”Entretanto, a pretensa independência do Banco Central, ainda que sancionada por lei desde o dia 24 do mês passado, terá seu primeiro teste de fogo hoje, com a necessidade do Banco Central elevar os juros em ao menos 50 bp”.
Com nossa frase do relatório de ontem, coroamos a decisão do COPOM de elevação de 75 bp e contratação de mais 75 bp para a próxima, colocando a taxa nominal brasileira em virtuais 3.5% aa, no seu ciclo de normalização.
Entendemos que tal postura de mudança do BC, além de carregar o peso de sua independência, pois contraria interesses da retórica do governo, também demonstra uma mudança de postura interessante, dado o histórico desta gestão, considerada até agora “dove” pelo mercado.
Neste sentido, o que considerávamos de suma importância, o sinal mais duro acabou se concretizando, trazendo ainda mais importância à decisão, dado que o digital da taxa se tornaria inócuo, no caso de um sinal inconvicto de elevação.
Algumas instituições do setor bancário já alertaram que tal decisão pouco muda nas taxas praticadas pelo mercado neste momento e em reuniões com grandes instituições, recebemos sinais semelhantes, inclusive caso haja a continuidade do aperto, afinal, dizem, existe espaço de negociação, especialmente aos bons pagadores (scores fazendo diferença).
Há sinais do passado recente ainda no comunicado, a ser melhor observado na ata, ao admitir que os choques inflacionários foram mais fortes e persistentes do que o comitê previa, mas continua a diagnosticar como temporário, mesmo com risco admitido do rompimento do teto de 2021 e inércia para 2022.
Porém, outro ponto importante foi o sinal emitido pelo FOMC, o comitê de política monetária do Fed, retirando o peso das perspectivas inflacionárias que se desenharam nas últimas semanas no mercado, que teria consequente retirada de estímulos e normalização de juros.
Obviamente, dados os movimentos recentes, o mercado talvez não aceite tão passivamente tal postura e o teste derradeiro tende a ocorrer nos Treasuries de 10 anos.
Ainda assim, o sinal de que a liquidez, os juros e os estímulos continuarão, demonstra que o custo fiscal, novamente, ficou para o futuro.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, em reação à decisão de juros do FOMC.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, celebrando a decisão do FOMC.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, com destaque ao minério de ferro.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com o aumento constante dos estoques internacionais, em especial americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,39%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,5879 / -0,66 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / -0,342%
Dólar / Yen : ¥ 109,06 / 0,193%
Libra / Dólar : US$ 1,40 / 0,057%
Dólar Fut. (1 m) : 5589,73 / -0,59 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,27 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 23: 6,00 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 25: 7,40 % aa (0,41%)
DI - Janeiro 27: 7,91 % aa (0,38%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,2195% / 116.549 pontos
Dow Jones: 0,5770% / 33.015 pontos
Nasdaq: 0,3981% / 13.525 pontos
Nikkei: 1,01% / 30.217 pontos
Hang Seng: 1,28% / 29.406 pontos
ASX 200: -0,73% / 6.746 pontos
ABERTURA
DAX: 1,168% / 14767,16 pontos
CAC 40: 0,266% / 6070,90 pontos
FTSE: 0,142% / 6772,36 pontos
Ibov. Fut.: 2,26% / 116604,00 pontos
S&P Fut.: 0,293% / 3974,00 pontos
Nasdaq Fut.: -1,036% / 13064,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,09% / 85,62 ptos
Petróleo WTI: -0,42% / $64,37
Petróleo Brent: -0,44% / $67,69
Ouro: -0,58% / $1.735,14
Minério de Ferro: 1,55% / ¥ $168,21
Soja: -0,44% / $1.411,50
Milho: -0,22% / $556,75
Café: 0,64% / $133,70
Açúcar: 0,13% / $16,01