Politicamente, a inflação é um dos eventos mais difíceis para qualquer governante lidar, pois ainda que atinja desproporcionalmente as classes sociais, seu impacto é democraticamente sentido por todos.
A sensação de insegurança financeira que a inflação traz tem poucos comparativos na literatura econômica e provavelmente é somente suplantada pelo desemprego elevado, este obviamente o pior elemento, dado seu impacto nos núcleos familiares.
Ainda assim, a inflação gera impactos econômicos em momentos bons e ruins da economia, ou seja, o desemprego muitas vezes é a consequência de um cenário recessivo e deste modo, é muitas vezes politicamente relativizado até por aqueles por ele atingido, já a inflação pode ocorrer em qualquer momento.
Deste modo, ela é um catalisador da impopularidade de líderes em momentos de forte pressão política e pode redefinir quadros eleitorais como nos EUA no início dos anos 1980, no Brasil em 1994 e 2015 e Alemanha nos anos 1930, somente para citar alguns exemplos.
Neste momento, em que decisões ainda equivocadas de “dobrar a aposta” na gigantesca injeção de liquidez pelos bancos centrais mundo afora, notadamente o Federal Reserve e o Banco Central Europeu se encontram com choques globais de oferta, retorno pós pandêmico da atividade econômica e elevações dos preços de commodities, a inflação se tornou um mal praticamente inevitável.
O preço político que ela tem cobrado pode ser sentido no Brasil, com a falta de avanços nas pesquisas eleitorais do atual incumbente, também é sentido na Europa, influenciando uma série de processos eleitorais e nos EUA, com as eleições de meio de mandato, que potencialmente enfraquecerão os democratas e Biden.
Com tudo isso citado acima, podemos pensar de maneira hipotética como os EUA tem tratado a questão da Ucrânia, a qual tem raízes muito mais profundas do que simplesmente a passagem de gás para a Europa e a questão da OTAN, pois o momento político é o pior, desde as eleições.
Isso faz com que os mercados se mantenham obviamente atentos ao xadrez geopolítico e as possíveis consequências das ameaças russas serem postas a cabo, caso sejam reais, conforme têm dito os EUA.
Caso sejam reais.
Fiquemos atentos.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com temores com a questão ucraniana e de olho na reunião extraordinária do Fed.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, também atentos aos desenvolvimentos da questão Russo-Ucraniana.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto o minério de ferro e o cobre.
O petróleo abre em estabilidade em Londres e Nova York, após as maiores altas em sete anos, com oferta limitada e ameaça de conflito militar.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 14,69%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2481 / -0,03 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / -0,291%
Dólar / Yen : ¥ 115,09 / -0,312%
Libra / Dólar : US$ 1,35 / -0,347%
Dólar Fut. (1 m) : 5252,53 / -0,11 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,48 % aa (1,80%)
DI - Janeiro 24: 12,00 % aa (1,35%)
DI - Janeiro 26: 11,32 % aa (0,80%)
DI - Janeiro 27: 11,36 % aa (0,49%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,1805% / 113.572 pontos
Dow Jones: -1,4288% / 34.738 pontos
Nasdaq: -2,7809% / 13.791 pontos
Nikkei: -2,23% / 27.080 pontos
Hang Seng: -1,41% / 24.557 pontos
ASX 200: 0,37% / 7.244 pontos
ABERTURA
DAX: -3,198% / 14931,90 pontos
CAC 40: -3,192% / 6787,81 pontos
FTSE: -2,056% / 7503,49 pontos
Ibov. Fut.: 0,12% / 113582,00 pontos
S&P Fut.: -0,92% / 4368,75 pontos
Nasdaq Fut.: -1,118% / 14086,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,56% / 110,51 ptos
Petróleo WTI: 0,04% / $93,14
Petróleo Brent: 0,06% / $94,50
Ouro: -0,12% / $1.857,14
Minério de Ferro: -1,07% / $150,87
Soja: -0,46% / $1.577,50
Milho: -0,27% / $650,75
Café: -0,32% / $251,95
Açúcar: -1,10% / $18,12