Obviamente, não soou bem ao mercado financeiro a perspectiva de rompimento do teto dos gastos, por melhores que fossem as explicações do governo para o tema, em especial num momento político crítico como o atual.
A calmaria foi maior pelo fim dos boatos de saída do ministro Paulo Guedes, porém ao explicar sua manutenção e a saída de Bruno Funchal e Jeferson Bittencourt, ficou claro que a divergência veio exatamente do fim da percepção do ajuste fiscal e do início de um expediente populista com os gastos públicos.
Agora, o foco se volta à PEC dos precatórios e a necessidade premente de sua aprovação para dar sustentação aos planos de maiores gastos por parte do governo, o qual já conseguiu uma elevação dos tetos, através de um malabarismo técnico, ao alterar as datas de mensuração dos gastos, o que pode atrapalhar, e muito, a confecção do orçamento.
Para completar tal cenário bizarro, Guedes ‘conclamou’ o Banco Central a pressionar ainda mais os juros, citando que a piora fiscal por ele defendida necessita de resposta da política monetária e se isso acontecer, ou seja, algo maior que 100 bp, o BC sepulta qualquer sinal da independência conquistada a duras penas.
O problema da abertura do expediente fiscal não se concentra somente no executivo, porém nas suas consequências naturais no congresso, sempre ávido a fincar suas garras no dinheiro público, como se não tivesse dono e a situação pode piorar ainda mais para as contas públicas, as quais tiveram comportamento exemplar até agora.
Por isso, a PEC dos precatórios não deve ter dificuldades em passar no congresso, afinal, é o mesmo que demanda cada vez mais recursos e os conseguiu em profusão este ano, apesar de todos os problemas oriundos da pandemia.
Esta semana, além da decisão do COPOM, as atenções se voltam ao IPCA-15, o qual vem com a quebra da trinca de inflação - alimentos, habitação e transportes - e se concentra no último item, dada a pressão global de energia, o que por si daria alento ao Banco Central repensar o processo de aperto monetário.
No exterior, a atenção se concentra em dados de atividade econômica nos EUA e Europa, em especial no PIB americano e na decisão de juros do BCE, além do calendário corporativo já intensivo nos EUA e que ganha força no Brasil.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com foco em balanços corporativos.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos na maioria, após resultado acima das expectativas do HSBC.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto ao minério de ferro e platina.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com a especulação global ainda em andamento.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,98%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,6497 / -0,20 %
Euro / Dólar : US$ 1,16 / -0,155%
Dólar / Yen : ¥ 113,68 / 0,115%
Libra / Dólar : US$ 1,38 / -0,044%
Dólar Fut. (1 m) : 5657,47 / -0,22 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 10,10 % aa (9,49%)
DI - Janeiro 23: 10,85 % aa (3,53%)
DI - Janeiro 25: 11,50 % aa (0,09%)
DI - Janeiro 27: 11,81 % aa (0,08%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,3355% / 106.296 pontos
Dow Jones: 0,2077% / 35.677 pontos
Nasdaq: -0,8248% / 15.090 pontos
Nikkei: -0,71% / 28.600 pontos
Hang Seng: 0,02% / 26.132 pontos
ASX 200: 0,34% / 7.441 pontos
ABERTURA
DAX: 0,400% / 15605,15 pontos
CAC 40: 0,050% / 6737,04 pontos
FTSE: 0,502% / 7240,72 pontos
Ibov. Fut.: -1,42% / 107117,00 pontos
S&P Fut.: 0,14% / 4543 pontos
Nasdaq Fut.: 0,200% / 15382,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,11% / 104,91 ptos
Petróleo WTI: 0,73% / $84,52
Petróleo Brent: 0,54% / $86,22
Ouro: 0,37% / $1.799,19
Minério de Ferro: -0,30% / $122,50
Soja: 0,63% / $1.228,50
Milho: 0,42% / $540,00
Café: 0,40% / $200,45
Açúcar: -0,42% / $19,03