A instabilidade observada nos mercados na semana anterior é a característica mais clara dos efeitos da incerteza nos ativos desde a pandemia, na verdade, incrementados pela pandemia.
Antes do atual cenário, a atuação dos bancos centrais era colocada em xeque dado o excesso de liquidez nos mercados e da ausência de planos criveis para a sua redução, algo brevemente tentado pelo Federal Reserve em 2018, o qual se provou não tão independente ao ceder às pressões de Trump e reverter o processo.
No atual contexto pandêmico, o ineditismo dos eventos aprofundou ainda mais a igualmente inédita conjuntura de excessiva liquidez e deste modo, os investidores constantemente se veem frente ao dilema de responder à tal liquidez ou à realidade do cenário, o qual em todos os pontos de vista é muito ruim (economia, saúde, mercados, política monetária, etc).
Eis que a incerteza se alimenta de eventos pontuais, como uma pretensa recuperação da economia em meio à retomada da atividade em países do hemisfério norte, à constante luta dos dados repletos de carry-over (carrego estatístico) e questões políticas e comerciais.
Nada disso dá um rumo concreto na mente dos investidores, somente movimentos meramente pontuais, carregados na expectativa de uma intensa, e muitas vezes breve, correção de valores.
A eles resta acompanhar o movimento e manter a atenção ao curto e médio prazo, pois o longo perdeu as inferências estatísticas para ser previsto com a mínima precisão.
A semana inicia com mais um destes cenários de incerteza, com bolsas internacionais testando os limites positivos, em meio ao avanço global da pandemia para a infeliz marca de 500.000 mortos, 10.000.000 de infectados, de acordo com a compilação da universidade Johns Hopkins.
Rumo concreto? Nenhum. Certezas? Menos Ainda.
O que vai chamar a atenção esta semana serão os dados do mercado de trabalho americano, onde em meio às fortes e absurdas perdas causadas pelas quarentenas e lock-downs, os sinais de recuperação começam a se tornar mais abundantes, desafiados, porém por uma segunda onda viral nos EUA.
Localmente, as inflações mais fortes em meio à forte volatilidade do câmbio e os dados fiscais são o foco da semana, com feriado de 4 julho antecipado para sexta-feira (3) EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, em meio ao aumento de casos nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com o aumento de casos de COVID-19.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos até os 5 anos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abriu em queda em Londres e em alta Nova York, com a fragilidade na expectativa pelo aumento da demanda.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,95%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,4844 / 2,28 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / 0,383%
Dólar / Yen : ¥ 107,17 / 0,009%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / -0,073%
Dólar Fut. (1 m) : 5458,82 / 2,33 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 2,97 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 4,13 % aa (1,23%)
DI - Janeiro 25: 5,82 % aa (1,22%)
DI - Janeiro 27: 6,81 % aa (0,89%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,2385% / 93.834 pontos
Dow Jones: -2,8356% / 25.016 pontos
Nasdaq: -2,5934% / 9.757 pontos
Nikkei: -2,30% / 21.995 pontos
Hang Seng: -1,01% / 24.301 pontos
ASX 200: -1,51% / 5.815 pontos
ABERTURA
DAX: 0,399% / 12137,64 pontos
CAC 40: 0,087% / 4913,92 pontos
FTSE: 0,206% / 6171,97 pontos
Ibov. Fut.: -2,44% / 93824,00 pontos
S&P Fut.: -2,078% / 3006,90 pontos
Nasdaq Fut.: -0,071% / 9844,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,31% / 63,41 ptos
Petróleo WTI: -0,57% / $38,56
Petróleo Brent: -1,22% / $40,87
Ouro: -0,08% / $1.770,73
Minério de Ferro: 0,15% / $103,23
Soja: -0,40% / $864,25
Milho: 0,87% / $320,00 $320,00
Café: 0,84% / $95,65
Açúcar: -1,30% / $11,44