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Commodities e Brasil: Tudo a Ver!

Publicado 14.12.2020, 15:01
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Essa semana, depois de 6 meses nos Estados Unidos, cheguei ao Brasil para as festas de final de ano. A cada vinda para o Brasil é uma enorme alegria, apesar da distância que tenho que percorrer, que iniciam com 13 horas de avião, incluindo a Conexão Fort Lauderdale – Campinas – Porto Alegre. Além desse trajeto, por ter nascido no interior do RS, tenho ainda que percorrer cerca de 7 horas de ônibus, até a cidade que nasci, Santo Ângelo-RS. Esse ano, coincidiu a minha vinda com o aniversário de minha mãe e para eu não chegar atrasado, acabei optando por locar um automóvel e fazer a viagem em 6 horas, percurso demorado mas que valeu a pena ter chegado a tempo para as comemorações do aniversário da minha mãe e estar com minha família em Santo Ângelo-RS. A cidade de Santo Ângelo é conhecida também por ter a Feira Nacional do Milho, a Fenamilho Internacional, da qual geram negócios ligados ao milho, como o nome já diz. Mesmo com toda a alta no preço da commodity milho, acredito que nos próximos anos teremos uma alta nessa e em outras commodities, de maneira geral e isso que irei discorrer mais na data de hoje.

Continuo acreditando nesse ponto, de elevação no preço das commodities, mantendo o que escrevi já em 13 e 20 de julho:

Ações em Valor e Commodities Podem Estar Depreciadas

Oportunidades em Petróleo, Ouro, Commodities e Mercados Emergentes

De lá para cá, todos os preços das commodities evoluíram, porém mesmo com essa evolução, acredito que há espaço para elas andarem mais ainda. O mercado financeiro é de ciclos, assim como nossas vidas, que são de momentos e altos e baixos, sendo assim, tivemos a década 2000 com uma elevação no preço de minério de ferro, petróleo, entre outros, de maneira forte, ajudando no crescimento do ciclo virtuoso da economia brasileira e tivemos a década seguinte (2010-2020) conhecida como a “década perdida”, em que pouco crescemos e cujo preço das commodities, assim como de mercados emergentes, estiveram entre os piores investimentos dessa década, como podemos ver abaixo (em azul fraco e em amarelo, na coluna 10 years):

Se utilizarmos um horizonte de prazo maior, desde a década de 70, com o Acordo Bretton Woods, até hoje, notaremos que mesmo com a queda do preço das commodities na década de 2010-2020 e comparando o S&P Commodity Index com o Ìndice S&P500 das maiores empresas de capital aberto dos EUA, veremos que o patamar atual do Ìndice de Commodities está em um dos menores patamares desses 50 anos (!!!!!), como podemos ver melhor abaixo:

Se observarmos outro Índice, veremos que mesmo com a alta recente, estamos ainda longe dos topos anteriores em termos de preço, dos anos 2008 e 2012:

fonte: Index Mundi

Qual a justificativa para a alta das commodities?

De maneira resumida, porque tempo é o ativo mais precioso que temos:

  1. impressão de dinheiro: mais dinheiro vem sendo impresso no mundo, pelos bancos centrais mundias, atingindo o patamar de cerca de US$ 18 trilhões, com isso, commodities  e os ativos reais tendem a ser privilegiados, já que não podem ser produzidos artificialmente, como a impressão de dinheiro. A propósito, os ativos reais, também estão nos menores patamares da história (desde 1925), se os compararmos com os ativos financeiros:

2. o comparativo histórico: como mostrei, tanto commodities, quanto ativos reais estão nos menores patamares da história;

3. Àsia alimentando-se melhor, consumindo mais e crescendo mais futuramente;

4. Hedge contra inflação: vários investidores comentam sobre a preocupação quanto ao descontrole da inflação e que a mesma não estaria surgindo ainda, devido ao alto desemprego ainda persistente, tanto nos EUA, quanto no Brasil. Investir em commodities é estar preparado para a inflação, de modo geral.

5. dólar e exportações

Sendo assim, essas são as principais causas para uma elevação no preço das commodities, de maneira muito sintetizada!

Brasil e economia

No Brasil indicadores vêm chamando atenção, o PMI veio acima de 64 e vem mostrando recuperação. Tivemos o setor de varejo crescendo em um dos maiores patamares desde fevereiro, voltando ao nível pré-pandemia.

Um dos indicadores que mais gosto de utilizar para o investimento de modo geral em ações é o Preço-Lucro Forward do Ibovespa. Atualmente estamos 1 desvio padrão acima da média:

Já o fluxo de entrada de capital estrangeiro, depois de bater recordes em novembro, com mais de R$ 30 bilhões, já nesses primeiros dias de dezembro está em patamar de R$ 4,6 bilhões de ingressos. Lembro que desde 2017 há um registro de saída de capital estrangeiro de investimentos no Brasil e esse sinal de volta, junto com o ingresso de pessoas física no mercado, traz um fluxo que auxilia ainda mais nos investimentos em ações do Brasil e o seu crescimento.

Outro ponto interessante é o Ibovespa em dólar. Falei essa semana com investidores dos EUA e muitos continuam muito interessados em investir no Brasil, pois comparando com o mercado acionário americano que está cerca de 33x o lucro anual, temos o Brasil negociado hoje a menos de 15x lucros anuais e uma expectativa muito maior de crescimento.

Em dólares, o Ibovespa está cerca de 80% do maior patarmar histórico, atingido em 2008 e depois 2011, como podemos ver abaixo:

 

Sempre lembrando: faça sua própria avaliação, é importante sempre estudar e evoluir por conta própria, pois o que comentei acima não é uma indicação de negociação, apenas uma visão de alguns ativos.

Fico por aqui!
Um grande abraço

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