Não faltaram falas anteriores de membros do FOMC e do Fed para indicar as intenções de dar continuidade à elevação de juros nos EUA e até um possível aperto mais forte, porém em diversos momento, foram relativizadas pelo mercado.
Citamos em diversas ocasiões que os indicadores econômicos, especialmente o mercado de trabalho e a inflação não sustentavam uma pausa no ciclo de alta de juros e nem sequer a sinalização do fim do aperto.
Todavia, como entre 2005 e 2008, parte dos investidores e analistas resolveu deliberadamente ignorar as intenções do Fed e buscou tais artifícios através de análises muitas vezes enviesadas e operações de mercado contrariando ao BC americano.
No congresso ontem, o chairman Powell foi enfático, no sentido de não deixar abertura para leituras que não fossem pautadas na realidade e citou diversos pontos que corroboram com um cenário mais duro de juros, entre eles:
- A taxa terminal será maior do que previamente projetada;
- Estamos preparados para retornar para elevações mais fortes;
- O caminho de volta à meta de 2% será tortuoso;
- Juros ficarão maiores e por mais tempo para combater uma ‘inflação grudenta (persistente)’;
- Os dados de janeiro reverteram parcialmente as tendências de alívio;
- Podemos precisar ser mais agressivos;
- Temos dados significativos antes da reunião de março.
Após as declarações acima, a diferença entre a taxa de 2 e 10 anos indicou uma das maiores inversões em mais de 40 anos, remetendo ao período Volcker, quando os juros americanos atingiram 20% aa (não vai acontecer novamente), aliás, a curva toda mostra reversão, o que em tese, seria a percepção de recessão por parte dos agentes, em meio aos sinais emitidos pelo Fed.
A probabilidade de uma elevação de 50 bp supera já a de 25 bp na próxima reunião e a série de dados a serem divulgados esta semana poderá ser, incrivelmente, usada para tentar subverter essa leitura, pois um Payroll considerado mais fraco, após os 517.000 em janeiro soariam como um alívio.
O problema é que qualquer número que supere 150.000 criadas ainda é sinal de atividade econômica aquecida e portanto, não pode ser desprezado e com isso, chamam a atenção os dados a serem divulgados de hoje até sexta-feira.
ADP, Jolts e Livro Bege hoje, Jobless Claims amanhã e Payroll na sexta-feira.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, na expectativa por dados do mercado de trabalho nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, reagindo às declarações de Powell no congresso sobre o futuro dos juros.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, queda no minério de ferro, ouro e prata.
O petróleo sobe em Londres e cai em Nova York, nos temores de um possível crescimento mais fraco nos EUA.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,15%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1917 / 0,65 %
Euro / Dólar : US$ 1,05 / -0,085%
Dólar / Yen : ¥ 137,56 / 0,314%
Libra / Dólar : US$ 1,18 / 0,051%
Dólar Fut. (1 m) : 5226,25 / 0,47 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,21 % aa (-0,54%)
DI - Janeiro 25: 12,62 % aa (-0,60%)
DI - Janeiro 26: 12,77 % aa (-0,77%)
DI - Janeiro 27: 12,99 % aa (-0,89%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,4512% / 104.228 pontos
Dow Jones: -1,7199% / 32.856 pontos
Nasdaq: -1,2454% / 11.530 pontos
Nikkei: 0,48% / 28.444 pontos
Hang Seng: -2,35% / 20.051 pontos
ASX 200: -0,77% / 7.308 pontos
ABERTURA
DAX: 0,095% / 15574,27 pontos
CAC 40: -0,225% / 7322,74 pontos
FTSE: -0,276% / 7897,66 pontos
Ibov. Fut.: -0,64% / 105398,00 pontos
S&P Fut.: 0,07% / 3992,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,047% / 12178,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,18% / 105,59 ptos
Petróleo WTI: -0,14% / $77,47
Petróleo Brent: 0,05% / $83,33
Ouro: 0,03% / $1.814,23
Minério de Ferro: -0,09% / $126,85
Soja: -0,02% / $1.525,00
Milho: 0,55% / $645,50
Café: 1,15% / $184,55
Açúcar: -0,86% / $20,89