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No Brasil, Tudo Parado; No Exterior, Taliban, Fed e Delta

Publicado 20.08.2021, 08:35
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Em Brasília, Bolsonaro segue “esticando a corda”, ameaçando ir ao STF para pedir o impeachment dos ministros Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Não acreditamos que isso dê em algo mais concreto, só representando mais desgaste na relação do presidente com o judiciário. No exterior, as sinalizações mais claras de início de tapering, depois da ata do FOMC, acendem um sinal amarelo para os mercados. No Afeganistão, cenas de pavor de grande parte da população, contra os talibãs, continuam repercutindo. Ontem, foram mães “jogando” seus filhos para os soldados americanos, no esforço de “salvá-los”. É uma crise humanitária e algo precisa ser feito.

No Afeganistão

Representantes do Talibã já deixaram bem claro que o novo regime não será democrático. Ontem, novas manifestações contrárias, nas ruas das capitais do país, ocorreram com mortos e feridos. Um dos temas dos protestos, a retirada da bandeira do país por uma do grupo extremista, branca, onde se tem apenas escrito “Não há outro Deus além de Alá, e Maomé, seu profeta”. E vai o país se transformando uma teocracia de fanáticos. Alguém tem dúvida que se tornará com o tempo um enclave de terroristas a assustar o mundo ocidental?

Nos EUA, segue o congelamento dos recursos depositados em reservas, evitando que os Talibãs tenham acesso. Por outro lado, os chineses seguem nas suas costuras e aproximações, no apoio pela reconstrução do país.

O fato é que os Talibãs não possuem apoio da sociedade afegã. Esta é a mais crua realidade. Se o regime se consolidar, será pelo medo e a coação. Neste sentido, uma reunião do Conselho de Segurança da ONU se faz urgente.

No Congresso

Paulo Guedes disse que se o Congresso não aprovar a PEC dos precatórios o governo terá que arcar com R$ 90 bilhões em 2022, não sobrando muito para manter a máquina pública em funcionamento. O “SHUTDOWN” acabará inevitável. Muito mais honesto seria dizer que a turbinada do Bolsa Família se tornará um “sonho de uma noite de verão”. Sem parcelamento dos precatórios, a paralisia se tornará inevitável.

Em complemento, a reforma tributária parece que “subiu no telhado”; já a PEC da Administrativa deve ser apresentada na semana que vem, em parece de Arthur Maia, não incluindo os militares. A intenção é votá-la em setembro na comissão especial e depois, leva-la ao plenário da Câmara. É possível, inclusive, que ela se antecipe à tributária. Nesta, predomina o impasse com os Estados e municípios, mais com os primeiros.

CPI da Covid

Aumenta o cerco sobre o líder do governo, Ricardo Barros, acusado de participar de tentativas de extorsão, para obter “vantagens” na compra da vacina indiana, Covaxin. A pressão da CPI recai sobre a abertura das contas fiscal, telefônica e bancária do deputado. Devem ser abertos também os sigilos de dados de Frederic Wassef e de 20 empresas. A previsão é que os trabalhos da comissão terminem no dia 22 de setembro.

Ata do FOMC

A sinalização de redução nas compras líquidas de títulos pelo Fed, no chamado tapering, deve acontecer neste segundo semestre, não sabendo quando. Isso pode ser melhor clareado depois do simpósio de Jackson Hole, dias 26 a 28 de agosto. Esta estratégia deve ser gradual e amplamente comunicada.

Será uma expansão do Balanço do Fed à ritmos moderados, não uma redução do estoque de títulos públicos ou hipotecários, hoje em torno de US$ 5,3 trilhões e US$ 2,4 trilhões, respectivamente. No total são US$ 8,2 trilhões atualmente no balanço do Fed, contra US$ 4,2 trilhões antes da pandemia. Ao Fed, o desafio de ir desmontando aos poucos esta política de estímulos, sem gerar grandes oscilações nas taxas dos treasuries (yelds), num momento em que as dívidas das empresas são elevadas, o número de zombies companies crescente e o estoque da dívida pública explosivo. Por enquanto, não se espera a elevação do juro, a ocorrer ao longo de 2022.

Indicadores

Os sinais de retomada firme seguem no radar, embora erráticos, dado o momento político turbulento e o avanço da pandemia. Pela CNI, a produção industrial cresceu pelo terceiro mês seguido em julho e o emprego se manteve em alta. O primeiro cresceu 1,7 ponto sobre o mês de junho, a 53,7 pontos, acima de 50 pontos, indicando expansão da produção.

Mercados

No Brasil, o Ibovespa operou no vermelho ao longo do dia (19), recuando 1,6% pela manhã, para ao fim esboçar uma reação e fechar em alta de 0,45%, 117.164 pontos, interrompendo três pregões de baixa. No mercado cambial, o dólar fechou em alta contra o real, avançando 0,88%, a R$ 5,4231.

As bolsas internacionais operaram em queda nesta quinta-feira (dia 18), refletindo a proximidade de um tapering nos EUA, depois do comunicado da ata do FOMC, novas ameaças do Covid e o clima tenso no Afeganistão.

Em Wall Street, as bolsas aliviaram o sentimento negativo com a Ata do FOMC, e fecharam em suave queda. O Dow Jones recuou 0,19%, a 34.960 pontos, o S&P 500, queda de 0,13%, a 4.400 pontos, e o Nasdaq, -0,51%, a 14.525 pontos.

Tudo nos leva a crer que nesta sexta-feira será um dia de mais volatilidade.

Nesta madrugada, na Ásia (5h05), os mercados fecharam em forte queda. Nikkei recuou 0,98%, Kospi, na Coréia do Sul, -1,20%, Shanghai Composite, -1,10% e Hang Seng, -1,95%.

Na Europa (04h05) todos os mercados os movimentos eram mistos. DAX recuando 0,17%, a 15.739 pontos; FTSE 100, avançando 0,35%, a 7.083 pontos; CAC 40, +0,10%, a 6.612 pontos; e Euro Stoxx 50 +0,08%, a 4.128 pontos.

Nos EUA (5h05), em NY, S&P 500 recuando 0,64%, a 4.373 pontos, Nasdaq 100, -0,31%, a 14.887 pontos e Dow Jones, -0,62%, a 34.603 pontos. No mercado de treasuries, US 2Y, -0,91%, a 0,2180; US 10Y, -0,70%, a 1,233 e US 30Y, -0,74%, a 1,862.

No dólar, ainda em alta, com o Índice Dólar no maior nível neste ano, 93,593 pontos, em alta de 0,01%. Isso pode trazer mais volatilidade aos mercados ao redor do mundo nos próximos dias.

No mercado de petróleo, o barril WTI avançava 0,09%, a US$ 63,56 e o Brent estável, a US$ 66,45.

Uma agenda nesta sexta-feira fraca. Destaque para o vencimento no mercado de opções. No exterior, os dados de vendas de varejo no Reino Unido e o PPI da Alemanha.

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