O anúncio de compra de bonds corporativos individuais por parte do Federal Reserve foi o suficiente para reverter a correção dos ativos por conta do aumento de casos de COVID-19 no hemisfério norte, num movimento que relembra o Banco do Japão, detentor atualmente de 80% das ETFs emitidas no país.
Tal contexto de recuperação dos ativos continua frágil e dependente de fatores de baixíssima previsibilidade, ainda assim, a monumental liquidez internacional força os investidores a manterem um cenário de mercado praticamente apartado do que se considera o mundo real.
Segundo as diretrizes mais recentes, o Fed disse que comprará, no mercado secundário, títulos individuais com vencimentos remanescentes de cinco anos ou menos.
A intenção das compras de dívidas individuais será de criar uma carteira de títulos corporativos baseada em um amplo e diversificado índice de mercado de títulos corporativos americanos.
Com classificação mínima BBB- ou Baa3, dependendo da agência, é uma forma, segundo o Fed de amenizar a queda abrupta dos rendimentos dos títulos privados, em meio ao impacto da pandemia.
É a inserção do mundo em um território cada vez mais desconhecido de políticas heterodoxas, em meio à forte liquidez proporcionada pelos programas de alívio quantitativo, em voga desde 2009 no mundo.
Tal armadilha de liquidez se torna cada vez mais difícil de ser desarmada e a crise pandêmica somente aprofundou tal situação em nível global.
A última chance talvez de redução do balance sheet e desarme de tal armadilha ocorreu 2018 e 2019, porém a forte interferência de Trump na autoridade monetária americana abortou esta última janela de oportunidade.
Hoje começa a reunião do COPOM, com a ausência de Fábio Kanczuk, o qual foi um dos principais interlocutores do BC com o mercado recentemente, o que exatamente por ter custado sua participação na reunião.
O corte é praticamente certo de 75 bp, com dúvidas maiores quanto aos próximos movimentos de juros, em meio ao cenário inédito conforme citado acima e no Brasil, a situação não é diferente.
Atenção hoje às vendas ao varejo no Brasil e EUA, IGP-10, IPC-S Semanal e produção industrial nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com o plano do Fed.
Em Ásia-Pacífico, positivo em todos os mercados, seguindo também pelo plano de $1 tri em infraestrutura de Trump.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas no geral, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abriu em alta em Londres e em Nova York, com a perspectiva de retomada da atividade econômica.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,80%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1562 / 2,09 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / -0,009%
Dólar / Yen : ¥ 107,38 / 0,047%
Libra / Dólar : US$ 1,27 / 0,413%
Dólar Fut. (1 m) : 5133,16 / 1,01 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 3,05 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 4,15 % aa (0,24%)
DI - Janeiro 25: 5,71 % aa (0,53%)
DI - Janeiro 27: 6,64 % aa (0,61%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,4524% / 92.376 pontos
Dow Jones: 0,6156% / 25.763 pontos
Nasdaq: 1,4310% / 9.726 pontos
Nikkei: 4,88% / 22.582 pontos
Hang Seng: 2,39% / 24.344 pontos
ASX 200: 3,89% / 5.942 pontos
ABERTURA
DAX: 3,109% / 12281,63 pontos
CAC 40: 2,531% / 4937,58 pontos
FTSE: 2,180% / 6196,91 pontos
Ibov. Fut.: -0,15% / 92469,00 pontos
S&P Fut.: 1,262% / 3073,10 pontos
Nasdaq Fut.: 1,148% / 9924,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,80% / 64,16 ptos
Petróleo WTI: 1,24% / $37,62
Petróleo Brent: 1,46% / $40,28
Ouro: 0,32% / $1.731,23
Minério de Ferro: -0,50% / $103,07
Soja: 0,29% / $871,75
Milho: 0,91% / $332,25 $332,25
Café: 1,22% / $94,90
Açúcar: 0,58% / $12,13