Em meio a todo o ruído que os eventos geopolíticos têm gerado nos ativos de mercado financeiro, a perspectiva de um movimento russo sobre a Ucrânia permanece no foco, com todos os sinais desencontrados.
A Rússia indicou ontem que os exercícios na região terminaram e que a questão ainda permanece sobre a adesão da Ucrânia na OTAN, algo que o país começa a dar sinais de recuo.'
Sem uma solução em vista, as atenções se voltam hoje ao elemento que pode estar agitando os EUA para um evento militar: a inflação.
O PPI, índice ao atacado projeta alta de 0,5%, o que levaria o índice anual para 9% e o núcleo para 7,8% demonstram que os EUA estão em meio à uma forte pressão inflacionária e que não há sinal de arrefecimento no curto prazo.
Bullard, um dos maiores críticos da atual leniência do Fed com a inflação foi enfático ontem que gostaria de ver uma elevação de juros de 100bp (1%) daqui até junho deste ano, de forma a coibir o avanço da inflação.
Enquanto isso, os Democratas perdem tempo precioso tentando defender o indefensável através de seus políticos, indicando que “se há inflação, é resultado do crescimento”, ou “inflação é uma boa coisa, se souber economizar” e mais uma série insensível de pérolas como estas.
Por isso da insistência americana em indicar que a Rússia se prepara para uma guerra, com a mídia alimentando frisson igualmente insaciável, pois o desvio de atenção neste momento, como de praxe em governos americanos, é precioso.
O menino pastor que gritou: "Lobo!".
De qualquer maneira, nem mesmo um PPI abaixo das expectativas será o suficiente “evitar o inevitável” aumento de juros nos EUA, mas especialmente, o fim da injeção pesada e constante de liquidez por parte dos Bancos Centrais.
O ciclo de juros demandaria uma ação mais contundente do FOMC, com altas de pelo menos 25 bp até julho, que serão completamente inócuas, caso o banco central americano não detenha o processo de intensa liquidez, que tanto alimenta os ativos e a inflação.
Se tão somente elevar os juros, estará perdendo seu tempo e do mundo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com o alívio das tensões russo-ucranianas.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, também atentos aos desenvolvimentos da questão Russo-Ucraniana.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam postivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao cobre.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, após as maiores altas em sete anos, com oferta limitada e ameaça de conflito militar.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -6,21%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2191 / -0,55 %
Euro / Dólar : US$ 1,14 / -0,018%
Dólar / Yen : ¥ 115,60 / -0,009%
Libra / Dólar : US$ 1,36 / 0,030%
Dólar Fut. (1 m) : 5237,18 / -0,29 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,48 % aa (1,05%)
DI - Janeiro 24: 12,06 % aa (0,46%)
DI - Janeiro 26: 11,34 % aa (0,18%)
DI - Janeiro 27: 11,37 % aa (0,09%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,2877% / 113.899 pontos
Dow Jones: -0,4948% / 34.566 pontos
Nasdaq: -0,0017% / 13.791 pontos
Nikkei: -2,23% / 27.080 pontos
Hang Seng: -1,41% / 24.557 pontos
ASX 200: -0,31% / 7.244 pontos
ABERTURA
DAX: 1,300% / 15310,40 pontos
CAC 40: 1,155% / 6931,37 pontos
FTSE: 0,693% / 7583,77 pontos
Ibov. Fut.: 0,29% / 113915,00 pontos
S&P Fut.: 1,24% / 4448,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,225% / 14508,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,69% / 110,34 ptos
Petróleo WTI: -2,98% / $92,62
Petróleo Brent: -2,45% / $94,12
Ouro: -0,03% / $1.855,48
Minério de Ferro: -3,97% / $146,76
Soja: -0,82% / $1.558,25
Milho: 0,73% / $647,25
Café: -1,63% / $248,90
Açúcar: -0,77% / $18,09