Vamos repetir aqui hoje alguns pontos que temos citado constantemente durante o ano, de modo a tentarmos entender o rumo dos mercados e como pode ser o comportamento dos ativos em 2021.
Ainda que não totalmente aderente nos mercados emergentes, pois as características estruturais dos preços não se perderam, a inflação de ativos é uma realidade que somente será revertida através do corte do fluxo global de liquidez por parte das autoridades monetárias e governos.
Tal inflação tem em partes substituído em países desenvolvidos a inflação de bens e serviços e dado espaço para uma especulação por parte das autoridades monetárias do quanto tempo a injeção de liquidez pode durar antes de se converter como desvalorização das moedas como referencial.
Em 2008, no auge do boom de commodities, o dólar atingiu um dos menores patamares globais de valor, em especial em resposta à transferência de dólares a países emergentes e o aquecimento econômico nestas localidades suscitou a retomada de apertos monetários, os quais acabaram interrompidos pela crise de hipotecas do final daquele ano.
Desde então, num programa de alivio quantitativo bem-sucedido (e que deveria ser temporário), as autoridades monetárias em países desenvolvidos têm gerado uma relação de dependência pesada entre a liquidez e o mercado financeiro, semelhante à um vício.
As parcas tentativas de retirada dos estímulos suscitaram não somente reações de abstinência do mercado, como de alguns governos como nos EUA, levando a interferência direta de Trump no Fed.
Na perspectiva de juros continuamente baixos e estímulos constantes, o investidor global começa a se voltar novamente aos mercados emergentes e uma onda de inflação de ativos tende a atingir estes países em 2021.
Só não sabemos ainda o quanto tempo o fiscal destes países ainda aguenta o crescimento indefinido das dívidas e o impacto desta demanda em países emergentes.
Para o Brasil, dólar baixo ainda significa menos inflação em detrimento à nossa conta corrente.
Somente reformas e abertura comercial dirão qual será o real futuro da economia brasileira nesta repetição de contexto.
Atenção hoje ao PIB brasileiro, onde projetamos um crescimento marginal próximo a 9% e à série de PMIs e ISMs já divulgados na Europa e a serem divulgados nos EUA e Brasil.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, numa pausa global dos mercados.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com exceção de Shanghai, com o crescimento da atividade econômica na China.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com a retomada das conversas da OPEP+.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,33%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2315 / 0,25 %
Euro / Dólar : US$ 1,21 / -0,091%
Dólar / Yen : ¥ 104,29 / -0,105%
Libra / Dólar : US$ 1,34 / 0,239%
Dólar Fut. (1 m) : 5246,59 / 0,35 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,93 % aa (-6,87%)
DI - Janeiro 23: 4,64 % aa (-3,53%)
DI - Janeiro 25: 6,39 % aa (-2,74%)
DI - Janeiro 27: 7,23 % aa (-1,77%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,4297% / 111.879 pontos
Dow Jones: 0,2007% / 29.884 pontos
Nasdaq: -0,0465% / 12.349 pontos
Nikkei: 0,03% / 26.809 pontos
Hang Seng: 0,74% / 26.729 pontos
ASX 200: 0,38% / 6.615 pontos
ABERTURA
DAX: -0,514% / 13244,82 pontos
CAC 40: -0,410% / 5560,12 pontos
FTSE: -0,206% / 6450,11 pontos
Ibov. Fut.: 0,33% / 111872,00 pontos
S&P Fut.: 0,186% / 3667,30 pontos
Nasdaq Fut.: 0,084% / 12472,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,26% / 74,30 ptos
Petróleo WTI: -1,08% / $45,00
Petróleo Brent: 0,31% / $48,15
Ouro: 0,26% / $1.836,56
Minério de Ferro: 1,19% / ¥ $134,56
Soja: 0,50% / $1.158,00
Milho: 0,36% / $420,00
Café: 1,04% / $116,85
Açúcar: 0,48% / $14,68