Desde a crise do subprime em 2008, o papel dos Bancos Centrais vem sendo discutido e rediscutido em virtude da ausência de uma solução definitiva para o problema da inflação baixa em países desenvolvidos e mais recentemente, da contínua e pesada liquidez por eles fornecidas, em virtude exatamente do primeiro problema.
A curva de Philips é um conceito econômico que diz que o desemprego e a inflação têm uma relação inversa e estável, ou seja, quanto menor o desemprego, maior a atividade econômica, resultando em consumo, melhora de bem-estar e com isso tudo, inflação.
Apesar de sofrer os desafios de eventos como estagflação nos EUA nos anos 70 e a própria característica da inflação brasileira até o plano Real, a curva de Philips permanecia como um ótimo parâmetro de decisões de política monetária até a implantação dos programas de alívio quantitativo, deflagrados pelo Federal Reserve.
Desde então, diversos países, mais especialmente os EUA, têm sofrido com a quebra de tal correlação, onde a atividade econômica aquecida e o baixo desemprego deixaram de resultar em pressões inflacionárias, permitindo assim que os BCs mantivessem contínuos e enormes programas de liquidez.
Um dos problemas é que tal quebra de correlação tem forte aderência em países desenvolvidos e economias maduras, porém Philips parece continuar a prestar seu papel em países emergentes como o Brasil, exatamente pelas características de economia periférica.
Eis que em uma semana concentrada de decisões de política monetária (BC, Fed, Boe e BoJ), as decisões podem reservar a mesma característica, ou seja, a manutenção dos juros, porém o arsenal do nosso Banco Central continua limitado a tal decisão, sem os programas e alívio quantitativo.
Localmente, a inflação começa a dar sinais de pressão em resposta ao câmbio continuamente instável, ao trade-off que tal desvalorização oferece aos exportadores, reduzindo a oferta local de bens e a distância considerável de nossa taxa de juros em vista aos nossos pares internacionais, além dos problemas fiscais dentro e fora da pandemia.
Como vemos, 4 decisões de juros de suma importância na semana, com desafios distintos e o Brasil com arsenal consideravelmente mais limitado.
Resta saber se nosso BC se pautará pela cautela até agora não reservada pelas decisões passadas ou se trava na armadilha de liquidez de onde as outras autoridades monetárias não consegue mais se livrar.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, divididos entre notícias de vacinas e retorno aos ganhos.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com o Nikkei puxado por ações do SoftBank.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam próximos à estabilidade em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao cobre.
O Petróleo abriu em queda em Londres e em Nova York, mesmo com a as tempestades no Golfo do México afetando a produção.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,63%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3193 / 0,00 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / 0,000%
Dólar / Yen : ¥ 105,94 / -0,019%
Libra / Dólar : US$ 1,29 / 0,172%
Dólar Fut. (1 m) : 5334,21 / 0,45 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,50 % aa (2,34%)
DI - Janeiro 23: 4,14 % aa (0,73%)
DI - Janeiro 25: 5,98 % aa (0,17%)
DI - Janeiro 27: 6,97 % aa (0,29%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,4770% / 98.363 pontos
Dow Jones: 0,4760% / 27.666 pontos
Nasdaq: -0,6049% / 10.854 pontos
Nikkei: 0,65% / 23.406 pontos
Hang Seng: 0,32% / 24.503 pontos
ASX 200: 0,59% / 5.859 pontos
ABERTURA
DAX: -0,103% / 13189,30 pontos
CAC 40: 0,142% / 5041,27 pontos
FTSE: -0,292% / 6014,48 pontos
Ibov. Fut.: -0,46% / 98302,00 pontos
S&P Fut.: -0,207% / 3333,70 pontos
Nasdaq Fut.: 1,345% / 11213,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,24% / 71,73 ptos
Petróleo WTI: 0,64% / $37,13
Petróleo Brent: 0,20% / $39,55
Ouro: 0,47% / $1.942,94
Minério de Ferro: 1,69% / ¥ $127,43
Soja: 2,08% / $1.005,50
Milho: 0,00% / $366,25
Café: 0,64% / $133,35
Açúcar: 0,08% / $11,89