“O PCE não é compatível com um cenário de desinflação crível, ainda que as expectativas se já se aproximem de 2021” e com esta frase de Bullard, resumimos as expectativas quanto aos próximos movimentos do Fed.
Ainda que Bullard não vote, a fala reflete a frustração de parte dos membros do Federal Reserve quanto à velocidade de redução da inflação, de forma a sustentar um o “início do fim” do aperto monetário nos EUA.
A série de dados dos EUA na semana anterior, ainda que agrade à retorica do governo americano, complica em muito a condução da política monetária e a possibilidade de reversão da atual política.
Mercado de trabalho, imobiliário, atividade fabril, PIB, inflação, balanços corporativos, todos apontando para uma economia forte e sem grandes sinais de reversão, ainda que muitos preguem a possibilidade de recessão avizinhando os EUA neste ou no próximo ano.
Parte disso se baseia na tese de que, em meio ao aquecimento econômico, a inflação não dará alívio e portanto, será necessário por parte do Fed um movimento mais forte nos juros, ao ponto de se criar um cenário recessivo.
Tudo isso está pondo em xeque diversas teorias macroeconômicas, ao mesmo tempo em que, nem de longe, dão abertura a teses descompromissadas com a verdade como a Moderna (NASDAQ:MRNA) Teoria Monetária (MMT), mais facilmente comparada à uma hipótese, do que uma teoria.
O desafio dos formuladores de política monetária de agora em diante é equilibrar o arcabouço teórico existente, aos desafios novos impostos pela economia mundial, enquanto a academia busca opções sérias para o renovado cenário.
Localmente, a inflação do IPCA-15 acima da mediana do mercado, aos 0,76% (Infinity: 0,77%) não nos surpreendeu, com pressões de serviços capitaneadas pelo item educação e redução das pressões por alimentos.
No fim, tal número nada muda a política monetária do Bacen, muito mais embebido nas expectativas em relação ao que será feito na área fiscal, do que nas possíveis pressões inflacionárias de curto prazo.
A inflação, pode-se dizer, é um problema debelado e já o fiscal, não.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, após as reações à série de dados nos EUA e à ata do FOMC.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após um dos piores fechamentos semanais nas bolsas ocidentais do ano.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, destaque de queda ao minério de ferro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, com a redução da oferta russa e dos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,09%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2006 / 1,34 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / 0,095%
Dólar / Yen : ¥ 136,40 / -0,132%
Libra / Dólar : US$ 1,20 / 0,318%
Dólar Fut. (1 m) : 5209,05 / 1,28 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,47 % aa (0,60%)
DI - Janeiro 25: 12,78 % aa (1,32%)
DI - Janeiro 26: 12,88 % aa (1,52%)
DI - Janeiro 27: 13,06 % aa (1,47%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,6678% / 105.798 pontos
Dow Jones: -1,0164% / 32.817 pontos
Nasdaq: -1,6864% / 11.395 pontos
Nikkei: -0,11% / 27.424 pontos
Hang Seng: -0,33% / 19.944 pontos
ASX 200: -1,13% / 7.225 pontos
ABERTURA
DAX: 1,487% / 15435,90 pontos
CAC 40: 1,544% / 7298,24 pontos
FTSE: 0,895% / 7949,16 pontos
Ibov. Fut.: -1,71% / 107355,00 pontos
S&P Fut.: 0,54% / 3997,25 pontos
Nasdaq Fut.: 0,596% / 12077,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,33% / 105,89 ptos
Petróleo WTI: 0,21% / $76,48
Petróleo Brent: 0,13% / $83,27
Ouro: -0,08% / $1.809,69
Minério de Ferro: -3,16% / $122,75
Soja: 0,08% / $1.531,00
Milho: 0,31% / $652,00
Café: -1,27% / $191,20
Açúcar: 0,42% / $21,49