👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Turbulência nos mercados e inflação: 5 principais assuntos para acompanhar na semana

Publicado 06.03.2022, 10:10
Atualizado 06.03.2022, 15:50
© Reuters
LCO
-
CL
-

Por Noreen Burke e Jessica Bahia Melo

Investing.com - A guerra na Ucrânia continua dominando o sentimento do mercado na próxima semana e a grande alta da semana passada nos preços das commodities deve se manter, aumentando a já alta inflação. Os números de inflação dos EUA para fevereiro serão observados de perto antes de um aumento iminente dos juros pelo Federal Reserve em 16 de março. No Brasil, o IPCA será divulgado na sexta-feira, após uma prévia da inflação oficial que mostra uma tendência de aceleração. O Banco Central Europeu realizará sua primeira reunião desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, enquanto os dados do Reino Unido e Canadá devem sublinham as expectativas de novas subidas das taxas de juro. Aqui está o que você precisa saber para começar sua semana.

CONFIRA: Calendário econômico completo do Investing.com

1. Turbulência do mercado

Preocupações geopolíticas continuarão a obscurecer as perspectivas para as ações dos EUA, mesmo que as preocupações com a inflação crescente e os preços mais altos das commodities, alimentadas por sanções contra a Rússia, reduzam as expectativas de quão agressivamente o Fed aumentará as taxas de juros.

Carteira: Como se defender da volatilidade gerada pelo conflito Ucrânia-Rússia

"O mercado de ações foi impulsionado pelas expectativas de um Fed menos agressivo e rendimentos mais baixos no agregado. A ameaça de taxas de juros mais altas diminuiu um pouco", disse à Reuters Brad Neuman, diretor de estratégia de mercado da Alger.

"O Fed será menos agressivo agora que a Rússia invadiu a Ucrânia no curto prazo, mas o problema que o Fed enfrenta não foi melhorado", disse Neuman. "Na verdade, foi exacerbado."

A alta dos preços das commodities aumentou os temores de uma inflação ainda maior, o que poderia levar o Fed a aumentar as taxas de juros de forma mais agressiva.

O presidente do Fed, Jerome Powell, disse na semana passada que apoiaria um aumento de 25 pontos-base na taxa de juros na próxima reunião do banco central na próxima semana, mas acrescentou que estaria "preparado para agir de forma mais agressiva" mais tarde se a inflação não diminuir tão rapidamente quanto o esperado.

LEIA MAIS: Powell apoia alta de 0,25 p.p. nos juros em março, mas diz que Fed está preparado para ser mais agressivo

2. Inflação dos EUA

Espera-se que os dados de quinta-feira mostrem que a inflação dos EUA subiu novamente no mês passado, com economistas prevendo um aumento de 7,9% ano a ano, após a alta de quatro décadas de janeiro de 7,5%.

Embora a guerra na Ucrânia tenha moderado as expectativas de aumentos agressivos das taxas do Fed, um número de CPI acima do esperado pode alimentar as expectativas de uma ação mais rápida. Isso prejudicaria os ativos de risco, já abalados pela incerteza ligada à Ucrânia.

Dados do Sentimento do consumidor da Universidade de Michigan na sexta-feira fornecerão aos investidores uma visão de como as famílias estão se saindo à medida que as pressões crescentes dos preços corroem o poder de compra.

Não há aparições programadas de funcionários do Fed durante a semana, pois o banco central entra em seu tradicional período de apagão pré-reunião.

3. IPCA no Brasil

Além dos Estados Unidos, o Brasil também volta as atenções para o indicador oficial de inflação no país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para o mês de referência de janeiro, a inflação foi de 0,54%, chegando a 10,38% ao ano. Os dados serão divulgados na sexta-feira e a projeção para fevereiro é de uma alta mais elevada, de 0,96% ao mês, acelerando o indicador anual para 10,50%.

O IPCA-15 de fevereiro, considerado a prévia da inflação oficial, teve alta de 0,99%, de acordo com o Instutto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima das expectativas do mercado, que previam uma alta de 0,85%.

A semana inicia com a divulgação dos dados PMI composto Markit de fevereiro e o do setor de serviços, às 10h.

Na terça, é a vez do IGP-DI mensal, às 8h, do Índice de Preços ao Produtor (IPP), às 9h, além da produção e vendas de veículos, ambos às 10h.

Na quarta, serão divulgados dados da produção industrial de janeiro. O último indicador apresentou elevação mensal em 2,9% e recuo anual de 5%. Para janeiro, a estimativa é de uma queda de 1,8%, atingindo queda de 6,1% na base anual.

Para quinta-feira, destaque para os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), que traz a criação de vagas formais de emprego no país, às 8h. Às 9h, serão divulgados os dados das vendas no varejo do mês de janeiro.

FOCUS: Inflação continua subindo, enquanto PIB, Selic e Dólar ficam estáveis

4. Rali de commodities

O governo Biden está analisando cortar as importações de petróleo russo, disse a Casa Branca nesta sexta-feira, enquanto o Senado agiliza um projeto de lei que baniria totalmente as importações de energia russa.

CONFIRA: A outra guerra: estamos à beira da pior crise energética desde 1970?

A Casa Branca poderia contar com a legislação para proibir importações, uma medida que ajudaria a dividir a culpa por quaisquer picos de preços que aumentariam a inflação já alta.

"Embora as importações de petróleo dos EUA da Rússia sejam pequenas em um contexto global", disse à Reuters o analista do UBS Giovanni Staunovo, os preços do petróleo subiram na sexta-feira porque "alguns participantes do mercado podem estar preocupados que outros países sigam esse passo".

Os preços do petróleo registraram seus maiores ganhos semanais desde meados de 2020 na semana passada, com o benchmark Brent subindo 21% e U.S. bruto ganhando 26%.

Atrasos na conclusão das negociações sobre o acordo nuclear do Irã também podem elevar os preços do petróleo na próxima semana.

Além do petróleo, os preços de grãos e metais também subiram para máximas de vários anos desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, quando as sanções ocidentais a Moscou interromperam as exportações do grande produtor russo e ameaçaram uma crescente crise de oferta global.

VEJA MAIS: Em que medida as sanções à Rússia vão impactar no preço das commodities?

5. Reunião do BCE, PIB do Reino Unido, dados de empregos no Canadá

O BCE está preparando as bases para sua saída de políticas expansionistas, mas a invasão da Ucrânia pela Rússia colocou seus planos em desordem.

A inflação na Zona do euro está atingindo um recorde de 5,8%, quase três vezes a meta de 2% do BCE. E a guerra, ao provocar um aumento nos preços da energia, está causando pressão ascendente sobre a inflação. Ao mesmo tempo, está obscurecendo as perspectivas de crescimento econômico global.

Espera-se que o BCE na quinta-feira mantenha seus planos de encerrar as compras de ativos sob seu Programa de Compra de Emergência Pandêmica (PEPP), enquanto dobra a compra de ativos sob seu Programa de Compra de Ativos mais longo no segundo trimestre.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, realizará uma reunião e conferência de imprensa, quando ela pode ser pressionada sobre os planos de aumento das taxas, tendo no mês passado desistido de uma promessa de não aumentar os juros este ano.

O Reino Unido deve divulgar os dados do PIB de janeiro na sexta-feira, que deve apontar para uma recuperação modesta de 0,2% após contrair o mesmo valor em dezembro.

Apesar da guerra na Ucrânia, os mercados financeiros ainda esperam que o Banco da Inglaterra aumente as taxas de 0,5% para seu nível pré-pandemia de 0,75% em 17 de março, em meio a pressões crescentes de preços.

O Canadá deve divulgar seu relatório jobs de fevereiro na sexta-feira, depois que o Banco do Canadá aumentou os juros pela primeira vez em mais de três anos na semana passada.

O governador do BOC, Tiff Macklem, não descartou um raro aumento da taxa de 50 pontos-base no futuro, se necessário para conter a inflação crescente.

Enquanto isso, a Rússia deve divulgar os dados de inflação de fevereiro na quarta-feira, com o CPI esperado para atingir 8,8% à medida que o impacto das sanções ocidentais começa a entrar em vigor.

-Reuters contribuiu para este relatório

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.