COPOM, FOMC e BoJ.
Três decisões de política monetária semelhantes, três desafios distintos, três arsenais igualmente distintos.
O desafio global imposto pela COVID-19 acentuou uma série de problemas que já se acumulavam desde antes da pandemia, em especial àqueles relacionados à política monetária e programas de alívio quantitativo.
A tentativa mal lograda do Fed de redução de seu balanço em 2018, rechaçada pelos ataques diretos que a instituição sofreu por parte do presidente Trump foi o elemento mais importante para o incremento do QE durante a atual crise, porém deixou totalmente sem resposta a principal pergunta: é possível reverter a armadilha de liquidez em que os países desenvolvidos estão inseridos?
E aos emergentes, sem potência fiscal, juros baixos ajudam?
Não existe saída fácil neste momento e dado a característica inédita da crise, muita experimentação está ocorrendo à vista de todos, o que será certamente discutido nos livros de economia no futuro.
Entre as discussões, estarão a eficácia da curva de Philips em países desenvolvidos, a digitalização da economia afetando a dinâmica de preços (Amazon (NASDAQ:AMZN) Effect) e a ascensão da China com um modelo econômico de pesada intervenção estatal, competindo com o modelo pseudo-liberal dos EUA.
Porém, em diversos aspectos, as economias periféricas, em especial dos países emergentes continuam a responder aos parâmetros históricos e econométricos da teoria econômica, talvez exatamente por não comporem a reserva global de valor, ou seja, não conseguem ´imprimir dinheiro´, sem sofrerem as consequências disso de maneira rápida e dolorosa.
Com o advento da mínima previsibilidade fiscal oferecida pelo teto dos gastos, o Brasil optou por uma política de juros ousada, com base em um modelo com diversos parâmetros claramente distorcidos e avançou no afrouxamento muito além de seus pares internacionais, afastando assim o investidor estrangeiro, num momento de elevada aversão ao risco.
A consequente desvalorização cambial foi desprezada pela maioria dos analistas, em vista a teorias de abertura de hiato do produto ou dos aspectos deflacionários advindos da restrição de locomoção criados pela pandemia.
Para muitos, o passthrough não viria.
O problema é que com tal velocidade e volatilidade cambial, os efeitos deflacionários da crise durariam até a reposição de estoques, onde parte da cadeia global de suprimentos foi e ainda é afetada pela crise.
A reação das economias centrais acima das expectativas dos analistas impõe mais um nível de pressão de preços, pois a aceleração de demanda por exportações em meio a um câmbio fortemente desvalorizado resolve fortemente nosso problema de balanço de pagamentos, porém gera um problema de oferta dos dois lados, importação e exportação, que no fim se traduzem como inflação.
Por fim, o desafio fiscal se completa com a queda na arrecadação e sob a égide de juros tão baixos, no refinanciamento da dívida pública, como observamos recentemente na liquidez e nos prêmios das LFTs.
Neste sentido, o guidance emitido pelo COPOM hoje talvez seja um dos mais importantes, se não o mais, dos seus 21 anos de história.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelas reuniões dos BCs.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com a queda nas exportações japonesas.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao cobre.
O Petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, com o furacao nos EUA atingindo a oferta.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,72%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2771 / 0,09 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / 0,270%
Dólar / Yen : ¥ 105,05 / -0,247%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / 0,295%
Dólar Fut. (1 m) : 5282,15 / 0,09 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,54 % aa (1,14%)
DI - Janeiro 23: 4,15 % aa (2,22%)
DI - Janeiro 25: 6,03 % aa (1,69%)
DI - Janeiro 27: 7,02 % aa (1,45%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0233% / 100.298 pontos
Dow Jones: 0,0081% / 27.996 pontos
Nasdaq: 1,2090% / 11.190 pontos
Nikkei: 0,09% / 23.476 pontos
Hang Seng: -0,03% / 24.726 pontos
ASX 200: 1,04% / 5.956 pontos
ABERTURA
DAX: 0,066% / 13226,34 pontos
CAC 40: 0,135% / 5074,77 pontos
FTSE: -0,112% / 6098,73 pontos
Ibov. Fut.: -0,09% / 100252,00 pontos
S&P Fut.: 0,677% / 3405,30 pontos
Nasdaq Fut.: 0,600% / 11533,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,60% / 72,22 ptos
Petróleo WTI: 2,46% / $39,16
Petróleo Brent: 2,27% / $41,33
Ouro: 0,53% / $1.964,96
Minério de Ferro: -3,22% / ¥ $128,01
Soja: 0,25% / $995,25
Milho: -0,41% / $365,50
Café: -1,09% / $123,85
Açúcar: 0,83% / $12,17