S&P 500: cedo demais para cantar vitória?

Apesar do aumento da volatilidade na semana passada, o S&P 500 continua em território positivo em 2023. Mas, embora o ambiente macro pareça ter melhorado em alguns fronts, como na inflação norte-americana, nas pressões energéticas na Europa e na redução da probabilidade de uma recessão mundial, ainda é cedo demais para cantar vitória.

À medida que os investidores começam a ver um cenário melhor em relação ao péssimo mercado do ano passado, apresentamos dois aspectos a serem levados em consideração para alocações no S&P 500:

1. O índice ainda não rompeu a média móvel de 200 dias

Houve uma falha em março, agosto e dezembro de 2022 e também agora em janeiro deste ano. Em algumas dessas ocasiões, houve um rompimento falso no momento da superação da média e acabou retrocedendo.

Em alguns índices europeus, um sinal de alta chamado “cruz de ouro” se formou, que ocorre quando a média de 50 dias cruza para cima a média de 200 dias. Mas, no caso do S&P 500, ele não foi acionado.

Desde que continue acima de 3.783 pontos, não haverá problemas. Mas, para um rali, precisa romper para cima a média móvel de 200 dias.

2. Zonas de suporte e resistência

Traçando os níveis de Fibonacci até a mínima relevante (Outubro de 2022), obtemos uma série de zonas que geralmente atuam como alvos e zonas de resistência.

A primeira região foi alcançada em novembro de 2022 e foi o primeiro alvo de alta, também atuando como resistência. A segunda região ou segundo alvo de alta de médio prazo está em 4.150 pontos.

Sentimento dos investidores (AAII)

• O sentimento de alta nas ações nos próximos seis meses aumentou 6,9% para 31%. Ainda assim, continua abaixo da média histórica de 37,5%.
• O sentimento de baixa nas ações nos próximos seis meses caiu 6,9% para 33,1%. Essa é a primeira vez, desde agosto de 2022, que o sentimento de baixa é inferior a 40% em semanas consecutivas. Ainda assim, segue acima da média histórica de 31%.

Dow Jones U.S. Dividend 100 continua batendo o Dow Jones em todos os tempos gráficos

Muitos investidores provavelmente não conhecem os índices Dow Jones Dividend 100 e o Dow Jones International Dividend 100.

Vou explicar do que se trata, pois eles tiveram melhor desempenho relativo do que seus índices de referência em 2022, em um cenário afetado pela intensa alta das taxas de juros, aumento dos riscos geopolíticos e desaceleração do crescimento econômico.

Ambos os índices utilizam um rigoroso processo de seleção na hora de determinar seus componentes e, para tanto, implementam uma série de critérios, como valor, crescimento e, sobretudo, qualidade.

Eles só podem inserir empresas que tenham pago dividendos por pelo menos 10 anos consecutivos. As ações são, então, classificadas de acordo com o rendimento do seu dividendo anualizado e, por fim, as 100 melhores ações são selecionadas com base em sua pontuação geral.

Suas rentabilidades são muito interessantes, principalmente no caso do Dow Jones US Dividend 100, que bate o Dow Jones em praticamente todos os períodos.

Ranking do mercado acionário global 2023

O ranking das principais bolsas de valores com base em ganhos/perdas até agora em 2023 é o seguinte:

1. CSI chinês +9%.
2. FTSE MIB italiano +8,76%.
3. Euro Stoxx 50 + 9,04%
4. IBEX 35 +8.65
5. CAC 40 francês +8,38%.
6. DAX alemão +8,19%
7. FTSE 100 britânico +4,62%
8. Nasdaq 100 +6,44
9. S&P 500 +3,47%
10. Nikkei japonês +3,11%
11. Dow Jones Industrial Average +0,69%

Aviso: O autor atualmente não possui nenhum dos ativos mencionados neste artigo.