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O Que as Eleições Mudam em Sua Carteira?

Publicado 07.06.2022, 12:54
Atualizado 09.07.2023, 07:32
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O anúncio do programa político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou frisson na Faria Lima.

 

Manchete do Valor Econômico: "Embrião do programa de Lula propõe um Estado forte e intervencionista."
Fonte: Valor Econômico.

 

É claro, o programa político é o mesmo que já não deu certo diversas vezes no Brasil e nos governos do PT.

Mas eles não deram nenhum sinal de que aprenderam.


Como preparar seu portfólio para as eleições?

Depende da política econômica a ser adotada pelo novo presidente.

Lula propõe a mesma cartilha das últimas décadas do PT (apesar de ter feito o oposto em seu 1º mandato) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não dá sinais claros de como será sua política econômica.

Mas podemos imaginar, nos baseando na história:

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De acordo com o que foi exposto acima, chegaríamos a decisões óbvias:

No Governo Lula: fuja de estatais, compre consumo, fuja do agro e invista nos amigos do governo.

No Governo Bolsonaro: compre agro e estatais, fuja do varejo e consumo, compre concessionárias e infraestrutura.

Será que seria inteligente mudar seu portfólio tentando acertar "ganhadores" e "perdedores"?

LEIA MAIS: Lula ou Bolsonaro: Quem o Mercado Prefere?

Vejamos…

Como o Ibovespa se comporta em eleições?

Todo investidor tenta "prever o futuro" (eu tento evitar, mas também faço isso um pouco).

Este estudo da XP (SA:XPBR31) deixa claro como pouco importam as eleições para a bolsa.

 

Gráfico apresenta retorno do índice Ibovespa antes e depois das eleições (2002-2018).

Quase sempre, o mercado fica apreensivo antes das eleições e se recupera após. Somente no 2o mandato de Dilma o mercado não caiu 6 meses antes das eleições (justamente quando deveria ter caído?).

Além disso, o Ibovespa já dava retornos positivos muito antes de termos os impactos da política econômica (governo gastão ou controlado).

Nos últimos 5 ciclos eleitorais, passados 12 meses, ninguém mais se importava com as eleições.

 

Gráfico apresenta retornos do índice Ibovespa em períodos eleitorais (retorno das eleições de 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018).

Eu mesmo não imaginava esse resultado.

O "medo do imponderável" nas eleições é pior que a realidade.

 

A eleição já está no preço?

Com as eleições no final de outubro, deveríamos cair uns -5 por cento entre maio e outubro (6 meses).

Mas o Ibovespa subiu +3 por cento em maio.

 

Fonte: Bloomberg.

 

Em 2022, o Ibovespa parece muito mais interessado em seguir as commodities para cima (quando não é puxado para baixo pelo S&P500).

Afinal, antecipamos. 2021 foi nosso ano de crise.

Já caímos o suficiente?

Em 2021, o furo no teto de gastos puxou nossa inflação e juros para cima e o Ibovespa sentiu.

Mesmo com mercado firme e forte nos EUA, caímos de 130 mil pontos para 105 mil pontos (-12 por cento em 2021).

 

Ibovespa (branco) e S&P500 (azul). Fonte: Bloomberg.

Apenas pela expectativa de um governo mais gastão, o mercado já se arrepiou.

Parece que o mercado antecipou seu medo de eleições e, aproveitando a alta de juros no Brasil, caiu de antemão.

O que fazer agora?

 

Conhece Peter Lynch?

Está preocupado? Aflito? Agoniado? Tenso? Desesperado?

Escute o maior investidor em fundos mútuos da história dos Estados Unidos:

 

Mais de 99 por cento do mercado está tentando antecipar a antecipação de 99 por cento do mercado e acertar os movimentos da bolsa para as eleições.

Infelizmente, é impossível antecipar os movimentos de mercado.

Faça como Peter Lynch.

Faça diferente (e ganhe dinheiro).

Como proteger meu portfólio nas eleições?

Contra furacões, desastres, guerras, governos desastrosos ou eleições, use sempre a mesma estratégia.

  • Tenha uma reserva de emergência.
  • Compre ótimas empresas com crescimento próprio e independentes de fatores externos.
  • Cuidado com alocação alta demais que pode afetar seu psicológico.

Já passamos por muitas crises no Brasil (e fora). 

 

Continuamos atentos ao cenário. Continuamos atentos aos ventos fortes e furacões.

De qualquer modo, a longo prazo, as ações seguem os resultados das empresas.

Resultados fortes significam portfólio forte.

Abraços

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