O que não deveria ser notícia no fim de semana, acabou se tornando, com as declarações do presidente do Banco Central, Campos Neto ao programa Canal Livre sobre os juros no Brasil.
Isto é o sinal de que a comunicação nos canais oficiais do Banco Central, as quais se mostraram falhas no passado, quando o mercado exigia, e não precificava os próximos movimentos da curva de juros e para não se colocar
“atrás” dela, acabava acatando tal exigência.
Isso ocorria no momento em que o Banco Central começou a literalmente explicitar seus próximos movimentos, ao contratar a taxa a ser exercida na próxima reunião, o que não satisfazia a parte do mercado financeiro, que punha suas exigências acima das perspectivas do horizonte relevante da política monetária.
O resultado é o overshooting de juros promovidos pelo COPOM, colocando o país na vanguarda do aperto monetário no mundo e com as taxas de juros reais mais competitivas, perdendo apenas para Rússia, o que virtualmente significa um primeiro lugar.
É neste cenário em que a “autoridade” dos juros parece ter demonstrado a necessidade de complementar o discurso de canais oficiais com declarações não oficiais cada vez mais explicitas, como as ocorridas na semana que se passou e ontem.
Como aparentemente, o mercado financeiro também não havia comprado duas ideias importantes – a de pico da inflação em abril e de fim do aperto em breve – houve o complemento desta informação de maneira direta, agora indicando não somente que a próxima alta é suficiente, como a taxa de 12,75% seria o topo.
O problema é que, mesmo que aparentemente haja a necessidade de se tomar as rédeas da economia e da política monetária, a realidade de que dependemos de eventos de natureza imponderável, como o fim da invasão russa à Ucrânia, a questão dos lockdowns na China, agora em Shanghai e os problemas globais de energia, capitaneados pelo petróleo.
Concordamos que o momento de pausa e cautela se faz necessário, dadas as incertezas citadas acima, porém, existe também a necessidade de que isso ocorria via os canais conhecidos do Banco Central.
Atenção hoje ao setor externo, custos de construção e coleta de impostos no Brasil e nos EUA, estoques e balança comercial.
Semana de agenda macroeconômica pesada para o Brasil e o restante do mundo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa por movimentos na questão ucraniana semana repleta de indicadores relevantes.
Em Ásia-Pacífico, mercados a maioria positivos, apesar da queda do petróleo.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, queda fortes, com exceção ao minério de ferro.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, apesar dos ataques do Yemen às instalações sauditas, porém devido aos lockdowns na China.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4,47%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,7421 / -1,75 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,255%
Dólar / Yen : ¥ 124,24 / 0,688%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / -0,243%
Dólar Fut. (1 m) : 4758,57 / -1,63 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,76 % aa (-1,70%)
DI - Janeiro 24: 12,08 % aa (-1,79%)
DI - Janeiro 26: 11,34 % aa (-1,73%)
DI - Janeiro 27: 11,38 % aa (-1,56%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0237% / 119.081 pontos
Dow Jones: 0,4417% / 34.861 pontos
Nasdaq: -0,1588% / 14.169 pontos
Nikkei: -0,40% / 28.150 pontos
Hang Seng: 1,08% / 21.405 pontos
ASX 200: 0,39% / 7.406 pontos
ABERTURA
DAX: 1,717% / 14551,39 pontos
CAC 40: 1,570% / 6656,59 pontos
FTSE: 0,450% / 7516,92 pontos
Ibov. Fut.: 0,02% / 119776,00 pontos
S&P Fut.: -0,01% / 4536,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,457% / 14744,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -1,80% / 127,52 ptos
Petróleo WTI: -4,17% / $109,15
Petróleo Brent: -3,90% / $115,95
Ouro: -0,56% / $1.931,82
Minério de Ferro: 0,15% / $149,87
Soja: -0,42% / $1.693,75
Milho: -1,06% / $742,75
Café: 0,00% / $218,95
Açúcar: 1,82% / $19,48