A semana com decisões de juros do COPOM e FOMC começa com a ação coordenada de bancos centrais para evitar a contaminação sistêmica, a compra do Credit Suisse (SIX:CSGN) pelo UBS por $3,25 bilhões e a reversão da noção de aperto quantitativo (QT) pelas autoridades mundo afora.
O chamado (não tão) “silencioso” Quantitative Easing está em voga nos EUA, após o problema do Silicon Valley Bank (SVB) e outros bancos médios e regionais ameaçarem um risco sistêmico e em larga escala.
Muito se critica a pretensa falta de liberalismo econômico quando instituições bancárias emitem sinais ruins e os governos “correm” para socorrer com velocidade muitas vezes superior à que ocorre em outros setores econômicos.
A crítica é totalmente válida, afinal, os proponentes do verdadeiro liberalismo econômico acreditam que tais socorros não deveriam acontecer; que as quebras seriam naturalmente absorvidas pelo sistema; e que seriam ajustadas pela “mão invisível do mercado”.
Todavia, além do poder econômico do setor, o temor de que o sistema se contamine ao ponto de não-retorno, ou seja, de uma crise da proporção daquela observada em 2008, quando o sistema não “girava mais o dinheiro”, ou seja, não havia mais capital para nada disponível é o que rege a mentalidade dos Bancos Centrais.
Deste modo, a inevitabilidade do socorro a tais instituições por parte das autoridades monetárias cria um ‘conforto’ em parte do sistema e pretende evitar que o conjunto econômico se torne inviável.
Localmente, três pontos importantes trazem o foco dos investidores, em meio aos desafios globais que já existiam, como as projeções de crescimento fraco para os próximo anos, inflações e apertos monetários.
Primeiramente, a regra fiscal, que gerou, como era de se esperar, dissenso no governo, entre aqueles que querem o correto e aqueles que sequer uma regra gostariam que existisse, daí a ausência de anúncios dos planos pela Fazenda.
Isso adia qualquer definição no mercado quanto ao rumo das curvas de juros, em meio à decisão do COPOM nesta semana, o 2º ponto, que deve preservar os juros nos níveis atuais, exatamente pela ausência de uma sinalização crível do fiscal, que garantiria a ancoragem da inflação como o IPCA-15 nesta semana, o 3º ponto.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, após o socorro dos BCs e a compra do CS pelo UBS.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, mesmo após o anúncio da compra dos bancos na Europa.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque à prata e ao paládio.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, com temores de redução do ímpeto de atividade econômica, após o problema bancário no mundo.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,49%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,279 / 0,90 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / 0,066%
Dólar / Yen : ¥ 131,19 / -0,493%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / 0,189%
Dólar Fut. (1 m) : 5290,04 / 0,56 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 12,97 % aa (-0,54%)
DI - Janeiro 25: 12,06 % aa (-0,99%)
DI - Janeiro 26: 12,20 % aa (-1,06%)
DI - Janeiro 27: 12,47 % aa (-0,97%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,4049% / 101.982 pontos
Dow Jones: -1,1926% / 31.862 pontos
Nasdaq: -0,7405% / 11.631 pontos
Nikkei: -1,42% / 26.946 pontos
Hang Seng: -2,65% / 19.001 pontos
ASX 200: -1,38% / 6.899 pontos
ABERTURA
DAX: 0,401% / 14827,45 pontos
CAC 40: 0,433% / 6955,40 pontos
FTSE: 0,165% / 7347,48 pontos
Ibov. Fut.: -1,21% / 102986,00 pontos
S&P Fut.: 0,06% / 3949,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,024% / 12665,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,62% / 101,96 ptos
Petróleo WTI: -2,47% / $65,09
Petróleo Brent: -2,45% / $71,18
Ouro: -0,13% / $1.984,12
Minério de Ferro: -4,24% / $125,25
Soja: -0,90% / $1.464,50
Milho: -1,14% / $627,50
Café: -1,35% / $183,00
Açúcar: -0,82% / $20,53