Dado o seu peso no bloco europeu, a situação da economia alemã é fundamental para se prever o quão rápida o velho continente pode aprofundar o processo recessivo e a que custo isso deve ocorrer.
Todos os dados mais recentes, como PMI de construção, manufaturas, serviços e composto se aprofundando na zona contracionista, forte queda nos pedidos às fábricas (-2,4% mm) e agora, queda nas vendas ao varejo, disparada nos preços de importações e queda acima das expectativas na produção industrial.
Por trás disso tudo, existe um peso significativo da elevação extremada do custo de energia, dada a dependência europeia tanto da queima de gás, como do fornecimento russo, mas na Alemanha, o EnergieWende, processo de desligamento das usinas nucleares foi fundamental para aprofundar o problema.
Este é o principal fiel da balança da geopolítica global neste momento, pois a Rússia influencia desde os movimentos mais cautelosos chineses até a eleição do Politburo na próxima semana, passando pela posição falha do governo americano, até o corte da produção mundial de petróleo e a briga pelo custo de energia.
É um catalisador da recessão, o qual ao mesmo tempo catalisa a inflação, portanto não serve aos propósitos de política monetária de nenhum país desenvolvido.
Neste contexto, ainda que distantes, entram os EUA e a necessidade de que sua economia emita, o quanto antes, os necessários sinais de arrefecimento, de forma a facilitar o trabalho dos formuladores de política monetária.
Os dados do ADP Employment “frustraram” tal expectativa, ao elevar a criação de postos de trabalho, especialmente na revisão do mês anterior e o Payroll hoje, ainda que demonstre criação menos intensa de postos de trabalho em setembro, as projeções continuam a apontar que tal crescimento continuará robusto.
Neste cenário, nada muda para o Fed, a vida do BCE fica a cada dia mais difícil e os sinais de recessão no Reino Unido se chocam com uma gama de indicadores acima das expectativas, frustrando sinais de se deter a atual política de aperto monetário.
O Brasil, por sua vez, continua a experimentar deflação intensa nos índices ao atacado, capturando com melhor precisão a derrocada recente de diversas commodities e o índice ao varejo estaria capturando melhor a queda dos combustíveis, se não fosse a forte pressão nos preços de passagens aéreas.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelos dados do Payroll.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, também pela expectativa pelo relatório de trabalho nos EUA.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, com queda no cobre, ouro e minério de ferro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, com o plano de corte de produção por parte da OPEP+ em dois milhões de barris/dia.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,75%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2232 / 0,49 %
Euro / Dólar : US$ 0,98 / 0,143%
Dólar / Yen : ¥ 144,86 / -0,200%
Libra / Dólar : US$ 1,12 / 0,538%
Dólar Fut. (1 m) : 5231,00 / 0,54 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,59 % aa (0,10%)
DI - Janeiro 24: 12,74 % aa (0,04%)
DI - Janeiro 26: 11,38 % aa (0,40%)
DI - Janeiro 27: 11,35 % aa (0,31%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,3097% / 117.561 pontos
Dow Jones: -1,1460% / 29.927 pontos
Nasdaq: -0,6757% / 11.073 pontos
Nikkei: -0,71% / 27.116 pontos
Hang Seng: -1,51% / 17.740 pontos
ASX 200: -0,80% / 6.763 pontos
ABERTURA
DAX: 0,097% / 12482,84 pontos
CAC 40: 0,197% / 5948,14 pontos
FTSE: 0,276% / 7016,55 pontos
Ibov. Fut.: 0,23% / 117325,00 pontos
S&P Fut.: 0,05% / 3758,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,206% / 11517,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,13% / 116,57 ptos
Petróleo WTI: 0,58% / $88,96
Petróleo Brent: 0,59% / $94,98
Ouro: -0,08% / $1.711,20
Minério de Ferro: -0,27% / $94,00
Soja: 0,29% / $1.362,50
Milho: 0,30% / $677,50
Café: 0,28% / $218,40
Açúcar: -0,11% / $18,44