O descolamento da bolsa local do exterior traz uma preocupação renovada quanto à posição adotada dos investidores no câmbio.
Na premissa do corte de juros, a desvalorização do Real ontem ganhou corpo frente ao dólar, com a alta da divisa norte americana contra os mercados emergentes.
Adicionando o componente político, que deu corpo à tendência vem a retomada de posições mistas de bolsa de valores e dólar, como ocorrido até meados de maio.
Tal hedge, em partes tinha como combustível a mudança de posição dos bancos, de forma a cumprir com as mudanças tributárias que levavam ao overhedge.
Entretanto, o atual cenário mostra que parte significativa deste movimento já performou, portanto o que se observa agora é uma tendência mais de mercado do que efetivamente de proteção.
Muitos se perguntam se o dólar em alta é um problema e ainda que a inflação sofra com tal movimento, no curto prazo podemos dizer que não é um problema.
O problema é o setor produtivo lidar com uma divisa uma hora atingindo R$ 5,8, para depois ir a R$ 5,2, R$ 4,8 para voltar rapidamente a R$ 5,4.
Isso tira uma importante previsibilidade do setor produtivo, especialmente o exportador, mais ainda para o agropecuário, o qual tem receita mista (reais e dólares) e depende de insumos e matéria-prima em grande parte em dólares.
Em meio ao cenário de instabilidade promovido pela pandemia, a instabilidade cambial é um fator adicional de dificuldade para a retomada da atividade econômica, mas ainda assim, o papel do Banco Central deve se limitar a corrigir distorções, algo do qual ele se ausentou até praticamente o Real se desvalorizar a quase R$ 6 / US$.
No âmbito externo, os 27 governos europeus estão negociando pela primeira vez hoje uma proposta de € 750 bilhões (US$ 841 bilhões) para enfrentar a crise do Covid-19.
O usual desafio é como administrar as diferenças regionais, demandas individuais e divisão de valores, o que leva às acaloradas discussões neste momento.
Entretanto, a recessão no bloco, que já era esperada antes da pandemia deve se aprofundar e deste modo, os planos são de grande necessidade.
Atenção hoje à coleta de impostos no Brasil e balanço de conta corrente nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com investidores atentos à pandemia.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos com possíveis retomadas da atividade econômica mundial.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos a partir dos 5 anos.
Entre as commodities metálicas, altas, com destaque ao cobre.
O petróleo abriu em alta em Londres e em Nova York, na fé em cortes de produção e recuperação da demanda.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -4,55%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3778 / 2,83 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / 0,080%
Dólar / Yen : ¥ 106,96 / -0,037%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / -0,056%
Dólar Fut. (1 m) : 5368,85 / 2,19 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 3,10 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 4,24 % aa (2,91%)
DI - Janeiro 25: 5,86 % aa (3,53%)
DI - Janeiro 27: 6,82 % aa (3,02%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,6048% / 96.125 pontos
Dow Jones: -0,1513% / 26.080 pontos
Nasdaq: 0,3281% / 9.943 pontos
Nikkei: 0,55% / 22.479 pontos
Hang Seng: 0,73% / 24.644 pontos
ASX 200: 0,10% / 5.943 pontos
ABERTURA
DAX: 1,089% / 12416,17 pontos
CAC 40: 1,423% / 5029,33 pontos
FTSE: 1,189% / 6298,07 pontos
Ibov. Fut.: 0,74% / 96354,00 pontos
S&P Fut.: 0,794% / 3122,50 pontos
Nasdaq Fut.: 0,805% / 10086,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,87% / 64,68 ptos
Petróleo WTI: 3,09% / $40,08
Petróleo Brent: 2,55% / $42,61
Ouro: 0,37% / $1.732,16
Minério de Ferro: -0,13% / $103,05
Soja: 0,40% / $876,25
Milho: 0,45% / $332,50 $332,50
Café: 0,42% / $94,95
Açúcar: 0,76% / $11,98