Salvos pelo petróleo, é o resumo do distanciamento do mercado de renda variável brasileiro da correção volátil no exterior, após dois dias de rali na semana, impulsionados pela reversão das políticas tributárias no Reino Unido.
A conjunção global de fatores não tem sido benéfica a tais rompantes de otimismo, especialmente com os alertas cada vez mais constantes de autoridades do Fed sobre a necessidade de elevação de juros e contenção da inflação.
Além disso, os eventos disruptivos como a questão na Ucrânia e agora, os problemas com os chips e semicondutores na China reforçam o cenário de pressões de preços sem alívio, ao menos no curto prazo.
Na Alemanha, a inflação ao atacado bate outro recorde, após o resultado mensal acima das expectativas aos 2,3% (Proj.: 1,5%) e acumulado anual aos 45,8%, puxados em parte pelo custo de energia, em consequência ainda dos eventos na Ucrânia.
O Japão, considerado uma economia estável tem sofrido fortemente com os ataques especulativos à sua moeda, o que pode suscitar em breve uma intervenção do BoJ, após a moeda atingir novamente ¥150 por dólar, uma desvalorização de mais de 30% somente este ano.
Ainda que o viés exportador do país possa ser beneficiado por tal desvalorização cambial, a matriz de custo nipônica também é altamente dolarizada, reduzindo assim parte dos ganhos e afetando inclusive os resultados de balança comercial, como os observados nesta noite.
Na China, após um período de estímulos por parte do PBoC, repete-se a manutenção dos juros prime de 1 ano aos 3,65% e de 5 anos aos 4,30%, após a última queda ocorrida em julho.
O país passa esta semana pela escolha do novo presidente, que deve reconduzir Xi JinPing e redefinir as políticas econômicas para o futuro, com maior peso do estado nos negócios e na infraestrutura.
Como vemos, a conjunção de fatores globais não está benéfica ao apetite pelo prêmio de maior risco e o mercado brasileiro é um dos mais sensíveis neste sentido, dado o peso que o câmbio possa exercer, caso o investidor estrangeiro saia ainda mais de emergentes.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com a persistência das incertezas econômicas globais.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com temores das empresas de tecnologia de piora da situação dos chips e após o Yen atingir novamente ¥150 por dólar.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, apesar da desova dos estoques regulatórios americanos de 15 mi de barris, para conter os preços antes das eleições.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,11%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2716 / 0,58 %
Euro / Dólar : US$ 0,98 / 0,092%
Dólar / Yen : ¥ 149,85 / -0,047%
Libra / Dólar : US$ 1,12 / -0,134%
Dólar Fut. (1 m) : 5282,00 / 0,12 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,61 % aa (0,04%)
DI - Janeiro 24: 12,87 % aa (0,31%)
DI - Janeiro 26: 11,53 % aa (0,79%)
DI - Janeiro 27: 11,53 % aa (0,70%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,4589% / 116.274 pontos
Dow Jones: -0,3276% / 30.424 pontos
Nasdaq: -0,8530% / 10.681 pontos
Nikkei: -0,92% / 27.007 pontos
Hang Seng: -1,40% / 16.280 pontos
ASX 200: -1,02% / 6.731 pontos
ABERTURA
DAX: -0,796% / 12639,98 pontos
CAC 40: -0,006% / 6040,36 pontos
FTSE: -0,234% / 6908,79 pontos
Ibov. Fut.: 0,41% / 118250,00 pontos
S&P Fut.: -0,34% / 3694,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,554% / 11078,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,80% / 112,09 ptos
Petróleo WTI: 1,67% / $86,98
Petróleo Brent: 1,44% / $93,74
Ouro: 0,33% / $1.633,71
Minério de Ferro: -2,34% / $89,90
Soja: 0,38% / $1.379,25
Milho: 0,18% / $681,00
Café: 0,13% / $192,40
Açúcar: -0,32% / $18,60