Quando o meio político permitir, o foco dos investidores deve se voltar à temporada de balanços corporativos, especialmente com as empresas de tecnologia, onde a quantidade maciça de demissões recentes sinaliza algo profundo para a economia americana.
Por enquanto, os sinais do mercado de trabalho continuam a ser de aquecimento, porém, tal demanda continua concentrada em faixas de renda mais baixa e naquilo que é conhecido de “blue collar job”, inclusive com melhora de salários.
Um efeito agora começa a surgir conhecido como ‘Richsession’ (Ricessão, Ricocessão – em tradução livre) ou a recessão das classes mais altas, conforme o desemprego começa a atingir mais fortemente os postos de trabalho que demandam elevada escolaridade e maior renda, especialmente em tecnologia.
Este é o tal “white collar job”, pois tem atingido também outros setores, ainda que não tão refletidos nos balanços das empresas, como bancos e instituições do mercado financeiro como nas empresas tech.
Daí a importância do guidance emitido pela Microsoft (NASDAQ:MSFT) ontem, mesmo com seu resultado levemente acima das expectativas, já reverteu os ganhos do aftermarket e cria especial atenção aos balanços a serem divulgados hoje, como AT&T (NYSE:T), IBM (NYSE:IBM) e Tesla (NASDAQ:TSLA) e para empresa de Bill Gates, assim como a Amazon (NASDAQ:AMZN), o negócio ligado ao cloud continua a ganhar corpo na companhia.
O IPCA-15 de ontem, ainda que acima da mediana dos analistas de mercado, veio estritamente dentro de nossas expectativas, revertendo em grande parte o que se observou de distorção de industriais na medição do último IPCA de 2022.
Alimentação registrou alívio, mas continua pressionada em diversos itens e transportes capturou parte da elevação de preços na virada do ano, com o retorno dos impostos, enquanto comunicação registrou a maior alta geral do índice.
A elevação da gasolina ontem por parte da Petrobrás já leva a uma série de revisões do IPCA de fevereiro, o que não deve ocorrer para o de janeiro, dado que a coleta ocorre até o final desta semana.
De qualquer modo, da a defasagem recente, tal aumento era de se esperar em algum momento, o que não traz exatamente surpresa para o índice.
Dia de agenda vazia, focado na deflação ao atacado acima das expectativas no Reino Unido e índice IFO alemão.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, apesar de dados alemães e britânicos positivos e com o resultado da Microsoft.
Em Ásia-Pacífico, mercados sem rumo, ainda influenciados pela ausência de diversas praças pelo feriado de ano novo lunar.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam no negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao paládio e platina.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, apesar da expectativa por um crescimento da China mais intenso.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,85%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1424 / -1,03 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / 0,083%
Dólar / Yen : ¥ 129,95 / 0,046%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / -0,032%
Dólar Fut. (1 m) : 5158,76 / -0,82 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,54 % aa (-0,18%)
DI - Janeiro 25: 12,75 % aa (-0,85%)
DI - Janeiro 26: 12,72 % aa (-0,92%)
DI - Janeiro 27: 12,80 % aa (-0,87%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,1553% / 113.028 pontos
Dow Jones: 0,3104% / 33.734 pontos
Nasdaq: -0,2652% / 11.334 pontos
Nikkei: 0,07% / 27.299 pontos
Hang Seng: 1,82% / 22.045 pontos
ASX 200: -0,20% / 7.490 pontos
ABERTURA
DAX: -0,727% / 14983,32 pontos
CAC 40: -0,585% / 7009,23 pontos
FTSE: -0,117% / 7748,25 pontos
Ibov. Fut.: 1,19% / 113899,00 pontos
S&P Fut.: -0,81% / 4000 pontos
Nasdaq Fut.: -0,859% / 11766,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,38% / 111,49 ptos
Petróleo WTI: -0,32% / $79,87
Petróleo Brent: -0,23% / $85,93
Ouro: 0,06% / $1.924,60
Minério de Ferro: -0,25% / $125,35
Soja: 0,15% / $1.481,50
Milho: 0,33% / $679,25
Café: 0,82% / $160,35
Açúcar: 0,91% / $19,77