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Publicado 19.12.2024, 08:05
© Reuters
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Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo

Investing.com -- Wall Street é vista se recuperando na quinta-feira após a queda liderada pelo Fed na sessão anterior, com o Banco da Inglaterra sendo o próximo banco central na fila para tomar decisões de juros. A Apple busca parceiros chineses para suas opções de IA, enquanto a Micron decepciona com o guidance. No Brasil, leilões do Banco Central tentam amenizar disparada do dólar, que atinge novos recordes frente ao real.

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1. O BOE é o próximo banco central na fila

As decisões de juros dos bancos centrais continuam na quinta-feira, um dia depois que o Fed cortou as taxas de juros, mas projetou um ritmo mais lento de flexibilização monetária em 2025.

O Banco da Inglaterra é o próximo, mais tarde na sessão, e, ao contrário do Fed, deverá manter as taxas de juros inalteradas, adotando uma postura muito gradual para flexibilizar as condições monetárias do país.

O índice dos preços ao consumidor do Reino Unido subiu para 2,6% em novembro, de 2,3% no mês anterior, de acordo com dados divulgados no início desta semana, afastando-se ainda mais da meta de médio prazo de 2,0% do Banco da Inglaterra.

Além disso, os salários britânicos aumentaram mais do que o esperado nos três meses até outubro, aumentando as preocupações com as pressões inflacionárias subjacentes.

Cinquenta pontos-base de cortes do BOE estão precificados para 2025, com o primeiro corte de 25 pontos-base totalmente precificado para maio. Isso pode mudar se os formuladores de políticas parecerem particularmente hawkish após o anúncio.

Na quinta-feira, também haverá reuniões dos bancos centrais na Noruega e na Suécia.

Espera-se que o banco central da Noruega mantenha as taxas inalteradas, enquanto o equivalente da Suécia provavelmente cortará sua taxa básica em um quarto de ponto.

O Banco do Japão manteve as taxas de juros inalteradas na quinta-feira, com sua taxa básica de política de curto prazo em 0,25%, já que os formuladores de políticas continuaram cautelosos em relação às perspectivas econômicas do Japão e à trajetória da inflação.

O BOJ disse que espera que a inflação do índice de preços ao consumidor aumente em 2025, em meio a um ciclo virtuoso de salários mais altos e aumento do consumo privado.

O Banco Popular da China se reúne na sexta-feira e também é amplamente esperado que deixe inalteradas suas taxas de empréstimo de referência.

CONFIRA: Monitor da Taxa de Juros do Fed

2. Futuros americanos saltam após derrota liderada pela tecnologia; dados do PIB devem ser divulgados

Os futuros das ações dos EUA subiram na quinta-feira, recuperando-se após a forte venda da sessão anterior, na esteira da revisão da perspectiva do Federal Reserve para as taxas de juros no próximo ano.

Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros estava em alta de 0,33%, o S&P 500 futuros subiu0,34%, e o Nasdaq 100 futuros ganhava 0,35%.

Os principais índices de Wall Street caíram na quarta-feira, depois que o banco central dos EUA cortou as taxas de juros, mas também sinalizou que provavelmente só cortará as taxas de juros duas vezes no próximo ano, em comparação com as quatro reduções observadas na previsão de setembro.

O blue chip Dow Jones Industrial Average caiu mais de 1.000 pontos, ou 2,6%, sua décima perda consecutiva, enquanto o S&P 500 caiu quase 3% e o Nasdaq Composite caiu 3,6%, seu pior dia desde o final de julho.

Ainda assim, essa derrota nas ações de tecnologia representa uma oportunidade de compra, disseram os analistas da Wedbush, com a inteligência artificial devendo gerar mais ganhos no próximo ano.

A venda apresenta uma "oportunidade de compra para os vencedores de tecnologia preparados para participar de uma robusta revolução da IA em 2025", disse Wedbusg, em uma nota divulgada na quarta-feira.

Os dados econômicos estão centrados na divulgação do terceiro trimestre PIB, que deve mostrar que o crescimento anualizado caiu para 2,8% no trimestre, uma queda em relação aos 3,0% do trimestre anterior.

ACOMPANHE: Cotações dos principais índices futuros

3. A Apple busca parceiros na China para a IA; guidance da Micron decepciona

A Apple (NASDAQ:AAPL) está em negociações com parceiros locais, Tencent e ByteDance, sobre a integração de seus modelos de inteligência artificial em iPhones vendidos na China, informou a Reuters, um mercado importante para a gigante da tecnologia.

A Apple iniciou o lançamento do ChatGPT da OpenAI em seus dispositivos este mês, mas os requisitos regulatórios da China exigem que os serviços de IA geradora obtenham aprovação do governo antes do lançamento público, forçando a Apple a buscar parceiros locais para seus recursos de IA.

As discussões da Apple com a Tencent e a ByteDance, proprietária do TikTok, sobre o uso de seus modelos de IA estão em um estágio muito inicial, disse a Reuters, mas parecem ser parte dos planos da empresa norte-americana para aumentar a receita quando sua participação no mercado da segunda maior economia está em declínio.

As ações da Micron (NASDAQ:MU) caíram no pré-mercado depois que a fabricante de chips divulgou guidance fraco para o segundo trimestre após o fechamento da quarta-feira, decepcionando os investidores, apesar de um lucro superior ao do último período.

A empresa divulgou lucros do primeiro trimestre acima das expectativas, mas também reduziu significativamente suas perspectivas para o primeiro trimestre do próximo ano, em meio à fraca demanda pelos chips que fabrica, que são usados em computadores pessoais e smartphones.

As ações da Micron subiram mais de 20% até agora neste ano, mas devem ser negociadas mais de 16% abaixo na quinta-feira, com o guidance sugerindo que, embora o entusiasmo pela inteligência artificial permaneça forte, fora disso as vendas de semicondutores estão enfrentando dificuldades.

CONFIRA: Cotações das commodities

4. O petróleo cai com o Fed mais agressivo

Os preços do petróleo caíram na quinta-feira, pressionados por preocupações com a demanda depois que o Federal Reserve se tornou mais hawkish, potencialmente sufocando o crescimento do maior consumidor do mundo.

Às 8h01, os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) caíam 0,92%, para US$69,93 por barril, enquanto o contrato Brent recuava 0,12%, para US$73,30 por barril.

Os investidores temiam que o crescimento econômico global esfriasse sob taxas relativamente mais altas, limitando a demanda, na esteira da reunião do Federal Reserve.

O dólar americano também subiu, atingindo o maior valor em mais de dois anos, o que pressiona o complexo petrolífero, tornando a commodity mais cara para os compradores internacionais.

Além disso, dados oficiais da Administração de Informações sobre Energia na quarta-feira mostraram que os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram em 934.000 barris na semana até 13 de dezembro, em comparação com as expectativas de um aumento de 1,6 milhão de barris.

LEIA MAIS: Brasil sofre ataque especulativo porque governo quer limitar juros, diz economista

5. BC brasileiro deve realizar novos leilões em meio à dispara do dólar frente ao real

Com aversão ao risco no mercado, o dólar engatou forte alta novamente e atingiu patamar recorde ontem, fechando a 6,2679 reais. Além da cautela sobre a situação das contas públicas brasileiras, o câmbio reagiu às projeções econômicas do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), que passou a prever menos cortes de juros pela frente.

A percepção dos investidores é de que o governo não faz o suficiente para sanar as contas públicas, e o pacote fiscal, junto com a isenção de imposto quem ganha de renda de até R$5 mil, vem azedando mais a situação. A desconfiança foi apontada na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta semana.

O Tesouro Nacional realiza leilões de títulos públicos, comprando títulos que vencem no curto prazo para venda de ativos com prazos mais longos. Enquanto isso, o Banco Central também atua para tentar reduzir a volatilidade e anunciou novo leilão de dólares à vista para esta quinta. A oferta deve ser de até R$3 bilhões, de acordo com a agência de notícias Reuters.

Às 8h02 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 0,80% no pré-mercado.

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