Citamos aqui algumas vezes que os prêmios embutidos nas curvas de juros estão longe de representarem a perspectiva de retomada da atividade econômica e sua consequente inflação, mas embutem fortemente o prêmio de risco político que no fim, é meramente fiscal.
A saída de Salim Mattar e Paulo Uebel do governo começa a mostrar o forte cansaço do corpo técnico do governo com os avanços políticos.
Em ordem de velocidade, do mais rápido ao mais lento, temos o tempo do mercado, o tempo da economia, o tempo do corpo técnico do governo e por último, o tempo da política.
Este último somente ganha velocidade em proximidade de trocas de mandato, o que não é o caso agora, em vista às eleições somente municipais. E é nesta velocidade diferenciada que muitas vezes a situação teima em não avançar.
As reformas trazidas pelo ex-presidente Michel Temer (MDB-SP) só ocorreram pois o mesmo se desvencilhou de quaisquer ambições políticas e levantou a pauta de 20 anos de reformas literalmente paradas no Congresso.
O problema agora é que Bolsonaro, além de estar no primeiro mandato, tem dois fatores importantes: a autopreservação e a ambição política.
Neste contexto, infelizmente, o presidente corre o risco de não somente perder mais pessoas relevantes no corpo técnico, como flerta perigosamente com a irresponsabilidade fiscal que pode derrubá-lo, conforme alerta o ministro Paulo Guedes.
O tempo do mercado para reagir ao descalabro fiscal, infelizmente para o presidente, é rápido demais e todas as consequências das desconfianças dos investidores, locais e internacionais, são pesadas e sem piedade.
A classe política tem sua enorme responsabilidade na série de atrasos, na ânsia por se colocar novamente dentro do antigo status quo, o qual não faz mais parte do cenário brasileiro.
Tentar usar a pandemia e todas suas vítimas para seus propósitos políticos, como extensão de calamidade é a pior faceta disto tudo.
No cenário político internacional, os investidores reagem à escolha de Kamala Harris como vice de Joe Biden na corrida presidencial dos EUA, conforme previmos em nosso relatório no ano passado.
Tencent, Cisco, Avast são os destaques da agenda corporativa internacional.
Localmente, Alupar (SA:ALUP11), Banrisul (SA:BRSR6), C&A (SA:CEAB3), CR2 (SA:CRDE3), CSU (SA:CARD3), Eletrobrás, Eucatex (SA:EUCA4), Fras-le, JSL (SA:JSLG3), Locaweb, Mahle, Movida (SA:MOVI3), Rossi (SA:RSID3), Ser Educacional (SA:SEER3), SLC, Taesa (SA:TAEE11), Tecnisa (SA:TCSA3), T4F (SA:SHOW3), Ultrapar (SA:UGPA3), Unipar (SA:UNIP3) e Viavarejo.
Hoje em destaque às vendas ao varejo no Brasil e a inflação ao varejo (CPI) nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, atentos aos avanços da pandemia.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos na sua maioria, observando os avanços da COVID-19 no mundo.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, com a queda inesperada dos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -6,82%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,382 / -1,80 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / 0,256%
Dólar / Yen : ¥ 106,88 / 0,282%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / 0,061%
Dólar Fut. (1 m) : 5400,72 / -1,09 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,26 % aa (1,24%)
DI - Janeiro 23: 3,81 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 25: 5,56 % aa (1,46%)
DI - Janeiro 27: 6,54 % aa (1,55%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,2278% / 102.174 pontos
Dow Jones: -0,3761% / 27.687 pontos
Nasdaq: -1,6915% / 10.783 pontos
Nikkei: 0,41% / 22.844 pontos
Hang Seng: 1,42% / 25.244 pontos
ASX 200: -0,11% / 6.132 pontos
ABERTURA
DAX: -0,118% / 12931,67 pontos
CAC 40: 0,417% / 5048,97 pontos
FTSE: 0,779% / 6202,25 pontos
Ibov. Fut.: -1,28% / 102102,00 pontos
S&P Fut.: -0,680% / 3329,90 pontos
Nasdaq Fut.: 0,843% / 10984,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,14% / 69,79 ptos
Petróleo WTI: 1,47% / $42,22
Petróleo Brent: 1,39% / $45,18
Ouro: 1,04% / $1.930,74
Minério de Ferro: 0,79% / $119,28
Soja: 0,17% / $878,00
Milho: 0,16% / $312,25 $312,25
Café: -0,09% / $111,80
Açúcar: 0,39% / $12,77