Um comunicado enxuto e direto.
A decisão do COPOM ontem em manter os juros inalterados em 2% aa e retirar o forward guidance - um meio diferente de sinalizar o antigo viés, que lá atrás pouco foi utilizado – foi acertada e trouxe de volta uma cautela que até recentemente, em meio a repiques inflacionários, era deixada de lado.
Ainda assim, o Banco Central reforça que o cenário prescreve uma taxa ultra estimulativa e que a mudança de guia não é assunção mecânica de retomada de alta de juros.
É neste ponto em que a autoridade monetária faz um pequeno hedge, em caso de mudança de cenário nos próximos 45 dias, o que é completamente possível, dadas as variáveis em jogo de baixíssima previsibilidade, como questões políticas e sanitárias.
Ainda assim, o BC entra na seara da inflação subjacente e demonstra que era real a preocupação que tínhamos há pelo menos 2 meses de que os choques recentes de preços não tinham características tão temporárias quanto queria acreditar parte dos analistas e mesmo o BC.
Este é uma conta com diversas derivadas, mas se a preocupação da autoridade monetária é com a meta inflacionária, há de se repensar os impactos de um câmbio acima de R$ 5 na cadeia produtiva e como a economia brasileira pode reagir a qualquer sinal mais claro de retomada da atividade econômica.
Lembramos que as características estruturais da economia brasileira não mudaram, portanto somos sim suscetíveis a pequenos sinais de melhora da atividade nas medidas de preço, assim como fomos bastante sensíveis à forte volatilidade cambial dos últimos meses e à adoção do Corovavoucher.
A política monetária brasileira demanda ajustes de azimute mais precisos para calcular seus rumos do que no restante do mundo, descambado em MMTs e políticas extremamente frouxas, sob o risco de novamente contratarmos mais um voo de galinha, brasileiríssimo como a feijoada, futebol e corrupção.
Uma elevação de juros pode ocorrer daqui até antes do fim do semestre, a depender de como todos os fatores acima se comportarem.
Nada é tão certo.
Atenção aos balanços de Intel (NASDAQ:INTC) (SA:ITLC34) e IBM (NYSE:IBM) (SA:IBMB34) e na agenda macro, mercado imobiliário americano.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, no segundo dia de Biden como presidente.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, acompanhando o otimismo de Wall Street.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, com destaque à prata.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com o aumento dos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,51%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,308 / -0,85 %
Euro / Dólar : US$ 1,21 / 0,289%
Dólar / Yen : ¥ 103,41 / -0,097%
Libra / Dólar : US$ 1,37 / 0,608%
Dólar Fut. (1 m) : 5318,78 / -0,57 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 4,23 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 23: 4,96 % aa (-0,70%)
DI - Janeiro 25: 6,48 % aa (-0,15%)
DI - Janeiro 27: 7,15 % aa (0,42%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,8206% / 119.646 pontos
Dow Jones: 0,8337% / 31.188 pontos
Nasdaq: 1,9706% / 13.457 pontos
Nikkei: 0,82% / 28.757 pontos
Hang Seng: -0,12% / 29.928 pontos
ASX 200: 0,79% / 6.824 pontos
ABERTURA
DAX: 0,350% / 13969,40 pontos
CAC 40: -0,195% / 5617,44 pontos
FTSE: 0,099% / 6747,03 pontos
Ibov. Fut.: -0,76% / 119707,00 pontos
S&P Fut.: 1,435% / 3845,00 pontos
Nasdaq Fut.: 0,429% / 13345,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,15% / 80,18 ptos
Petróleo WTI: -0,92% / $52,78
Petróleo Brent: -0,75% / $55,75
Ouro: -0,07% / $1.869,95
Minério de Ferro: 0,00% / ¥ $169,85
Soja: 0,47% / $1.375,75
Milho: 1,15% / $526,75
Café: 0,72% / $126,00
Açúcar: -0,37% / $16,17