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Publicado 17.12.2024, 08:06
© Reuters
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Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo

Investing.com -- Wall Street é vista sendo negociada em ligeira baixa na terça-feira, antes do início da última reunião de política do Federal Reserve do ano. As ações da Nvidia entraram em território de correção, enquanto o DAX alemão pode sofrer com a dissolução do governo do país. No Brasil, destaque para a ata da última reunião de política monetária.

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1. O Fed fará cortes, mas o que acontecerá em janeiro?

O Federal Reserve inicia sua última reunião de política do ano na terça-feira, que será concluída na quarta-feira com um corte amplamente esperado de 25 pontos-base na taxa.

Essa redução, que seria seu terceiro corte consecutivo, já foi totalmente precificada e, portanto, o foco principal é o que os formuladores de políticas veem em termos de novos cortes nas taxas em 2025.

O Goldman agora espera que o banco central permaneça estável em janeiro, em comparação com as expectativas anteriores de um corte, explicando que o desemprego ficou abaixo do esperado e a inflação ultrapassou as projeções do FOMC.

No entanto, o Standard Chartered (OTC:SCBFF) espera que o Fed faça outro corte na taxa de juros em janeiro, em meio à contínua fraqueza do mercado de trabalho.

"Nossa previsão básica é que ele corte novamente em 29 de janeiro, porque esperamos que os dados do mercado de trabalho que estão chegando sejam ainda mais brandos", disse o banco em uma nota recente.

"Uma taxa de desemprego mais alta ou um crescimento da folha de pagamento não agrícola de 125 mil ou menos deve ser suficiente [para que o Fed faça cortes em janeiro]", acrescentou.

Os futuros de ações dos EUA caíram na terça-feira, dando continuidade às recentes negociações cautelosas antes do início da última reunião do Fed do ano.

Às 8h05 (de Brasília), o contrato Dow futuros estava em queda de 0,31%, o S&P 500 futuros caía 0,24%, e o Nasdaq 100 futuros recuava 0,07%.

Os principais índices de Wall Street tiveram negociações mistas na segunda-feira, com o Nasdaq Composto ganhando 1,2% e o S&P 500 subindo cerca de 0,4%, enquanto o blue chip Dow Jones Industrial Average caiu pelo oitavo dia consecutivo, pela primeira vez desde junho de 2018.

Os dados econômicos se concentram em vendas no varejo dados de novembro, que devem mostrar um crescimento mensal de 0,6%, já que os consumidores continuaram a gastar.

CONFIRA: Monitor da Taxa de Juros do Fed

2. Nvidia entra em território de correção

A Nvidia (NASDAQ:NVDA) se tornou a favorita do mercado este ano, com os investidores associando a fabricante de chips ao entusiasmo em torno da inteligência artificial, já que ela se tornou a maior empresa do mundo.

Entretanto, suas ações entraram em território de correção na segunda-feira, caindo 11% em relação ao preço de fechamento mais alto, depois de não conseguirem sair da recente queda.

Esse enfraquecimento atual decorre da preocupação de que a empresa se torne um saco de pancadas, dada a escalada da concorrência tecnológica entre os EUA e a China.

As restrições impostas por Washington impedem a empresa de vender seus chips mais avançados para empresas chinesas, limitando sua capacidade de avançar nas tecnologias de IA.

A China respondeu na semana passada lançando uma investigação sobre a Nvidia por alegações de violação das regulamentações antimonopólio, já que ambos os governos buscam influência sobre o participante dominante no mercado de chips de IA.

A Nvidia fez vários esforços para projetar chips de IA que aderissem às regras de exportação dos EUA e, ao mesmo tempo, fornecessem aos clientes chineses ferramentas para desenvolver tecnologias essenciais.

A empresa foi forçada a negar notícias na semana passada de que cortaria o fornecimento para a China, dizendo que a China era um mercado importante e que continuaria a fornecer produtos e serviços de alta qualidade para os clientes chineses.

ACOMPANHE: Cotações dos principais índices futuros

3. Instabilidade política alemã pesará sobre o DAX?

O governo alemão foi oficialmente dissolvido na segunda-feira, quando o chanceler Olaf Scholz perdeu um voto de confiança, abrindo caminho para uma eleição antecipada em 23 de fevereiro.

A coalizão tripartite de Scholz se desfez no mês passado, depois que os Democratas Livres, pró-mercado, desistiram em uma disputa sobre dívidas, deixando seus social-democratas e os Verdes sem maioria parlamentar.

Essa turbulência política ocorreu durante um período de instabilidade econômica, com a economia alemã, a maior da zona do euro, lutando para evitar uma recessão, enquanto uma guerra comercial com um novo governo liderado por Donald Trump se aproxima.

Dados divulgados na segunda-feira mostraram que a atividade comercial alemã se contraiu pelo sexto mês consecutivo neste mês, enquanto as empresas alemãs se sentem pessimistas em relação ao novo ano, com apenas 12,6% esperando que as condições comerciais melhorem em 2025, de acordo com uma pesquisa do instituto Ifo.

No entanto, o DAX index alemão subiu mais de 20% até agora em 2024, superando substancialmente o CAC 40 index da França, com a segunda maior economia da zona do euro também lutando contra a incerteza política.

"Embora as ações na Alemanha tenham conseguido superar o fraco crescimento e a incerteza política este ano, as da França não conseguiram. Suspeitamos que todas elas terão um desempenho ruim no próximo ano, já que essas condições adversas permanecem e uma guerra comercial cobra seu preço", de acordo com o economista sênior da Capital Economics, Hubert de Barochez.

LEIA AINDA: S&P 500: Citi projeta 6.500 pontos até 2025, mas alerta para volatilidade

4. Petróleo aguarda Fed

Os preços do petróleo caíram na terça-feira, pressionados por uma tomada de lucros antes da última reunião de política do Federal Reserve.

Às 8h05, os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) caíram 1,53%, para US$69,63 por barril, enquanto o contrato Brent caiu 0,81%, para US$73,31 por barril.

Os preços do petróleo estão caindo em relação às altas de várias semanas observadas na semana passada, com os dados fracos de segunda-feira da China, que provocaram a realização de lucros, com os investidores preocupados com a saúde da segunda maior economia do mundo.

Os investidores também entraram em um compasso de espera antes da reunião do Fed, relutantes em manter posições significativas antes desse evento que pode movimentar o mercado.

A expectativa geral é de que o Fed corte as taxas de juros em um quarto de ponto percentual, uma medida que poderia impulsionar o crescimento econômico e a demanda por petróleo.

CONFIRA: Cotações das commodities

5. Ata do Copom no Brasil

O Banco Central divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 12,25%. O encontro, na semana passada, marcou uma aceleração no ritmo de aperto monetário, tendo em vista que, na reunião de novembro, o aumento havia sido de meio ponto percentual.

De acordo com a ata do Copom, as perspectivas inflacionárias estão mais desafiadoras. “A conjunção de um mercado de trabalho robusto, política fiscal expansionista e vigor nas concessões de crédito amplo segue indicando um suporte ao consumo e consequentemente à demanda agregada”, apontou a ata.

“Em particular, o ritmo de crescimento do consumo das famílias e da formação bruta de capital fixo indica uma demanda interna crescendo em ritmo bastante intenso, apesar da política monetária contracionista”, completou o documento, apesar de ponderar para indicativos de desaceleração na atividade futura.

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