Entre os fatores que em conjunto levaram ao desempenho positivo dos ativos de mercado financeiro ontem, destacamos mais uma vez o posicionamento duro e fiscalista do ministro Paulo Guedes, o qual, acima das expectativas com a reunião do COPOM hoje, levou ao fechamento das curvas de juros.
Conforme citamos anteriormente, um dos maiores desafios da reforma tributária continua a ser a ânsia arrecadatória de estados e municípios e o temor, muitas vezes infundado de perda de arrecadação.
Diversos entes federativos têm na confusão tributária que usualmente é o Brasil uma fonte bastante generosa de recursos, que se multiplica não somente na forma de arrecadação, mas na forma de multas e créditos interestaduais.
Um dos princípios da reforma tributária, além da óbvia redução da burocracia que envolve hoje a arrecadação de impostos, é uma mudança no pacto federativo, o que também em pauta no congresso, de forma a dar maiores poderes orçamentários a estados e municípios, descentralizando o poder federal sobre os recursos.
Na superfície, a reforma tributária aparenta redução de arrecadação, porém a realidade de longo prazo é de uma coleta de impostos mais eficiente, mais madura, desprovida de uma série de entraves burocráticos e com menor espaço para a adoção de uma guerra fiscal, como ocorre hoje.
Como isso não é suficiente, estados e municípios tentam articular um fundo de ´compensação´ das perdas com a reforma, o que em si tem um caráter demasiadamente subjetivo, além de um custo fiscal impossível de se impor ao governo federal, o que já suscitou a firme oposição de Guedes.
Com isso, o ministro continua a negociar o remanejamento do orçamento de forma a incluir o Renda Brasil no pacto federativo e também luta contra o fogo-amigo no governo, com Bolsonaro vetando a contragosto o perdão da dívida de igrejas.
O primeiro dia de reuniões dos BCs traz à tona o mesmo anseio dos mercados: o forward guidance.
Aqui, a expectativa pela manutenção cresce, tanto pela elevada pressão inflacionária recente, quanto pelas avaliações anteriores que de a taxa já se encontra há algum tempo em um caráter bastante estimulativo.
A chamada pela cautela cresce, principalmente pelo que se tem observado na baixa demanda nos leilões de LFT e os elevados prêmios da curva longa.
Nos EUA, a expectativa pela reafirmação dos programas de alívio quantitativo é grande, pois devido à pandemia ainda em voga, não existe possibilidade de sustentação dos mercados sem a liquidez provida por economias centrais.
A armadilha de 2009 quase foi desarmada, mas está mais forte do que nunca e sem perspectivas de reversão, daí a atenção ao Fed.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, no primeiro dia de reuniões dos BCs.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos na maioria, com vendas ao varejo positivas na China.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao cobre.
O Petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, mesmo após o relatório da OPEP indicar menor demanda global
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,35%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2723 / -0,88 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / 0,135%
Dólar / Yen : ¥ 105,67 / 0,010%
Libra / Dólar : US$ 1,29 / 0,381%
Dólar Fut. (1 m) : 5277,14 / -1,07 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,46 % aa (-0,29%)
DI - Janeiro 23: 4,06 % aa (-1,93%)
DI - Janeiro 25: 5,93 % aa (-0,84%)
DI - Janeiro 27: 6,92 % aa (-0,72%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,9431% / 100.275 pontos
Dow Jones: 1,1845% / 27.993 pontos
Nasdaq: 1,8713% / 11.057 pontos
Nikkei: -0,44% / 23.455 pontos
Hang Seng: 0,38% / 24.733 pontos
ASX 200: -0,08% / 5.895 pontos
ABERTURA
DAX: 0,198% / 13219,72 pontos
CAC 40: 0,283% / 5066,16 pontos
FTSE: 0,847% / 6077,31 pontos
Ibov. Fut.: 2,08% / 100347,00 pontos
S&P Fut.: 1,461% / 3382,40 pontos
Nasdaq Fut.: 1,026% / 11377,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,28% / 71,95 ptos
Petróleo WTI: 1,80% / $37,93
Petróleo Brent: 1,57% / $40,16
Ouro: 0,39% / $1.967,06
Minério de Ferro: -0,42% / ¥ $128,86
Soja: 0,55% / $1.005,00
Milho: -0,34% / $368,25
Café: -7,35% / $123,55
Açúcar: 0,68% / $11,85