Há uma certa monotonia nas análises do mercado no curto prazo, sempre colocando o peso devido nos temores de recessão global, em meio às elevações de juros como a tônica da movimentação dos ativos, especialmente a volatilidade.
Ainda que não haja erro nesta percepção, em meio ao atraso das autoridades monetárias de economias centrais, devemos considerar a inflação como o grande ponto focal desta situação, atingindo indiscriminadamente o mundo.
Neste sentido, outro ponto focal é obviamente a China e a recuperação dos eventos causados pela pandemia e convertidos em choques globais de oferta, atingindo especialmente a Europa e os EUA.
Esta noite, Japão e China tiveram crescimento na atividade de serviços em junho, de acordo com índices separados de gerentes de compras, assim como nos seus índices compostos, o que significa que a região começa a acumular sinais positivos de atividade econômica, apesar dos lockdowns chineses ainda presentes.
Neste ponto, a política defendida por Xi JinPing na China de Covid zero começa ganhar contornos mais suaves, de forma a não impactar novamente de modo negativo na economia e preservar os ganhos da retomada, que será incentivada por diversas linhas de crédito.
Aqui reside uma informação importante, pois apesar da retomada de alguns lockdowns regionais, a tendência para a China é de uma reabertura mais ampla e retomada da produção, o que já impactou na descompressão da inflação ao atacado em diversas localidades.
A tendência desinflacionária do retorno chinês é inegável e diversos bancos centrais têm verdadeira torcida pelo evento, de forma a aliviar o peso das decisões de juros que podem levar ao temido cenário recessivo, como citado acima.
A guerra na Ucrânia já deixou de fazer preço nos alimentos e em termos energéticos, começa a se converter em um problema claramente europeu e não mais com tanto peso global, como foi há um trimestre.
Desta forma, o alívio recente do preço de diversas commodities, a retomada chinesa e a pretensa estabilidade do conflito europeu começam a desenhar uma inflação menos pesada nos próximos meses, o que demandariam movimentos menos extremos de juros e consequentemente, menor risco de recessão.
Atenção hoje aos dados de produção industrial e PMI no Brasil, pedidos de bens duráveis, de capital e às fábricas nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, como retorno das bolsas americanas, em dia de agenda de atividade econômica.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com destaque aos indicadores PMI positivos na China e Japão, na alta das bolsas sul-coreanas e na alta de juros na Austrália.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, mercado misto, queda no cobre, platina e paládio.
O petróleo abre em queda em Londres e alta em Nova York, com a greve na Noruega.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,78%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3295 / -0,06 %
Euro / Dólar : US$ 1,03 / -1,209%
Dólar / Yen : ¥ 135,85 / 0,155%
Libra / Dólar : US$ 1,20 / -0,701%
Dólar Fut. (1 m) : 5364,40 / 0,35 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,78 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 24: 13,44 % aa (0,83%)
DI - Janeiro 26: 12,65 % aa (0,84%)
DI - Janeiro 27: 12,69 % aa (0,63%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,3488% / 98.609 pontos
Dow Jones: 1,0457% / 31.097 pontos
Nasdaq: 0,8986% / 11.128 pontos
Nikkei: 1,03% / 26.423 pontos
Hang Seng: 0,10% / 21.853 pontos
ASX 200: 0,25% / 6.629 pontos
ABERTURA
DAX: -1,001% / 12645,50 pontos
CAC 40: -1,186% / 5884,01 pontos
FTSE: -1,232% / 7143,55 pontos
Ibov. Fut.: -0,45% / 99852,00 pontos
S&P Fut.: -0,42% / 3811 pontos
Nasdaq Fut.: -0,568% / 11548,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,07% / 117,05 ptos
Petróleo WTI: 0,33% / $108,79
Petróleo Brent: -1,09% / $112,26
Ouro: -0,31% / $1.802,49
Minério de Ferro: 2,92% / $111,90
Soja: -2,93% / $1.626,00
Milho: 1,45% / $754,50
Café: -0,42% / $227,50
Açúcar: 0,11% / $18,09