Por Ana Beatriz Bartolo, Jessica Melo e Leandro Manzoni
Investing.com - A economia dos EUA criou 528 mil empregos não-agrícolas em julho, segundo informou o relatório de empregos não-agrícolas - Payroll - do Departamento de Trabalho na manhã desta sexta-feira, 05, mais do que o dobro do esperado. A previsão dos economistas era uma adição de 250 mil empregos no período. O resultado também ficou acima dos números prévios de 398 mil novos empregos.
A taxa de desemprego ficou em 3,5% da força de trabalho, um pouco abaixo dos 3,6% esperados e do mês anterior. Já a taxa de participação de trabalhadores na PEA caiu para 62,1%, contra 62,2% anterior.
Já o salário médio por hora no mês passado ficou em 5,2%, acima dos 4,9% esperados pelo mercado e dos 5,2% revisados de abril.
O resultado derrubou os índices futuros dos EUA. Dow Jones Futuros caía 0,52%, S&P 500 Futuros 0,86% e Nasdaq 100 Futuros recuava 1,10%. Já o rendimento do título de 10 anos dos EUA saiu de 2,7% para 2,78%
No Brasil não foi diferente. O Ibovespa Futuros saiu da estabilidade para uma queda de 0,42%. O dólar disparou, sendo negociado de R$ 5,20 para R$ 5,26, alta 0,79%.
Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, o mercado de trabalho voltou a mostrar força. "Abriu caminho, mais uma vez, para a o Fed fazer o que tem que ser feito com o juro em busca da convergência da inflação para a meta. Mantemos assim o call de que a autoridade irá subir o juro até o intervalo de 3,75%-4,00%, atingidos no inicio do ano que vem", detalha.
Possível reação do Fed
O resultado pressupõe que a atividade econômica dos EUA continua em ritmo forte e indica que o Federal Reserve continue com o aperto monetário, apesar de o PIB dos EUA indicar recessão técnica nos dois primeiros trimestres de 2022.
Na última reunião em julho, o Fed subiu a taxa de juros em 0,75 ponto percentual, para 2,25%-2,5%
O mercado ainda continua apostando em uma alta de meio ponto percentual na próxima reunião de política monetária do Fed em 21 de setembro, mas com a probabilidade menor. 75% ainda apostam na alta nessa magnitude, contra 81% ontem e 96% na semana passada. Enquanto as apostas para uma nova de 75 pontos-base está subindo, agora em 25%, contra 19% ontem e 4% semana passada.