O PIB dos EUA ontem trouxe uma miríade de sinais conflitantes, mas que no fim, reforçam quase que letra a letra a mensagem da ata da última reunião do FOMC, o comitê de política monetária do Fed quanto ao futuro da economia.
O PIB em si foi revisado para baixo na atual leitura, de 2,9% para 2,7%, acompanhado de uma piora no consumo pessoal, de 2,1% para 1,4%, já o PCE - consumo pessoal e despesas - a inflação de referência do Fed saiu de 3,5% para 3,9%, enquanto o núcleo saiu de 3,9% para 4,3%.
Isso chama a atenção hoje para os dados mensais, usualmente divulgados um dia após o PIB, onde se esperam melhoras no consumo e renda, mas ao mesmo tempo, também piora nos índices inflacionários como um todo.
Unem-se tais dados com um resultado expressivamente baixo dos pedidos de auxílio desemprego aos 192.000, está desenhado o cenário citado na ata do FOMC, com pressões inflacionárias, sinais contraditórios na atividade econômica, devido às pressões constantes do mercado de trabalho.
Enfim, os sinais de maiores elevações de juros nos EUA e de um período de aguardo dos efeitos defasados da política monetária, que pode ser de 6 a 9 meses sugerem que o início do corte de juros nos EUA não deveria acontecer este ano, como tanto deseja, almeja e quer parte dos investidores.
Tal desejo, muitas vezes, ultrapassa a razão, como aconteceu entre 2005 e 2008, quando o Fed alertou que a alta de juros seria constante e afetaria diversos setores sensíveis ao crédito, mas não agiu de forma a desconstruir as distorções criadas pelo subprime e enquanto isso, o mercado agia como se as altas de juros não fossem necessárias, mas como mostrou a realidade, eram.
Localmente, as atenções se voltam às diversas inflações, incluindo o IPCA-15, onde projetamos uma alta de 0,77%, acima da mediana de 0,72%, com pressões de serviços e apesar de uma redução sazonal do custo de alimentos.
O INCC, índice que compõe o IGP e mede os custos da construção civil deve continuar pressionado no curto prazo, ainda por dissídios de mão de obra e custos de insumos, mas o índice fechado em si, continua sem pressão com queda no IPA.
No restante da agenda, nota para imprensa do setor externo, mercado imobiliário nos EUA e confianças do consumidor da FGV e da Universidade de Michigan.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa por dados do PIB americano, balanços corporativos e PIB mais fraco na Alemanha.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos na sua maioria, exceto pelo Nikkei, apesar do Japão registrar a maior inflação em 41 anos e a nomeação de Ueda para o BoJ.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, destaque de queda ao minério de ferro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, com a redução da oferta russa e dos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,66%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1318 / -0,54 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / -0,047%
Dólar / Yen : ¥ 135,14 / 0,319%
Libra / Dólar : US$ 1,20 / 0,108%
Dólar Fut. (1 m) : 5143,20 / -0,51 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,39 % aa (0,12%)
DI - Janeiro 25: 12,61 % aa (-0,25%)
DI - Janeiro 26: 12,69 % aa (-0,24%)
DI - Janeiro 27: 12,87 % aa (-0,12%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,4114% / 107.593 pontos
Dow Jones: 0,3293% / 33.154 pontos
Nasdaq: 0,7242% / 11.590 pontos
Nikkei: 1,29% / 27.453 pontos
Hang Seng: -1,68% / 20.010 pontos
ASX 200: 0,30% / 7.307 pontos
ABERTURA
DAX: -0,054% / 15467,29 pontos
CAC 40: 0,177% / 7330,36 pontos
FTSE: 0,281% / 7929,95 pontos
Ibov. Fut.: 0,41% / 109220,00 pontos
S&P Fut.: -0,27% / 4008 pontos
Nasdaq Fut.: -0,596% / 12132,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,24% / 106,24 ptos
Petróleo WTI: 1,25% / $76,33
Petróleo Brent: 1,27% / $83,25
Ouro: -0,01% / $1.821,96
Minério de Ferro: -2,42% / $126,70
Soja: 0,52% / $1.543,00
Milho: 0,27% / $661,75
Café: -2,93% / $193,65
Açúcar: 0,05% / $21,57