A primeira semana de 2021 consagrou o descolamento dos diversos ativos de mercado financeiro no Brasil, quebrando tradicionais movimentos de fluxo de capitais versus valorização cambial, com os temores de recrudescimento, novamente, da questão fiscal operando fortemente sobre os juros.
O pano de fundo de tal cenário desafiador foi a forte tensão política em termos locais e internacionais, com a incitação a insurreição por parte de Trump a seus correligionários no dia em que o colégio eleitoral confirmava a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020 e localmente, nos sinais emitidos pela câmara de reedição das medidas de auxílio emergencial e rompimento de teto dos gastos, além do desgaste com a sucessão nas casas legislativas.
Além da abertura da curva de juros, em especial nos vértices mais longos, isso tudo provocou um cenário cambial volátil, ainda que de desvalorização constante do Real frente ao dólar e de bolsa de valores igualmente inconstante, até que ganhou ritmo a partir de quinta-feira, para colecionar novos recordes nominais ainda este ano.
Além disso, completa a instabilidade o aumento do número de casos globais da Covid-19, onde mesmo a China deu sinais de fechamento de algumas localidades, ainda que o processo de imunização esteja avançando.
Como vemos, 2021 começou ainda sob a égide dos problemas de 2020 e suas consequências mais nefastas, com perspectivas ainda pouco claras, ainda que otimistas, de como a economia deve reagir a tal gama complexa de eventos.
A base deteriorada do ano passado tende a trazer resultados percentuais consideravelmente positivos, em meio aos desafios da recuperação econômica, porém o curto prazo ainda é totalmente regido por uma questão sanitária, como no ano passado, o que traz pouca certeza dos efeitos ao longo prazo de tais eventos.
O nítido otimismo com a vacina perde força conforme os mercados ganham cada vez mais força e demandam correções igualmente intensas, sendo cada vez mais importante uma observação cautelosa com o futuro.
Localmente, apesar de um alívio recente, a inflação continua a ser um desafio à autoridade monetária, na proximidade à mais uma decisão de juros, onde a manutenção deve ser a palavra de ordem, em vista à mais uma desvalorização do Real frente ao dólar.
Na semana, atenção ao IPCA e indicadores de atividade econômica e nos EUA, CPI, PPI e produção industrial.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, após uma semana de recordes nos mercados.
Em Ásia-Pacífico, mercados com correções em diversas praças.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto cobre e paládio.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, após a pandemia fechar diversas localidades na China.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 9,00%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,4205 / 0,35 %
Euro / Dólar : US$ 1,22 / -0,483%
Dólar / Yen : ¥ 104,12 / 0,173%
Libra / Dólar : US$ 1,35 / -0,538%
Dólar Fut. (1 m) : 5429,46 / 0,62 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 4,00 % aa (6,25%)
DI - Janeiro 23: 4,68 % aa (1,41%)
DI - Janeiro 25: 6,26 % aa (1,29%)
DI - Janeiro 27: 7,03 % aa (1,01%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,1985% / 125.077 pontos
Dow Jones: 0,1831% / 31.098 pontos
Nasdaq: 1,0293% / 13.202 pontos
Nikkei: 2,36% / 28.139 pontos
Hang Seng: 0,11% / 27.908 pontos
ASX 200: -0,90% / 6.697 pontos
ABERTURA
DAX: -0,425% / 13989,89 pontos
CAC 40: -0,451% / 5681,13 pontos
FTSE: -0,511% / 6838,08 pontos
Ibov. Fut.: 1,99% / 125127,00 pontos
S&P Fut.: 0,577% / 3817,50 pontos
Nasdaq Fut.: -0,401% / 13046,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,57% / 79,20 ptos
Petróleo WTI: -0,80% / $51,82
Petróleo Brent: -1,39% / $55,23
Ouro: -0,05% / $1.848,00
Minério de Ferro: -1,55% / ¥ $169,52
Soja: 0,45% / $1.382,00
Milho: 0,10% / $496,25
Café: -1,86% / $121,45
Açúcar: -0,90% / $15,47