O mercado financeiro dá a largada para a última semana do mês, do segundo trimestre e do primeiro semestre de 2024. No trajeto, os investidores passam pela ata do Copom e o IPCA-15 de junho, ambos amanhã, seguido do Relatório de Inflação, na quinta-feira. Na reta final, tem ainda o índice de preços preferido do Fed, o PCE, na sexta-feira.
Dificilmente esse percurso deve alterar a rota do Ibovespa desde o início do ano. Desde janeiro, a bolsa brasileira acumula perdas de 9,6%. Mas talvez seja possível evitar a quarta queda mensal seguida. No mês, o índice acionário tem queda de 0,6%. Já o dólar avança quase 4% apenas em junho, elevando a valorização em seis meses para mais de 12%.
Em sentido totalmente contrário ao dos ativos locais, o S&P 500 e o Nasdaq sobem mais de 10%, cada, impulsionados pelo rali da Inteligência Artificial. Já o Dow Jones está atrasado, subindo 3,8% até agora. Aliás, nesta manhã, os futuros dos índices das bolsas de Nova York não exibem uma direção única.
Mercado em uma corrida sem fim
Mas essa sinalização vinda do exterior não indica muita coisa, em meio à dinâmica própria do mercado por aqui. Talvez nem mesmo a agenda econômica carregada dos próximos dias sirva para definir o comportamento dos negócios à frente, diante da interferência dos ruídos vindos de Brasília.
Os investidores insistem em dizer que o risco fiscal faz lembrar o governo Dilma 2, em meio ao descontrole dos gastos, às “pedaladas” e aos subsídios. Para eles, o Lula 3 é responsável pelo mau humor por aqui. Há quem diga que há certo exagero, enquanto outros veem um padrão no peso dado à fala das lideranças.
Nessa encruzilhada, o prêmio por uma trajetória sem sentido não traz benefício a nenhum dos participantes. Ou, como diria o filósofo Quincas Borba: “Ao vencedor, as batatas!”.