Localmente, o mercado começa a alimentar duas esperanças diferentes no curto prazo, ambas de certa maneira conectadas por eventos de ordem política e econômica.
Primeiro, o setor de crédito no Brasil passa por um momento delicado, desde os eventos da Americanas e diversas empresas sinalizam dificuldades tanto para o pagamento de obrigações, quanto o rendimento, devido à menor atividade econômica.
Já do lado fiscal, o governo começa a sinalizar gradativamente que um plano para o arcabouço deve ser anunciado em breve, o que dariam, em partes, as condições suficientes para o Banco Central sinalizar o início do afrouxamento monetário.
Neste cenário, a conjunção de ambos os fatores é essencial, pois se há um bom movimento no sentido fiscal e a atividade econômica ensaia sinais de fraqueza, não há por que o Banco Central não iniciar, ao menos, a sinalização de que o ciclo de aperto chegou ao fim.
Obviamente, o governo precisa estar consciente do seu papel na atual situação e no excesso absurdo de ruídos e balões de testes desde o início do atual mandato, portanto, reiteramos que os efeitos nas curvas de juros mais longas é “ferimento autoinflingido” do governo, apesar de tentar desviar de tal responsabilidade.
Os sinais ainda não são concretos, apesar da reação positiva dos investidores, mas a combinação de um plano fiscal mais sólido e uma situação ruim do crédito dão o arcabouço para que o BC sinalize o fim da política dura de juros, o que certamente afetará as curvas futuras, mesmo antes do início dos cortes.
No exterior, após um ADP mais forte, as atenções se voltam hoje ao mercado de trabalho e aos pedidos semanais de auxílio desemprego nos EUA e os dados Challenger Job Cuts, ambos ainda apontando uma economia aquecida.
Na China, o CPI veio abaixo das expectativas, ao 1% aa, com núcleo saindo de 1% para 0,6% e PPI aos -1,4% aa, também superando as expectativas, melhorando o espaço para o trabalho do governo e do PBoC para atingir a meta mais modesta de 5% de crescimento este ano.
As atenções agora permanecem em dados macroeconômicos nos EUA, após se afastar a noção de que uma recessão está próxima, na verdade é o total oposto.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa por dados do mercado de trabalho nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, após uma inflação mais modesta na China, abrindo espaço para estímulos.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam sem rumo em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, alta no minério de ferro e ouro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, nos temores de um possível crescimento mais fraco nos EUA e estoques elevados.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,56%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1428 / -0,94 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / 0,142%
Dólar / Yen : ¥ 136,17 / -0,830%
Libra / Dólar : US$ 1,19 / 0,253%
Dólar Fut. (1 m) : 5170,60 / -1,06 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,09 % aa (-0,89%)
DI - Janeiro 25: 12,41 % aa (-1,72%)
DI - Janeiro 26: 12,55 % aa (-1,75%)
DI - Janeiro 27: 12,79 % aa (-1,53%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,2186% / 106.540 pontos
Dow Jones: -0,1767% / 32.798 pontos
Nasdaq: 0,3961% / 11.576 pontos
Nikkei: 0,63% / 28.623 pontos
Hang Seng: -0,63% / 19.926 pontos
ASX 200: 0,05% / 7.311 pontos
ABERTURA
DAX: -0,584% / 15540,66 pontos
CAC 40: -0,650% / 7277,13 pontos
FTSE: -0,836% / 7863,61 pontos
Ibov. Fut.: 2,29% / 107808,00 pontos
S&P Fut.: -0,34% / 3981,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,519% / 12153,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,08% / 105,13 ptos
Petróleo WTI: -0,09% / $76,59
Petróleo Brent: -0,02% / $82,64
Ouro: 0,18% / $1.816,96
Minério de Ferro: 0,72% / $127,75
Soja: 0,18% / $1.529,50
Milho: 0,43% / $637,25
Café: -2,71% / $179,55
Açúcar: -0,53% / $20,75