Uma sessão de muito ânimo nos mercados ontem, sucedida por uma abertura que tipicamente reflete um dia de cautela do Payroll, adicionado localmente pela leitura do IPCA e a perspectiva de que a inflação tenha respondido meramente a caráteres sazonais, após a redução de junho devido à queda da bandeira tarifária.
Ainda sobre a inflação brasileira, o cenário começa a se desenhar para uma redução constante dos preços, especialmente em meio à uma série de reduções de impostos deflagrados pelo governo federal, em especial o ICMS.
Outra descompressão deve vir também da queda do preço internacional do petróleo, evitando assim que novos reajustes sejam repassados aos preços, o que uma mudança da política da Petrobrás pode atrapalhar quando a defasagem se torna negativa.
Para o Banco Central, continuam os desafios em permanecer com a atual taxa por um período relativamente longo, preservando o diferencial entre a taxa americana e a atração de nossos juros reais altamente positivos, podendo inclusive avançar com o que se prometeu na reunião anterior do COPOM, com 25 ou 50 bp.
O câmbio ainda é um dos maiores problemas e seria ainda maior se não tivesse ocorrido a descompressão de uma série de commodities, especialmente agrícolas, pois alimentação deve retomar a pressão quando comparado ao mês anterior, assim como transportes, que devem oficializar sua queda a partir do IPCA-15.
Portanto, ao Banco Central, olhos no câmbio de forma a evitar novos repiques inflacionários seria de especial importância, especialmente em meio à possibilidade de novos embarques de bens intermediários da China, reduzindo o impacto do choque de ofertas.
Nos EUA, o foco no mercado de trabalho vem da percepção de que se o Fed notar sinais de recessão, ele pode abreviar o ciclo de alta de juros e concentrar os esforços na redução do balanço e retirada de liquidez, o que tem se acelerado recentemente.
O mercado continua dividido entre reações aos sinais de recessão e de inflação e de como as autoridades monetárias devem se comportar diante tais desafios, mas a única certeza continua a ser a forte volatilidade dos ativos de mercado financeiro, afinal, os investidores vivem de um mínimo de previsibilidade, algo difícil agora.
Uma nota de pesar pelo falecimento do ex-primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, um grande estadista, assassinado nesta madrugada.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na espera pelo mercado de trabalho nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, mercado no Japão quase atingindo terreno negativo, após o assassinato de Shinzo Abe.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao cobre e prata.
O petróleo abre em alta em Londres e alta em Nova York, com oferta ainda apertada.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,04%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3408 / -1,62 %
Euro / Dólar : US$ 1,01 / -0,138%
Dólar / Yen : ¥ 135,94 / -0,029%
Libra / Dólar : US$ 1,20 / -0,241%
Dólar Fut. (1 m) : 5384,11 / -1,33 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,85 % aa (0,24%)
DI - Janeiro 24: 13,52 % aa (-0,26%)
DI - Janeiro 26: 12,69 % aa (-0,86%)
DI - Janeiro 27: 12,73 % aa (-0,93%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,0368% / 100.730 pontos
Dow Jones: 1,1176% / 31.385 pontos
Nasdaq: 2,2840% / 11.621 pontos
Nikkei: 0,10% / 26.517 pontos
Hang Seng: 0,38% / 21.726 pontos
ASX 200: 0,45% / 6.678 pontos
ABERTURA
DAX: 1,314% / 13011,91 pontos
CAC 40: 0,744% / 6051,38 pontos
FTSE: -0,106% / 7181,45 pontos
Ibov. Fut.: 2,10% / 102098,00 pontos
S&P Fut.: 0,08% / 3908 pontos
Nasdaq Fut.: -0,128% / 12120,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,03% / 115,10 ptos
Petróleo WTI: 0,49% / $103,23
Petróleo Brent: 0,25% / $104,91
Ouro: -0,05% / $1.739,21
Minério de Ferro: -0,48% / $113,00
Soja: 0,46% / $1.598,50
Milho: 0,74% / $752,50
Café: -0,43% / $221,25
Açúcar: 1,30% / $18,76