NY em Alta, Europa em Queda e o Tênue Equilíbrio entre Saúde e Economia

À medida em que o vírus se espalha pelo continente europeu, as autoridades, em especial britânicas, começam a questionar as estatísticas chinesas sobre sua velocidade de contágio e quantidade real de infectados.

Ao menos até este momento, os padrões de letalidade, em especial os ligados à idade continuam os mesmos, porém o restante recai sobre a usual desconfiança com o que o mercado convive desde sempre com os dados advindos da China.

Com isso, até mesmo o governo americano, um dos mais relutantes em tomar medidas de contenção humana já se curvou às estatísticas e ontem o presidente Trump anunciou medidas de distanciamento social pelo menos até dia 30 de abril.

O desafio que se impõe sempre foi o de equilibrar os riscos à saúde pública devido ao COVID-19, com outros riscos à saúde devido ao fechamento prolongado da economia.

Este é perseguido de perto pelo desafio de como reabrir a economia de uma maneira que não interrompa a luta ao vírus.

Esta discussão só ganhou corpo quando os dados mais recentes da economia americana demonstram o enorme impacto das paralisações, em especial nos pedidos semanais de auxílio desemprego, a compilação de dados mais rápida e sensível neste momento.

Até então, as autoridades relegavam a questão econômica ao segundo plano, porém, sabe-se que ela igualmente gerará impactos na saúde, bem-estar, mortalidade da população.

Localmente, o governo ainda não se impôs tal desafio, seguindo premissas semelhantes ao governo americano, porém de duas semanas atrás e esta relutância e militância política pode cobrar um preço elevado.

As medidas do BCB para garantir liquidez ao sistema são de suma importância para evitar um colapso no curto prazo, além de tentar reverter a natural aversão ao risco dos bancos, os quais inclusive pioraram o cenário de cessão de crédito em meio à pandemia.

Do ministério da economia, ainda que em detrimento à vitória fiscal que já durava 3 anos, os gastos se elevarão com ajudas mensais aos autônomos, provável liberação de FGTS entre outras.

Ainda assim, o cenário é permeado por incertezas, ainda que o tradicional otimismo do ministro Paulo Guedes contagie parte do mercado financeiro.

O que resta agora, conforme insistimos aqui há muito tempo, é a busca pelo tênue equilíbrio da situação atual, pois o Reino Unido indicar que deve parar por 6 meses soa totalmente absurdo até para um estado com tal cobertura de bem-estar social.

O Brasil querer retomar as atividades na próxima semana, soa igualmente absurdo, para um estado com os problemas de saúde pública que somente pioraram nos últimos 20 anos.

A única coisa certa é que não podemos desassistir os mais vulneráveis em tal situação, seja em termos de saúde ou em termos sociais.

ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com o COVID-19 ainda no foco.

Na Ásia, fechamento em queda, na correção ao rali recente nos mercados ocidentais.

O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos a partir dos 5 anos de vencimento.

Entre as commodities metálicas, quedas, destaque à prata.

O petróleo abre em queda, com a menor demanda global.

O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,70%.

CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1002 / 1,50 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / -0,736%
Dólar / Yen : ¥ 107,97 / 0,028%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / -0,586%
Dólar Fut. (1 m) : 5068,71 / 1,34 %

JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 4,37 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 5,66 % aa (-0,35%)
DI - Janeiro 25: 6,97 % aa (-0,99%)
DI - Janeiro 27: 7,64 % aa (-1,55%)

BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -5,5088% / 73.429 pontos
Dow Jones: -4,0590% / 21.637 pontos
Nasdaq: -3,7853% / 7.502 pontos

Nikkei: -1,57% / 19.085 pontos
Hang Seng: -1,32% / 23.175 pontos
ASX 200: 7,00% / 5.181 pontos

ABERTURA
DAX: -0,438% / 9590,30 pontos
CAC 40: -0,960% / 4309,70 pontos
FTSE: -0,734% / 5469,86 pontos

Ibov. Fut.: -6,01% / 73050,00 pontos
S&P Fut.: 0,254% / 2530,50 pontos
Nasdaq Fut.: 0,053% / 7569,00 pontos

COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,71% / 62,27 ptos

Petróleo WTI: -5,16% / $20,40
Petróleo Brent: -7,78% / $22,97

Ouro: -0,33% / $1.622,62
Minério de Ferro: -0,12% / $88,49

Soja: 0,96% / $890,00
Milho: -0,29% / $345,00 $345,00
Café: 2,59% / $118,85
Açúcar: 0,09% / $11,11