as políticas propostas por Trump, mas o mercado parece estar a desfazendo essas expectativas.
Na agenda desta quinta-feira está prevista a divulgação do relatório sobre reivindicações semanais de desemprego às 9h30, onde se espera um pequeno aumento para 240.000. O Philly Fed index para maio será divulgado no mesmo horário e a leitura sobre os principais indicadores de abril será às 11h00 (horário de Brasilia). Loretta Mester, presidente do Fed da Cleveland, falará sobre a perspectiva econômica em Minneapolis, Minnesota, às 14h15.
AGENDA DO INVESTIDOR EUA:
9h30 - Unemployment Claims (número de pedidos de auxílio-desemprego);
9h30 - Philly Fed Manufacturing Index (indicador responsável por mensurar a atividade industrial no estado);
11h00 - CB Leading Index (ou Índice de Indicadores Antecedentes, relatório que compreende 10 índices já divulgados no país e que resumem a situação da economia americana e servem como prévia para o desempenho da economia);
ÍNDICES FUTUROS - 8h00:
Dow: -0,52%
SP500: -0,42%
NASDAQ: -0,32%
BRASIL: As ações brasileiras negociadas em Nova York despencaram após a notícia de que o dono da JBS (SA:JBSS3), Joesley Batista, gravou Michel Temer dando aval para comprar o silêncio de Eduardo Cunha. No after market do pregão americano, o iShares MSCI Brazil Capped ETF, que representa as ações com maior peso no Ibovespa, desabou 14% na quarta-feira. Os ADRs da Petrobras (NYSE:PBR) desabaram 11,08% para US$ 9,15. No pregão regular, que terminou às 17h00 (horário de Brasilia), os papeis da estatal haviam caído apenas 1,53%.
O iShares MSCI Brazil Capped (NYSE:EWZ)cai 15,97% no pré market desta quinta-feira, com os políticos da oposição pedindo para o presidente Michel Temer se demitir. O fundo iShares é o maior ETF cotado nos EUA que rastreia ações brasileiras e atraiu quase US$ 6 bilhões em dinheiro de investidores.
OBSERVAÇÃO:
Este material é um trabalho voluntário, resultado da compilação de dados divulgados em diversos sites da internet que são aqui resumidos de maneira didática para facilitar e agilizar a compreensão do leitor. O texto da sessão asiática está no tempo passado e a europeia no presente devido ao horário em que este relatório é redigido. Atentem-se para o horário de disponibilização dos dados.