Já é comparável a atual crise àquela observada em 2008, em magnitude, extensão e principalmente, por ainda estar em pleno andamento.
O trimestre amarga perdas pesadas, puxadas pelo mês de março, tudo em relação ao avanço ocidental do COVID-19.
É o pior primeiro trimestre já registrado, ainda que as perdas não se comparem percentualmente no geral ao ocorrido na crise das hipotecas. Todavia, a elevação no número de casos e principalmente, de mortes nos EUA nas próximas duas semanas deve cobrar um pesado preço aos mercados, deixando os recordes em aberto.
A diferença das crises vem exatamente do seu escopo, pois enquanto o subprime era em essência uma crise de falta de liquidez, a atual é uma crise de detenção forçada de demanda, em um contexto onde recessões leves já se avizinhavam pelo mundo.
Esta detenção forçada de demanda só tem um efeito inevitável, e em muitos casos irrecuperável, para diversas empresas: a falência.
A conta é a mais simples e básica de todas, pois a maior parte das micro e pequenas empresas e negócios tem capital de giro limitado e reserva financeira mais limitada ainda.
Créditos extraordinários com juros baixos, pagamentos parciais de salários por parte do governo, financiamento de capital de giro, tudo soa positivo, mas para muitos empresários, parece melhor ainda “quebrar rápido” com a menor quantidade de dívidas possíveis do que tentar lutar contra uma demanda que em alguns casos é Zero.
Para piorar, temos o sistema bancário europeu problemático, em especial os bancos italianos e alemães, ainda que tenha problemas distintos; o “disfarce” fiscal de diversos países, na forma de juros zero e negativos, potencializando as dívidas; a falta de ímpeto da atividade econômica; e o problema atuarial, tudo isso somente para citar tão somente o velho continente.
O restante do mundo viciado em programas de alívio quantitativo e bolsas de valores em alta, onde a armadilha de liquidez agora se converte, por conta do COVID-19 numa enorme destruição de valor em massa.
Veremos o início do fim disso somente quando os números se reduzirem na Europa, nos EUA e finalmente na América Latina. Até lá, a reação humana é o evento dominante.
Pelo lado positivo, em meio a tal crise, o presidente Bolsonaro alterou sua retórica quanto à situação atual e fez um discurso protocolar ontem, diferente do discurso até agora adotado.
O Brasil precisa mais do que nunca de uma rara estabilidade política.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com os avanços dos casos nos EUA.
Na Ásia, fechamento em queda, mesmo com o PMI Caixin na China em leve expansão.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, alta no ouro somente.
O petróleo abre em queda, com a super oferta mundial.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 9,28%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2053 / 0,21 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / -0,916%
Dólar / Yen : ¥ 107,50 / 0,074%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / -0,427%
Dólar Fut. (1 m) : 5202,23 / 0,27 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 4,05 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 5,30 % aa (-1,12%)
DI - Janeiro 25: 6,75 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 27: 7,48 % aa (-0,66%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,1700% / 73.020 pontos
Dow Jones: -1,8377% / 21.917 pontos
Nasdaq: -0,9526% / 7.700 pontos
Nikkei: -4,50% / 18.065 pontos
Hang Seng: -2,19% / 23.086 pontos
ASX 200: 3,58% / 5.259 pontos
ABERTURA
DAX: -3,044% / 9633,41 pontos
CAC 40: -3,357% / 4248,55 pontos
FTSE: -3,575% / 5469,18 pontos
Ibov. Fut.: -2,44% / 72788,00 pontos
S&P Fut.: -2,891% / 2495,40 pontos
Nasdaq Fut.: -2,495% / 7588,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,79% / 61,37 ptos
Petróleo WTI: -1,27% / $20,59
Petróleo Brent: -4,78% / $25,46
Ouro: 1,04% / $1.594,43
Minério de Ferro: 2,36% / $82,69
Soja: -1,19% / $875,75
Milho: -0,66% / $339,25 $339,25
Café: -1,55% / $118,10
Açúcar: -1,44% / $10,27