A parte do dia positivo do mercado financeiro ontem, com puxadas pontuais em diversas ações, a leitura do IPCA não foi exatamente preocupante, especialmente para a condução da política monetária atual.
Na abertura dos itens, o único que nos trouxe surpresa, ou seja, se afastou de nossas projeções foi saúde e cuidados pessoais com alta de 1,60%, ante nossa projeção de 0,82% e despesas pessoais, aos 0,62%, ante projeção de 0,45%, o que acabou por puxar, junto com parte de alimentação, o item de industriais para 9,5% aa.
Todavia, ao observarmos o restante dos itens, todos muito próximos dos projetados, entende-se que a distorção pontual, em especial em “itens de higiene” criou a distância entre a mediana dos economistas e o real, relembrando o ex-ministro Mário Henrique Simonsen e a famosa “inflação do mamão”.
Neste sentido, portanto, por pressões de preços, não há razão para entender qualquer tipo de mudança na condução da atual política monetária, ainda que o futuro do afrouxamento continue altamente incerto, na ausência de divulgação de política econômica por parte do novo governo.
Exatamente considerando a ausência de notícias no fronte de políticas econômicas, o mercado local opera muitas vezes sob parâmetros de fundamentos, puxado pelo movimento no exterior e especialmente, por commodities.
Esta última, tem recebido impulsos do noticioso da China, a qual em meio aos desafios da reabertura econômica, com a COVID em andamento, recebeu promessas de apoio forte de crédito do PBoC para a retomada da atividade econômica, se unindo à reabertura das fronteiras para estrangeiros sem restrição e o fim de barreiras entre Hong Kong e o continente.
Nos EUA, o “nothing burger” de Powell acabou por “desanimar” os investidores que buscavam uma confirmação dos sinais hawkish emitidos recentemente por membros do Fed e assim, assumir posições nas Treasuries, as quais acabaram operando com um fechamento das curvas de juros ontem.
Deste modo, o cenário para a política monetária americana continua em aberto e dependendo, especialmente, em como o mercado de trabalho deve se comportar, pois apesar da menor alta de salários, os EUA estão em pleno emprego faz tempo.
Atenção hoje somente às vendas ao varejo no Brasil.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelos dados de inflação a serem divulgados amanhã.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, acompanhando os incentivos do Banco Central chines à economia.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro e prata.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, com o problema da recomposição de estoques nos EUA.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,87%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2042 / -1,02 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / 0,075%
Dólar / Yen : ¥ 132,43 / 0,136%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / -0,230%
Dólar Fut. (1 m) : 5233,71 / -0,90 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,60 % aa (0,11%)
DI - Janeiro 25: 12,69 % aa (-0,70%)
DI - Janeiro 26: 12,51 % aa (-1,38%)
DI - Janeiro 27: 12,50 % aa (-1,57%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,5460% / 110.817 pontos
Dow Jones: 0,5563% / 33.704 pontos
Nasdaq: 1,0059% / 10.743 pontos
Nikkei: 1,03% / 26.446 pontos
Hang Seng: 0,49% / 21.436 pontos
ASX 200: 0,90% / 7.195 pontos
ABERTURA
DAX: 0,918% / 14910,26 pontos
CAC 40: 0,726% / 6918,98 pontos
FTSE: 0,645% / 7744,08 pontos
Ibov. Fut.: 1,73% / 112064,00 pontos
S&P Fut.: 0,25% / 3950,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,255% / 11307,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,57% / 109,27 ptos
Petróleo WTI: 0,24% / $75,30
Petróleo Brent: 0,41% / $80,43
Ouro: 0,37% / $1.884,13
Minério de Ferro: 1,71% / $122,05
Soja: 0,35% / $1.515,25
Milho: 0,57% / $658,50
Café: -1,06% / $149,35
Açúcar: 1,27% / $19,89