Investing.com - A retórica, e não a economia, deverá ser o principal condutor dos ânimos na semana a seguir, já que investidores observam mais desdobramentos em meio a uma guerra comercial em formação entre os EUA e a China.
Com relação a dados, a leitura final sobre o crescimento dos EUA no quarto trimestre será o destaque da semana mais curta devido ao feriado. Os mercados nos EUA estarão fechados na sexta-feira devido ao feriado de Sexta-Feira Santa.
Ainda nos EUA, alguns dirigentes do Fed devem fazer aparições públicas esta semana que pode fornecer indicações sobre a probabilidade de taxas de juros maiores nos próximos meses.
Já no Reino Unido, agentes do mercado irão aguardar a segunda leitura dos dados sobre o crescimento do país na busca de mais indicações sobre a saúde da economia e a probabilidade de que o Banco da Inglaterra eleve a taxa de juros este ano.
Na zona do euro, investidores esperam os dados da inflação mensal da Alemanha para avaliar a velocidade com a qual o Banco Central Europeu irá encerrar seu programa massivo de estímulo econômico.
Além disso, participantes do mercado irão analisar dados sobre o PIB do Canadá para avaliar a saúde da economia do país.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. PIB dos EUA no 4º tri - estimativa final
Os EUA deverão divulgar os números finais do crescimento econômico do quarto trimestre às 0930 da próxima quarta-feira.
Espera-se que os dados mostrem que a economia tenha crescido em taxa anual de 0,9% nos últimos três meses de 2017, uma revisão para cima a partir da estimativa preliminar de 2,5%. No terceiro trimestre, o crescimento foi de 3,2%.
Além do relatório do PIB, o calendário dessa semana, mais curta devido ao feriado, também traz dados norte-americanos sobre confiança do consumidor na terça-feira e vendas pendentes de imóveis na quarta-feira.
Relatórios sobre renda pessoal e gastos pessoais, que incluem os dados da inflação das despesas de consumo pessoal, a métrica preferida do Fed para a inflação, também estarão na agenda, com divulgação marcada para quinta-feira.
Enquanto isso, em Wall Street, as bolsas poderão enfrentar mais volatilidade após cada um dos três mais importantes índices dos EUA terem registrado sua pior semana desde janeiro de 2016 após Donald Trump, presidente do país, ter anunciado tarifas sobre importação de produtos chineses que arrecadarão até US$ 60 bilhões.
O Dow e o S&P 500 recuaram 5,7% e 5,9%, respectivamente, ao passo que a Nasdaq teve queda de 6,5%.
2. Discursos de membros do Fed
Alguns discursos de membros do Fed chamarão a atenção do mercado nesta semana, já que investidores buscam mais indicações sobre o ritmo do endurecimento monetário neste ano.
Na segunda-feira, William Dudley, chefe do Fed de Nova York, irá participar de um painel de discussões sobre reforma regulatória na Câmara de Comércio dos EUA em Washington DC às 17h30.
Loretta Mester, presidente do Fed de Cleveland, e Randal Quarles, diretor do Fed, também deverão fazer comentários na segunda-feira.
Na terça-feira, Raphael Bostic, chefe do Fed de Atlanta, fará comentários na reunião anual da Hope Global Forums em Atlanta.
Bostic estará novamente em pauta na quarta-feira, quando ele irá falar na almoço da Atlanta Society of Finance and Investment Professionals.
Finalmente, na quinta-feira, Patrick Harker, presidente do Fed de Filadélfia, irá falar sobre perspectiva econômica no almoço da New York Association of Business Economics.
O Fed elevou a taxa de juros este mês e manteve sua perspectiva de mais dois aumentos este ano. Alguns investidores esperavam que o banco central norte-americano tivesse projeções de mais três aumentos neste ano.
Operadores de futuros apostam em cerca de 85% de chances de aumento da taxa de juros em junho, de acordo com o Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com. Apostas de um terceiro aumento em dezembro estão em cerca de 75%.
3. Leitura final do PIB do quarto trimestre do Reino Unido
O Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido (ONS, na sigla em inglês) deverá divulgar a terceira estimativa do crescimento econômico do país no quarto trimestre às 05h30 da próxima quinta-feira.
O relatório deverá confirmar que a economia cresceu 0,4% nos período entre outubro e dezembro, sem alterações a partir da leitura preliminar. Em comparação ao ano anterior, a projeção de crescimento da economia é de 1,4%, também sem alteração a partir da estimativa inicial.
O Banco da Inglaterra manteve as taxas de juros sem alteração na semana passada, mas dois integrantes da instituição inesperadamente votaram a favor de um aumento, reforçando a perspectiva de que os custos de crédito irão subir em maio pela segunda vez desde a crise financeira de 2008.
A política provavelmente também estará em foco, com as negociações do Brexit entrando em uma fase crucial.
Embora a economia do Reino Unido esteja atrasada em relação à recuperação global, ela se mostrou melhor do que as previsões sombrias feitas no momento da decisão de 2016 de deixar a União Europeia.
4. Dados da Inflação da Alemanha
A Alemanha irá divulgar números preliminares da inflação em março às 09h00 da próxima quinta-feira.
Espera-se que o relatório confirme que os preços ao consumidor na maior economia da região tenham subido 1,7% no mês passado, acelerando a partir do aumento de 1,4% em fevereiro.
Os dados são frequentemente vistos como um barômetro de como os preços estão evoluindo na zona do euro.
Leituras da inflação na França, na Itália e na Espanha também estarão na agenda.
O Banco Central Europeu removeu seu viés acomodatício de longa data em sua reunião no início deste mês, avançando em uma pequena etapa no desmame da economia da zona do euro de seu estímulo prolongado.
A economia da região está passando por sua maior expansão em uma década. No entanto, as pressões inflacionárias permanecem fracas, evidenciando a cautela do BCE ao remover o estímulo.
5. Números do crescimento canadense
O Canadá deverá divulgar seus números mensais de crescimento econômico às 09h30 da próxima quinta-feira.
Os dados deverão mostrar que a economia cresceu 0,1% em janeiro após ter crescido em taxa similar no mês anterior.
Em taxa anualizada, a economia canadense tem projeções de crescimento de 2,9%, desacelerando a partir da leitura de 3,3% no mês passado.
Dados domésticos sobre a inflação divulgados na semana passada, mais fortes do que se esperava, elevaram as chances de que o Banco do Canadá realize mais aumentos das taxas de juros nos próximos meses.
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