A reação à “surpresa” do COPOM no mercado não foi entre as melhores ontem, com o mercado operando na contramão do contexto internacional, o qual continua positivo, dentro da perspectiva de retomada da atividade econômica em diversas localidades.
O setor bancário foi especialmente afetado ontem, ainda que a queda de juros seja convertida em um custo mais modesto de captação, todavia, ainda se imputa ao setor parte da ineficácia da política monetária, dado o empoçamento de liquidez vigente e abertura maior das curvas de juros nos vértices mais longos.
E quase de repente, retornamos a 2019, à medida que as negociações comerciais EUA-China parecem positivas.
Os mercados reagem positivamente aos sinais de que as relações entre Washington e Pequim estão se apurando, já que representantes comerciais dos dois países concordaram em fortalecer sua cooperação na implantação do acordo comercial da "fase 1".
Com isso e o COVID-19 brevemente aliviado no hemisfério norte, as atenções se voltam à agenda macroeconômica pesada que fecha a semana, com destaque para as inflações no Brasil, em contração considerável, comparativamente às medidas mais recentes e o mercado de trabalho americano.
Os surpreendentes resultados da destruição de postos de trabalho nos EUA é mais um sinal importante para o avanço da redução do lockdown, dadas as fortes distorções observadas em resposta à crise viral.
Neste sentido, projetamos um desemprego nos EUA aos 15% e perda de aproximadamente 20 milhões de postos de trabalho.
Localmente, a deflação do IPCA, onde projetamos uma queda de -0,25% vem também como resultado da crise, em grande parte pela redução da demanda por combustíveis e queda no preço internacional do petróleo, bens duráveis, pela redução da demanda agregada e desemprego, além da redução do custo de energia elétrica.
Potencialmente, o IPCA poderia repetir no próximo mês o resultado, porém alimentação ainda continua a pesar positivamente e a alta na gasolina tira parte o ímpeto deflacionário observado neste mês.
No âmbito corporativo, atenção aos resultados no exterior de Siemens, Mitsubishi, ING, Sumitomo, LG e localmente, BIOMM e M.Dias Branco.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com o possível avanço na fase-1 do acordo comercial EUA-China.
Em Ásia-Pacífico, fechamento positivo, na expectativa pelos dados do mercado de trabalho nos EUA.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas no geral, destaque à prata.
O petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, com a perspectiva de retomada da atividade econômica.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -5,03%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,8357 / 2,10 %
Euro / Dólar : US$ 1,08 / 0,092%
Dólar / Yen : ¥ 106,35 / 0,066%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / 0,089%
Dólar Fut. (1 m) : 5843,37 / 2,71 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 3,34 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 4,57 % aa (-1,93%)
DI - Janeiro 25: 6,53 % aa (2,03%)
DI - Janeiro 27: 7,57 % aa (2,99%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,1954% / 78.119 pontos
Dow Jones: 0,8927% / 23.876 pontos
Nasdaq: 1,4148% / 8.980 pontos
Nikkei: 2,56% / 20.179 pontos
Hang Seng: 1,04% / 24.230 pontos
ASX 200: 0,50% / 5.391 pontos
ABERTURA
DAX: 1,000% / 10866,91 pontos
CAC 40: 0,945% / 4543,97 pontos
FTSE: 1,405% / 5935,98 pontos
Ibov. Fut.: -0,83% / 78558,00 pontos
S&P Fut.: 1,031% / 2909,70 pontos
Nasdaq Fut.: 1,057% / 9203,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,39% / 62,24 ptos
Petróleo WTI: 2,34% / $24,09
Petróleo Brent: 1,66% / $29,94
Ouro: 0,33% / $1.721,92
Minério de Ferro: 3,17% / $85,93
Soja: 0,06% / $842,00
Milho: 0,55% / $317,75 $317,75
Café: -1,74% / $107,45
Açúcar: 0,58% / $10,33