O primeiro dia da reunião do COPOM, com o IPC da Fipe no piso das projeções do mercado, após um IPC-S igualmente baixo ontem poderia trazer o alento de uma perspectiva menos hawkish do Banco Central, em meio ao atual cenário de descompressão de preços.
Redução de impostos, descompressão de commodities, retomada dos embarques chineses de produtos, amortizando o impacto do choque de ofertas, dividendos de estatais, reduzindo o impacto fiscal das PECs e o peso nas curvas de juros.
Estes são elementos mais do que suficientes para que o COPOM consiga promover o fim do ciclo de juros de maneira consistente, ainda que não o vá fazer nesta reunião, ou seja, haverá uma elevação adicional de prováveis 50 bp e daí, vem a dúvida do próximo movimento.
Para parte do mercado, alimenta-se a crença de que há espaço para elevações adicionais, porém é mais do que obvio que isso é uma tentativa de se extrair mais algum prêmio das curvas de juros e de certa forma, adiar o movimento crescente e inevitável em direção aos juros pré-fixados.
Em termos de política monetária, a eficácia de elevações adicionais de juros, em meio à atual taxa nominal é altamente questionável, daí a abertura para a manutenção dos juros, com o sinal deste cenário por um período considerável, de forma a que todas as defasagens criem o efeito necessário na economia.
Ou seja, isso tudo e um Fed menos tendente a “explodir” os juros nos EUA são a deixa para o COPOM terminar o aperto monetário.
No cenário internacional, ainda que nada tenha completamente se resolvido, como a invasão russa à Ucrânia e o COVID na China, tais eventos estão deixando de fazer preço, conforme se estendem e criam pequenos pontos de resolução.
Todavia, a confirmação de uma possível visita de Nancy Pelosi, presidente da câmara dos deputados dos EUA à Taiwan, mesmo após alertas da China, além de contraproducente em termos geopolíticos, pode adicionar novamente volatilidade ao contexto, ainda sensibilizados pela série de infortúnios desde a pandemia.
A visita cria enorme instabilidade entre os dois países e a pretensão de Biden de avançar com uma série de acordos comerciais importantes pode se esvair, tudo por um capricho político, em um momento decisivo eleitoral aos democratas.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com temores de recrudescimento do cenário geopolítico.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com o temor de um recrudescimento da geopolítica, dada à visita esperada de Pelosi a Taiwan, não chancelada pelo executivo.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao ouro e platina.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, à medida que dados de manufatura fracos alimentam temores de recessão.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 6,74%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,186 / 0,25 %
Euro / Dólar : US$ 1,02 / -0,273%
Dólar / Yen : ¥ 130,91 / -0,524%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / -0,318%
Dólar Fut. (1 m) : 5238,00 / 0,16 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,75 % aa (-0,97%)
DI - Janeiro 24: 13,26 % aa (-0,60%)
DI - Janeiro 26: 12,44 % aa (-1,19%)
DI - Janeiro 27: 12,48 % aa (-1,03%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,9108% / 102.225 pontos
Dow Jones: -0,1423% / 32.798 pontos
Nasdaq: -0,1752% / 12.369 pontos
Nikkei: -1,42% / 27.595 pontos
Hang Seng: -2,36% / 19.689 pontos
ASX 200: 0,07% / 6.998 pontos
ABERTURA
DAX: -0,810% / 13370,51 pontos
CAC 40: -0,632% / 6396,16 pontos
FTSE: -0,175% / 7400,45 pontos
Ibov. Fut.: -1,00% / 102825,00 pontos
S&P Fut.: -0,76% / 4089,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,986% / 12836,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -1,21% / 118,35 ptos
Petróleo WTI: -1,08% / $92,88
Petróleo Brent: -1,20% / $98,83
Ouro: 0,19% / $1.775,34
Minério de Ferro: -0,17% / $114,55
Soja: -0,42% / $1.587,50
Milho: -1,32% / $599,00
Café: -0,89% / $211,35
Açúcar: -0,91% / $17,44