ÁSIA: Os mercados acionários asiáticos fecharam majoritariamente em baixa nesta quinta-feira, com investidores avaliando a contração da economia dos EUA, enquanto a China reportou uma atividade fabril mais forte.
O PMI de manufatura oficial da China para junho ficou em 50,2, ligeiramente abaixo dos 50,5 esperados. A marca de 50 pontos separa crescimento de contração em base mensal e o índice está abaixo de 50 desde março. A leitura veio depois que fábricas, lojas e escritórios em Xangai e outras cidades foram autorizados a reabrir.
O Shenzhen Component subiu 1,58%, fechando em 12.896,2 pontos e o Shanghai Composite avançou 1,10%, para 3.398,62 pontos.
O índice Hang Seng em Hong Kong caiu 0,62%, fechando em 21.859,79 pontos, enquanto o índice Hang Seng Tech caiu 1,46%. As ações da empresa de software de inteligência artificial SenseTime despencaram mais de 45%, após o término de um período de bloqueio de seis meses para algumas de suas ações.
O presidente chinês Xi Jinping chegou à Hong Kong nesta quinta-feira, para o 25º aniversário da entrega da ilha do domínio colonial britânico à China, que será comemorado amanhã, informou a mídia estatal. A visita marca a primeira viagem de Xi para fora da China continental desde que a pandemia começou há mais de dois anos. Em um breve discurso ao chegar, Xi disse que Pequim manterá a política de “um país, dois sistemas” que, segundo ele, “garantirá a prosperidade e a estabilidade a longo prazo em Hong Kong”. A política de “um país, dois sistemas” permitiu que a cidade chinesa de Hong Kong operasse como uma região semi-autônoma sob o domínio de Pequim. Na sexta-feira, o leal a Pequim, John Lee, iniciará seu mandato de cinco anos como executivo-chefe de Hong Kong, substituindo a ex-presidente Carrie Lam. Lee foi o único candidato ao cargo em uma eleição realizada em maio.
O Nikkei do Japão caiu 1,54%, fechando em 26.393,04 pontos. A produção industrial do Japão caiu 7,2% em maio, segundo dados do governo. Esse número foi muito menor do que o consenso do mercado e segundo analistas, pode ter sido afetado pelos bloqueios na China.
O Kospi da Coreia do Sul caiu 1,91%, para 2.332,64 pontos. A produção industrial da Coreia do Sul em maio cresceu 0,1% em relação à abril, mostraram dados do governo. O setor de serviços cresceu 1,1% em maio.
Na Austrália, o S&P/ASX 200 caiu 1,97%, para 6.568,10 pontos, encerrando o ano fiscal com queda de 10,2% em relação ao exercício 2021-22. Na Austrália, o ano fiscal começa em 01/07 e termina 30/06 do ano seguinte. Em junho, o benchmark caiu 8,9%, o pior mês desde março de 2020.
Nesta quinta-feira, todos os setores fecharam no vermelho. As concessionárias perderam 2,9%, a energia caiu 2,5% e materiais caíram 2,8%. O setor financeiro, altamente ponderado também tiveram quedas acima de 2%. O Commonwealth Bank aumentou as taxas de hipotecas em 1,4%. Espera-se que a RBA, o banco central australiano, faça outro aumento de taxa na reunião de terça-feira, em meio à inflação persistentemente em alta e os gastos resilientes dos consumidores. Em termos individuais, BHP caiu 2,8%, Rio Tinto (LON:RIO) perdeu 3,3% e Fortescue Metals (ASX:FMG) despecou 4,4%. Entre as petrolíferas, Santos caiu 1,6% e Woodside fechou em baixa de 3,1%.
O índice MSCI para a Ásia-Pacífico exceto Japão caiu 1,14%.
EUROPA: As bolsas europeias seguem negociadas em baixa nesta quinta-feira, com todos os principais índices da região em queda no último pregão do primeiro semestre do ano.
Os declínios na Europa ocorrem enquanto o sentimento do mercado global permanece sombrio, pois não há perspectiva de que a guerra na Ucrânia termine tão cedo e as pressões inflacionárias provavelmente continuarão a crescer. Com os bancos centrais procurando combater agressivamente o aumento dos preços com aumentos nas taxas de juros, há temores crescentes de uma desaceleração global.
O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 2,60% por volta do meio-dia, com todos os setores em território negativo. O índice deve encerrar o último trimestre do ano com queda de 9%.
Na quarta-feira, as ações europeias fecharam em baixa, com o sentimento permanecendo baixista, com os investidores preocupados com uma possível recessão.
A empresa sueca aeroespacial e de defesa Saab tem o melhor desempenho no índice com alta de 7% após receber um pedido de 7,3 bilhões de coroas suecas (US$ 713,9 milhões) para duas de suas aeronaves, planejadas para serem entregues em 2027, enquanto o pior desempenho é da empresa alemã de energia Uniper que caem próximo de 15% depois que retirou suas perspectivas financeiras para 2022 sob alegação de restrições de fornecimento de gás da Gazprom. A empresa disse que recebeu apenas 40% dos volumes de gás contratualmente acordados da Gazprom desde 16 de junho, tendo como pano de fundo a guerra na Ucrânia. Ela espera que seus lucros ajustados antes de juros e impostos e lucro líquido ajustado para o primeiro semestre de 2022 sejam significativamente abaixo dos níveis do ano passado.
O alemão DAX 30 cai 2,84%, o francês CAC 40 recua 2,87% e o FTSE MIB da Itália perde 2,75%.
Na Península Ibérica, o IBEX 35 da Espanha cai 2,17%, enquanto o português PSI 20 recua 1,27%.
Na Rússia, os índices MOEX e RTSI despencam 5,99% e 4,99%, respectivamente.
Em Londres, o FTSE 100 opera em baixa de 1,93%. Entre as mineradoras, Anglo American (LON:AAL) cai 2,3%, Antofagasta (LON:ANTO) recua 0,8%, BHP perde 2,2% e Rio Tinto recua 1,9%. A petrólífera British Petroleum cai 0,8%.
Os dados divulgados na Europa nesta quinta-feira incluíram dados preliminares da inflação francesa para junho, que mostraram que o índice de preços ao consumidor do país subiu 5,8% em relação ao ano anterior, ante 5,2% em maio, disse o órgão de estatísticas INSEE da França.
As reivindicações de seguro-desemprego na Alemanha aumentaram 133.000 em junho após a queda de 5.000 em maio, devido ao registro de refugiados ucranianos no mercado de trabalho alemão, informou a Agência Federal de Emprego nesta quinta-feira. Economistas previam um declínio de 5.000. A taxa de desemprego ajustada foi de 5,3% em junho, acima dos 5,0% de maio e acima da previsão dos economistas de 5,0%. O número de vagas registradas ficou em 877 mil em junho, um aumento de 184 mil no ano.
Os preços de importação da Alemanha subiram 30,6% em maio, um ritmo mais lento do que o aumento de 31,7% em abril. Na comparação com abril, os preços das importações subiram 0,9%, mostraram os dados da Destatis. O aumento dos preços é causados principalmente pela alta dos preços da energia. Em maio, as importações de energia estavam 143,8% mais caras do que um ano antes, segundo a agência. Os preços do gás natural, que subiram no ano 235,6%, tiveram a maior influência no aumento dos custos de energia, seguido pelo aumento dos preços do petróleo bruto, de 80,2%. O índice de preços de importação, excluindo petróleo bruto e derivados de petróleo mineral, aumentou 26,2% em maio de 2022 em relação ao ano anterior. Os preços de exportação em maio subiram 15,9% em relação ao ano anterior, após um aumento de 16,0% em abril, informou a Destatis. Em relação ao mês anterior, os preços de exportação subiram 0,6%.
A economia britânica expandiu a um ritmo de 0,8% nos primeiros três meses do ano em relação ao trimestre anterior, confirmando estimativas preliminares, mas o impulso de crescimento não deve se estender no segundo trimestre, uma vez que uma intensificação do custo de vida pesou sobre a atividade. No quarto trimestre de 2021, a economia cresceu 1,3%. Tanto a renda das famílias quanto os gastos aumentaram no primeiro trimestre, deixando a taxa de poupança inalterada, disse a ONS. No entanto, os rendimentos caíram pelo quarto trimestre consecutivo, levando em conta a inflação. O crescimento nos três primeiros meses do ano vem em meio à sinais crescentes de fraqueza para a economia britânica no segundo trimestre, com o PIB encolhendo 0,3% em abril no mês. Economistas esperam que a atividade em maio e junho não seja forte o suficiente para compensar essa queda e estimam que a economia contrairá 0,2% no trimestre de abril a junho, de acordo com uma previsão de consenso da FactSet.
O Riksbank, banco central da Suécia, tornou-se o mais recente banco central global a elevar as taxas de juros nesta quinta-feira, fazendo um movimento de 50 pontos-base ao citar a rápida disseminação da inflação. O Riksbank elevou a taxa de política de 0,25% para 0,75%, um movimento amplamente esperado.
EUA: Os futuros dos índices de ações dos EUA operam em baixa significativa na manhã desta quinta-feira, enquanto Wall Street se prepara para seu pior primeiro semestre do ano desde 1970.
Wall Street vinha de uma sessão mista na quarta-feira, com o Dow avançando 0,27%, em 31.029,31, o seu primeiro dia positivo em três. O S&P 500 e o Nasdaq Composite registraram o terceiro dia negativo consecutivo, caindo 0,07% e 0,03%, respectivamente.
O Dow e o S&P 500 estão a caminho do pior trimestre desde o primeiro trimestre de 2020, quando os bloqueios do Covid derrubaram as ações. O Nasdaq Composite caiu mais de 20% nos últimos três meses, seu pior período desde 2008. O S&P 500 também está a caminho do pior primeiro semestre do ano desde 1970.
Todas os três índices estão a caminho de encerrar junho com perdas. O Nasdaq Composite está a caminho do terceiro mês consecutivo de quedas à medida que o aumento das taxas torna os lucros futuros, como os prometidos pelas empresas em crescimento, menos atraentes. O índice de tecnologia está mais de 30% abaixo da máxima histórica de 22 de novembro. Algumas das maiores empresas de tecnologia registram quedas consideráveis este ano, com a Netflix (NASDAQ:NFLX) caindo 70%. Apple (NASDAQ:AAPL) e Alphabet (NASDAQ:GOOGL) perderam cerca de 22% cada, enquanto a Meta, controladora do Facebook (NASDAQ:META), caiu 51%.
Os rendimentos do Tesouro dos EUA de 10 anos negocia ligeiramente em baixa na quinta-feira, em 3,0612%, à medida que os investidores continuam avaliando a perspectiva de uma recessão, enquanto o rendimento do título do Tesouro de 30 anos caiu para 3,194%. Os rendimentos movem-se inversamente aos preços.
À medida que o segundo trimestre chega ao fim na quinta-feira, as preocupações com a desaceleração da economia e os aumentos agressivos das taxas de juros do Federal Reserve continuam a dominar o sentimento do mercado. O Federal Reserve tomou medidas agressivas para tentar reduzir a inflação galopante, que atingiu a máxima de 40 anos. No início de junho, o FED elevou sua taxa básica de juros em três quartos de ponto percentual, o maior aumento desde 1994.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse na quarta-feira durante um fórum do Banco Central Europeu em Portugal, que vê a meta da inflação de volta para 2%, mas alertou que não havia "nenhuma garantia de que podemos fazer isso enquanto sustentamos um mercado de trabalho forte". A presidente do Federal Reserve Bank de Cleveland, Loretta Mester, disse ontem que apoia um aumento de 75 pontos base na próxima reunião do banco central em julho, "se as condições econômicas atuais persistirem".
Alguns observadores de Wall Street estão preocupados que uma ação muito agressiva do banco central leve a economia à recessão. Analistas dizem que o mercado de ações ainda não atingiu o fundo, visto que o Federal Reserve pode adotar mais medidas agressivas, porém necessárias para o combate à inflação e tal decisão deprimirão ainda mais os lucros das empresas e podem empurrar as ações para baixo. Outros dizem que os mercados só recuperarão após os mercados estejam precificando cortes mais significativos por parte do FED.
Na agenda econômica, as reivindicações semanais de seguro-desemprego estarão em foco nesta quinta-feira e será divulgado às 9h30 da manhã. Economistas esperam 230.000 novos pedidos. Dados pessoais de renda e gastos também serão divulgados no mesmo horário e devem dar uma pista se as famílias estão sofrendo com a inflação mais alta e o ciclo de aperto do Fed, assim como o núcleo do índice de preços de gastos de consumo pessoal de maio, o indicador de inflação preferido do Fed e pode determinar o ritmo em que o banco central eleva as taxas de juros. Enquanto isso, o Chicago PMI sairá às 10h45.
CRIPTOMOEDAS: O Bitcoin, a maior criptomoeda, caiu abaixo de US $ 20.000 e segue definido para registrar sua maior queda trimestral em uma década à medida que os ativos digitais estenderam declínios.
O Bitcoin cai mais de 5% nas últimas 24 horas, para US$ 19.056. O Bitcoin está bem abaixo dos US $ 47.456 registrado no início de abril e cerca de 70% de seu valor máximo alcançado em novembro passado. A queda trimestral de cerca de 59% é a pior desde 2011, a apenas dois anos após seu lançamento.
A notícia de que o fundo de hedge cripto Three Arrows será forçado a liquidar seus ativos, bem como novos comentários dos bancos centrais sugerindo mais aumentos nas taxas de juros lançam um balde de água gelada sobre a indústria de criptomoedas. Outras criptomoedas como Ethereum, Solana e Cardano também caíram na quinta-feira.
Um tribunal nas Ilhas Virgens Britânicas no início desta semana ordenou que a Three Arrows fossem liquidadas. Fundado em 2012, o fundo de hedge já gerenciou US$ 10 bilhões.
Várias outras empresas de criptomoedas também tem relatado problemas. A Celsius Networks congelou a maioria das transações de seus clientes. A Finblox, outra plataforma de empréstimos cripto, em 16 de junho limitou os saques e observou que dependia da Three Arrows para liquidez.
Bitcoin: -5,05%, em US $ 19.056,70
Ethereum: -8,98%, em US $ 1.017,92
Cardano: -6,45%
Solana: -9,84%
Dogecoin: -4,87%
Shiba Inu: +0,10%
Terra Classic: -6,95%
XRP: -5,54%
Litecoin: -3,33%
ÍNDICES FUTUROS - 7h55:
Dow: -1,21%
SP500: -1,40%
NASDAQ100: -1,55%
COMMODITIES:
MinFe Dailan: -2,22%
Brent: -0,58%
WTI: -0,54%
Soja: -0,04%
Ouro: -0,41%
OBSERVAÇÃO: Este material é um trabalho voluntário, independente, resultado da compilação de dados divulgados em diversos sites da internet que são aqui resumidos de maneira didática para facilitar e agilizar a compreensão do leitor. O texto da sessão asiática está no tempo passado, enquanto a europeia e a americana estão no presente devido ao horário em que este relatório é redigido. Atentem-se para o horário de disponibilização dos dados. O texto não é indicação de compra, manutenção ou venda de ativos.